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Leandro Afonso | www.ohomemsemnome.blogspot.com

Para se fazer um bom musical, como qualquer outro filme essencialmente de gênero, é necessário dominar um setor específico da gramática audiovisual – nem que seja, como acontece em alguns casos, para provar que ela pode ser violada pelo bem do resultado final. Nine (idem – EUA/ Itália, 2009), de Rob Marshall (Chicago), é um curioso caso de filme que parece ter qualidades e defeitos potencializados justamente não só pelo domínio do gênero como pela falta de, na maior parte do tempo. Trata-se, em outras palavras, de um filme bipolar.

Nome a nome, se o elenco (e seu potencial) é absurdo, a sub-utilização dele também o é. Assistir a Daniel Day-Lewis (Guido Contini) se limitar à sua expressão carregada (o que não é pouco), e perceber como o canto não é seu forte, é tão decepcionante quanto ver Penélope Cruz (Carla) numa atuação cuja intensidade nada lembra a memorável atriz de Volver (2006) de Abraços Partidos (2009). A quase sempre arrogante feição de Judi Dench (Lilli) está modesta demais, e quando Nicole Kidman (Claudia) canta, o filme já está tão perdido que parecem vir à mente só as lembranças dela em Moulin Rouge (2001).

Por outro lado, a excelente Marion Cotillard (Luisa Contini) está não menos que ótima, assim como Sophia Loren (a Mamma), a quem todos ainda parecem bater continência de admiração quando a olham em público. Além das duas, são interessantes as sequências cantadas por Fergie (Saraghina) e Kate Hudson (Stephanie).

Essas sequências, inclusive, provam dois pontos que saltitam aos olhos no filme. O primeiro é que o domínio de mise-en-scène de Rob Marshall é inferior à sua capacidade de fazer os cantos fluirem, sua musicalidade é maior que a sua segurança como regente do gênero musical. O outro é que o investimento na pompa da produção é tão grande que a extravagância visual, quando aliada ao apelo de algumas músicas (que funcionam) e contrastado com a falta de um maior domínio de direcionamento do olhar no quadro, torna tudo muito superficial.

Essa superficialidade, de quebra, ainda é ajudada pelo roteiro. Não temos um fio condutor convincente nem alcançamos um caráter verdadeiramente onírico – tudo parece solto. A obsessão com o (1963), Fellini e o cinema italiano não passa a impressão de “nossa, que homenagem bonita”, mas sim a de “nossa, como o cinema italiano tem coisas boas: vamos para ele depois disso aqui?”.

Apesar desses poréns, Nine traz brilho e um certo poder de hipnose que atrai o olhar como pouca coisa. Ele se sustenta não só graças a uma linguagem picotada e estrelas de enésima grandeza, mas também graças a um caráter barroco com detalhe para a opulência – não dos personagens, mas dos atores e da produção.

Ou seja, apesar da falta de densidade além da ideia, não falta verniz em Nine. Em um primeiro olhar a trechos do filme, a certeza é de madeira de lei. Visto de perto, um MDF que tenta se passar por aquela – e às vezes consegue.

Nine (idem – EUA/ Itália, 2009)

Direção: Rob Marshall

Elenco: Daniel Day-Lewis, Marion Cotillard, Penélope Cruz, Judi Dench, Kate Hudson, Sophia Loren, Nicole Kidman, Fergie

Duração: 118min

Projeção: 2.35:1

8mm

Calculadamente frenético

Era complicado imaginar uma versão decente do ótimo Vício Frenético (1992), de Abel Ferrara, filme cuja película cheirava a uma mistura entre ópio e cocaína, temperada com quadros de nu frontal. Mas eis que a refilmagem de Werner Herzog consegue não só manter a falta de pudores como, incluindo o mérito também para o roteirista William M. Finkelstein, evita o decepcionante moralismo no fim da versão original. Para se ter uma ideia, a impressão é de que o diálogo de Herzog com a obra de Ferrara, às vezes, é menor do que, por exemplo, a ligação com Medo e Delírio em Las Vegas (1995), interessante afetação de Terry Gilliam. Aqui, como no filme estrelado por Johnny Depp, muita coisa pode parecer (e às vezes é) excessivamente gratuito, a princípio. Mas depois de digerido, percebe-se o exemplo de combinação entre talento e transpiração técnica, que só um mestre como Herzog é capaz de conseguir.

