Tempo de leitura: 2 minutosWalmir do Carmo*
Indignação é muito pouco para expressar o que sinto diante de tantos problemas que acontecem no torrão itabunense que parece nunca ter solução. Fico pasmo quando ando pelas ruas e vejo cavalos e bois pastando solenemente nos jardins e andando tranquilamente nas avenidas (aqui não é a Índia), cachorros de todos os tipos, doentes e sarnentos, vagando famintos de bar em bar, de lixo em lixo.
Pessoas? Nem se fala na quantidade de homens, mulheres, crianças dormindo nas ruas, pedindo comida, dinheiro, passagens para diversos lugares e, pasme!, até dinheiro para comprar droga. A que ponto chegou o estado das coisas por aqui.
Falando da estrutura da cidade, é uma coisa vergonhosa: as bocas-de-lobo na maioria sem proteção, as calçadas e avenidas esburacadas, os monumentos sujos e enferrujados, a iluminação pública deficitária, os canais de macrodrenagem cheios de esgotos exalando odores fétidos, os lixos que se acumulam em diversos pontos da cidade atraindo ratos, baratas, urubus e outros insetos, o matagal em diversos lugares, a situação da saúde, que é mais crítica do que se possa imaginar, o trânsito caótico – ninguém respeita nada.
Os motoqueiros passam sobre as calçadas, nos canteiros das ruas, andam na contramão e buzinam por qualquer coisa. Os que usam a bicicleta como meio de transporte, também não obedecem nada. Se o pedestre não tiver atenção dobrada, corre o risco de ser atropelado a todo instante.
Os motoristas não respeitam nenhum tipo de sinalização do trânsito. Faixa de pedestres serve para decoração de asfalto, pois se alguma pessoa tentar atravessar corre o risco de ser atropelada, pois eles não param e ainda apressam as pessoas com buzinas.
As calçadas são tomadas por barracas, servem de estacionamento para veículos e bicicletas e mais uma vez o pedestre fica sem o seu espaço para circular.
As feiras livres, nossa!, é de causar arrepio em qualquer consumidor. Elas são instaladas próximas a canais cheios de esgoto e os alimentos são ali vendidos sem nenhum tipo de higiene – carnes sem refrigeração (a lei por aqui não pegou. Aliás, o que pega por aqui?), peixes, legumes, verduras, farinha, arroz, tudo negociado em condições inadequadas. É realmente de se estarrecer.
Alguns podem dizer que tais coisas acontecem em outros lugares. Não vivo em outros lugares. Vivo na cidade de Itabuna que me sustenta. Por isto, tenho o direito de querer o melhor para a cidade, pois uma cidade bem cuidada e protegida se traduz em qualidade de vida para todos.
Walmir do Carmo é cidadão de Itabuna que deseja uma cidade melhor para viver.