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O vereador Alcides Kruschewsky participou da engrenagem que levou Newton Lima para o PSB, em 2007, logo após a cassação de Valderico Luz Reis, de triste memória. De lá para cá, viu o PSB ter participação mínima no governo de Newton e a ascensão de peças mais ligadas ao jabismo.

O tempo passou e o governo de Newton esteve entre Paulo Souto (DEM) e Geddel Vieira Lima (PMDB) para depois de definir por Jaques Wagner (PT). A definição aconteceu momentos após o prefeito meter a canetada e exonerar quase todos os secretários.

No início da tarde, o vereador do PSB conversou com o Pimenta. Ele avalia o momento político-administrativo em Ilhéus e diz acreditar em mudança de rumo do governo. “O prefeito não pode retroceder”, diz em relação ao secretariado. E constata: “O desempenho do governo em 2009 foi muito ruim”.

Leia os principais trechos:

Pimenta – O sr. tem participado das negociações. Existem novidades em relação ao secretariado?

Alcides Kruschewsky – Os novos secretários já estão nomeados e trabalhando. Poderemos ter mais novidades quando o prefeito Newton Lima chegar de Salvador, no sábado. É necessário mudar o secretariado.

E quanto ao senhor, vai para a Secretaria de Governo?

As conversas neste novo momento acontecem com os partidos e os seus dirigentes.

Como fica o PSB, então?

O PSB não vai aceitar fazer o mesmo papel de 2009, quando foi alijado administrativamente. O PSB teve espaço pequeno no governo, precisamos ser valorizados. O partido esteve sempre ao lado do prefeito e não criou embaraços para a administração. Aproximamos o prefeito de um segmento positivo e novo com a definição de apoio ao governador Jaques Wagner. Newton saiu de uma eleição história, 54 mil votos, e encerrou o ano passado com uma forte rejeição.

Rejeição de 51%, segundo pesquisas.

Pois é, e só crescendo [a rejeição]. Deveríamos iniciar o ano comemorando, cidade cheia…

“Newton não pode mais retroceder”.

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Como fica Newton Lima em relação à sua equipe de governo, muitos voltam?

Ele não pode mais retroceder, precisamos de novos nomes e não mais os mesmos. Esse rumo tem que ser imprimido. O desempenho [do governo] foi muito ruim em 2009. A administração deve reconhecer isso e ter a capacidade de promover mudanças de conceito e de quadros. Foi essa conversa que tivemos com os partidos.

Como trabalhar essa mudança de conceito?

Vamos até criar o Conselho Político para discutir questões de governo para que as decisões não sejam tomadas de forma isolada ou anunciadas sem prévio estudo. Veja o caso das demissões de efetivos, contratados entre 1983 e 1988. Ela foi anunciada sem nenhuma discussão.

E gerou confusão entre os servidores.

Foi posta de forma isolada. Não podemos mais fazer as coisas de forma monocrática. Até tive essa conversa com o prefeito para fazermos essa reflexão.

O ex-prefeito Jabes Ribeiro comentou que a decisão de demitir os efetivos não-concursados geraria um enorme passivo.

Esse acompanhamento e cuidado quanto ao passivo e a precatórios deveriam ser exercidos permanentemente. No passado, isso não ocorreu. Isso não é uma crítica específica a Jabes, mas aos governos anteriores, que descuidaram nesse sentido e geraram grandes dívidas com precatórios.

O sr. acredita que o prefeito não estava sendo bem orientado?

Ele não estava contando com melhor conselho técnico. Em 2008, o município concedeu reajuste de 10% e em 2009, 12%. Só aí, a folha teve acréscimo de R$ 15 milhões. Os reajustes sem um melhor aconselhamento técnico geraram atrasos com fornecedores, empreiteiros e funcionalismo. Parte dos servidores ainda não recebeu o décimo terceiro. Certo que a crise econômica e as desonerações de impostos do presidente Lula também influenciaram nesta crise. O pagamento da empresa de lixo está atrasado.

São quantos meses de atraso, seis, sete?

A empresa apresentou estudos para atender determinado número de habitantes, dentre eles os distritos, mas eles não são atendidos pela Marquise. A empresa reduziu o número de caminhões da coleta, retirou dois compactadores. Entendemos isso como retaliação.

“O prefeito está ouvindo e está determinado.

Sinto mudança.”

__________

Voltando ao tema secretariado, o senhor assume após formar a equipe e fazer sondagem sobre qual será o caminho adotado pelo governo?

A ida do PT é um passo longo nesse sentido, essa construção para opiniões diferentes, e com grau de autonomia. Aceitaremos o convite se for para trabalhar com autonomia na função. Será um grande prazer fazer parte do governo. Newton é hoje a maior expressão do PSB no sul da Bahia.

O prefeito está disposto a ouvir, mudar?

Ele está ouvindo e está determinado. Sinto mudança. Ele está comprometido com Ilhéus. Há uma mudança. O prefeito não pode mais estar no universo político e abdicar de fazer política.

6 respostas

  1. A gestão do Sr. Newton, foi tão ruim, quanto a participação dos vereadores, que foram eleitos para fiscalizar as contas do Poder Executivo e do proprio Legislativo, assim como os atos do Prefeito. Um dos pré-requisitos basicos da democracia é a existência de um Poder Legislativo forte e realmente independente. E aqui fica a pergunta: será que o vereador que presta apoio incondicional ao Prefeito, em troca de “beneficios” pessoais, exercerá livremente a função de fiscalizo-lo? Precisamos de vereadores atuantes, dispostos a romperm com os costumes persistentes de subserviência e vicio. O vereador conciente contribui efetivamente para o desevolvimento humano do seu municipio, ajudando o povo a pensar e se organizar.

    Correia

  2. Alcides DIXIT:

    “Newton é hoje a maior expressão do PSB no sul da Bahia.”

    Só não explicou expressão de que.

    VAMOS LÁ:

    Expressão de inabilidade política?
    Expressão de incapacidade administrativa?
    Expressão de incoerência?
    Expressão de covardia?
    …….
    ……..

    Ilhéense

  3. Talvez, expressão mesmo, tenham os senhores que tem oportunidade de registrar seus ricos comentários no blog. Se fizessem um livro, eu compraria. Aliás, a edição se esgotaria em tempo record. Esgotaria mesmo! Esgoto, puro esgoto…

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