Filmes da semana:

  1. 1. Vício Frenético (2009), de Werner Herzog (Multiplex Iguatemi) (****)
  2. 2. Nine (2009), de Rob Marshall (Cabine de imprensa – Multiplex Iguatemi) (**1/2)
  3. Uma Garota Dividida em Dois (2007), de Claude Chabrol (DVDRip) (****)
  4. Amor à Queima-Roupa (1993), de Tony Scott (DVDRip) (****)
  5. Nosferatu – O Vampiro da Noite (1979), de Werner Herzog (DVDRip) (***)

Curtas:

  1. Castanho (2002), de Eduardo Valente (Porta Curtas) (**1/2)
  2. Di Cavalcanti (1977), de Glauber Rocha (DVDRip) (***)

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Leandro Afonso é comunicólogo, blogueiro e diretor do documentário “Do goleiro ao ponta esquerda”

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Wesley, Douglas… nada!

Só hoje a polícia descobriu que chamava-se Frank César da Silva o homem baleado ontem pela manhã, na travessa Adolfo Leite (Beco do Fuxico), centro de Itabuna, após assaltar uma mulher (relembre aqui).

Wesley foi o nome que o assaltante deu à polícia e aos socorristas do Samu 192 na hora da agonia, após levar três tiros. Identidade checada, descobriu-se o nome Douglas. O assaltante morreu no final da tarde de sexta, no Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães (Hblem).

Hoje, a mãe do assaltante viajou do Espírito Santo para Itabuna a fim de reconhecer o corpo e sepultá-lo em terras capixabas. Antes, um fax foi enviado ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) dando conta da verdadeiríssima identidade: Franco César da Silva.

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Comerciantes de Itabuna tiveram surpresa mais do que desagradável na renovação de alvará de funcionamento. A prefeitura procedeu revisão de valores e há quem reclame da “puxada” da viúva.

Existem casos de pequenos estabelecimentos que pagavam pouco mais de R$ 30,00 para obter a licença de funcionamento. Com a revisão, saltou para R$ 151,00. Quem tem salão de beleza, por exemplo, reclama que antes pagava, em média, R$ 50,00. Agora, pulou para mais de… R$ 250,00.

O prefeito Capitão Azevedo (DEM) teria como explicar a ‘tungada’?

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Marco Wense

Dilma Roussef em visita ao estado (Foto Manu Dias).
Dilma Roussef em visita ao estado (Foto Manu Dias).

A prioridade do PT nacional, com o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é a eleição da ministra Dilma Rousseff para o cobiçado e disputadíssimo Palácio do Planalto.

O presidente Lula já bateu o martelo em relação aos palanques regionais: não vai participar de nenhum ato político nos Estados com dois ou três candidatos a governador da mesma base aliada.

Cabe ao PT, com a decisão do presidente Lula, não criar mais problemas para a difícil eleição de Dilma, que tem pela frente um bom e competitivo concorrente, o tucano José Serra, governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB.

É bom lembrar que o lulismo é infinitamente mais forte do que o petismo. Os radicais de plantão devem ser afastados das negociações envolvendo a legenda, os partidos aliados e a sucessão estadual.

O PT, no entanto, não pode, em nome dessa prioridade para eleger a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), aceitar tudo. Não pode perder a compostura e, muito menos, a autoestima.

PMDB

Ministro Hélio Costa.
Ministro Hélio Costa.

Chega a ser constrangedor, quase que uma humilhação, a insistência de setores do PMDB com o nome do deputado Michel Temer (SP) para vice-presidente na chapa encabeçada pela petista Dilma Rousseff.

A lista tríplice sugerida pelo presidente Lula, para que Dilma escolha o seu vice – quem vai escolher é Lula –, é motivo mais do que suficiente para que o PMDB descarte o carrancudo Temer.

O presidente da Câmara dos Deputados, como vice de Dilma, não acrescenta nada. Nada mesmo. É como se a ministra estivesse sozinha. Aliás, o estilo fechado do parlamentar é muito parecido com o da petista.

O melhor companheiro de chapa para Dilma Rousseff é, sem dúvida, Hélio Costa, que é peemedebista e ministro das Comunicações. O licenciado senador mineiro ocupa a primeira posição nas pesquisas de intenção de voto para o governo de Minas.

DOBRADINHA

As chamadas dobradinhas, uma espécie de “Cosme e Damião” do processo político, estão cada vez mais aceleradas.

Aqui em Itabuna, a do vereador Solon Pinheiro com ACM Neto, respectivamente pré-candidato ao Parlamento estadual (PSDB) e a deputado federal (DEM-reeleição), é a mais comentada.

O democrata sempre foi bem votado em Itabuna, onde tem um eleitorado cativo, formado por históricos, enraizados e fiéis carlistas. O voto no parlamentar é uma forma de homenagear o falecido senador Antonio Carlos Magalhães.

Como é que ACM Neto vai “medir” o trabalho de Solon em Itabuna? Reunião com dezenas de pessoas, com a maioria aparecendo porque recebeu alguma contrapartida, não quer dizer nada. É só oba-oba.

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O Vox Populi divulgou a mais nova pesquisa sobre a corrida presidencial. A vantagem de José Serra (PSDB) para a ministra Dilma Roussef (PT) caiu de 21 para sete pontos percentuais. Em agosto, Serra aparecia com 39% e agora foi a 34%. Dilma subiu de 18% para 27%.

O levantamento ainda mostra Ciro Gomes (PSB) com 11% das intenções de voto e a senadora Marina Silva (PV) aparece com 6%. Se a disputa é sem o ex-ministro Ciro Gomes, Serra vai a 38% e Dilma, 29%. Em um segundo turno, Dilma seria superada por Serra: 46% a 35%.

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O CHAMADO IRRESISTÍVEL DA SANFONA

Ousarme Citoaian
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O Milagre de Santa Luzia (foto), filme que estreou no fim do ano em várias capitais (Salvador inclusa), é uma celebração da sanfona. Trata-se de uma “visita” do músico Dominguinhos aos mais diversos pontos do vasto Brasil que puxa o fole consagrado por Luiz Gonzaga. Foi o velho Lua quem abriu as portas para os sanfoneiros e criou no panorama cultural do País uma cadeira cativa para esse instrumento (antes disso, algo a ser confinado aos grotões). O longa-metragem de 104 minutos (com direção de Sérgio Roizenblit) segue Dominguinhos por vários pontos do Brasil, encontrando os melhores sanfoneiros disponíveis. Com depoimentos de Sivuca, Patativa do Assaré e outros, o filme faz um mapeamento das regiões brasileiras onde a sanfona se estabeleceu.

LUIZ GONZAGA, SANFONA E SIMPATIA

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Dominguinhos, que não entra em avião nem amarrado, conduziu o trabalho a bordo de sua caminhonete, por mais de 30 mil quilômetros. Além dele, filho espiritual de Luiz Gonzaga (foto), lá estão Renato Borghetti, Mário Zan, Osvaldinho do Acordeom, Sivuca e Pinto do Acordeom (paraibano de Conceição do Piancó). Mas, além de Dominguinhos, paira a figura magistral do filho de Januário. O sanfoneiro de Exu nasceu no dia de Santa Luzia, por isso o título do filme. Foi Gonzaga, com sua sanfona e sua simpatia, quem deu amplitude nacional à música dos grotões nordestinos. Organizou-a num sistema musical, renovou-lhe a poética (para tanto convocou Zé Dantas e Humberto Teixeira) e deu-lhe a expressão sonora que hoje ecoa por todo o Brasil. Como extraordinário artista pop que era, universalizou o forró (transformado em “dança da moda”) e atraiu para o gênero músicos consagrados. Cai-lhe muito bem o título de Rei do Baião.

FRANK SINATRA DO FORRÓ

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Dominguinhos (na foto, com Sivuca) à frente, O milagre mostra os mais diversos locais onde a sanfona ganhou destaque e de onde surgiram os maiores intérpretes desse instrumento. Sanfona, gaita, acordeom, gaita-ponto ou oito baixos (a pé-de-bode com que Gonzaga fez os primeiros acordes), todo o campo do instrumento está representado. O filme deixa às claras que, apesar dessa universalização (é ouvido em todo o  Brasil), o som da sanfona tem uma marca indelevelmente nordestina – imposta pelo carisma de Luiz Gonzaga, seu maior tocador. Um momento engraçadíssimo de O milagre de Santa Luzia: num arrasta-pé, um sujeito de maus bofes, portando uma peixeira de avantajado tamanho, “convida” Pinto do Acordeom a mudar de repertório (a cena tem Dominguinhos, a morrer de rir, com o relato do sanfoneiro).

Clique e veja.

ITABUNA NÃO ESTÁ SÓ

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No mesmo ano em que Itabuna foi fundada, 1910, nasceram: Django Reinhardt, guitarrista de jazz (23 de janeiro); David Niven, ator (1º de março); Aroldo de Azevedo, geógrafo (3 de março), Tancredo Neves, político (4 de março); Akira Kurosawa, cineasta (23 de março); Nelson Carneiro, político (8 de abril), Paul Sweezy, economista (10 de abril); Chico Xavier, líder religioso (2 de abril), Custódio Mesquita, compositor de MPB (25 de abril); Ranieri Mazzilli, político (27 de abril); Aurélio Buarque de Holanda, dicionarista (2 de maio); Artie Shaw, clarinetista de jazz  (23 de maio), Paullete Goddard (foto), atriz “chapliniana” (3 de junho); Jacques Cousteau, oceanógrafo (11 de junho); Haroldo Lobo, compositor de MPB (22 de julho); Adoniran Barbosa, compositor de MPB (6 de agosto), Madre Teresa de Calcutá, missionária (26 de agosto); Miguel Reale, jurista (6  de novembro); Rachel de Queiroz, escritora (17 de novembro); Noel Rosa, compositor de MPB (11 de dezembro) e Jean Genet, teatrólogo (19 de dezembro).

ILHA DOS TRÓPICOS FAZ 20 ANOS

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Na literatura regional, 2010 marca os 20 anos do lançamento de A ilha dos trópicos/1990, de Marcos Santarrita (foto), 40 de Antologia dos contos brasileiros de bichos/1970, de Cyro de Mattos e Hélio Pólvora, 90 anos do nascimento de Emmo Duarte (1920, em dia e mês não sabidos); 80 de Telmo Padilha (5 de maio de 1930); 20 anos da morte de Adonias Filho (2 de agosto de 1990) e 10 da de Euclides Neto (5 de abril de 2000). Alguns desses nomes e eventos serão abordados aqui no Universo Paralelo. Hoje, Rachel de Queiroz.

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À BEIRA DO RIO CACHOEIRA

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Rachel de Queiroz nasceu com Itabuna. E viveu na cidade emergente (“num sobradinho que ficava perto do rio”), tudo indica que por menos de um ano, entre 1932 e 1933. Eu me pergunto se ela sabia que tinha a mesma idade da terra que a acolhera. Evidentemente que não sabia, mas me divirto ao pensar nisso. Rachel chega a Ilhéus em 1932, num navio da Baiana, é recebida por Jorge Amado, permanece alguns dias no palacete de João Amado (foto acima), pai de Jorge, para só depois transferir-se, de trem, para Itabuna. Ela vinha de Fortaleza, por Salvador, recém-casada com um funcionário do Banco do Brasil, José Auto da Cruz Oliveira, o Zé Auto, que para Itabuna fora transferido. Os dois eram militantes do Partido Comunista Brasileiro. Ela “perigosa agitadora”; ele, nem tanto.

IMPALUDISMO, “MISTÉRIO” E GRAVIDEZ

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A escritora sofre o diabo com o impaludismo, quase morre, pois se recusou a tomar quinino (então, o medicamento de escolha), que era abortivo, e ela estava grávida. Rachel (foto) sentiu-se grávida muito rapidamente (só tinha dois meses de casada), circunstância que ela mesma tinha dificuldade de entender. “Não se podia pensar em antecipações, porque Zé Auto, até o casamento, nunca tinha chegado perto de mim, senão com um simples abraço para dar adeus, e chegou ao Ceará três dias antes de nos casarmos”, depõe a escritora. Mistério!… Zé Auto, nas horas vagas de uma atividade  no Banco do Brasil descrito pela mulher como “verdadeira tirania” (ainda não havia leis trabalhistas), atendia ao chamamento do estro. Inspirado no frio incontrolável que o impaludismo causava a Rachel, dedicou-lhe uma versalhada, da qual a história registrou esta passagem: “Me dá lã pra comer,/que o meu frio é por dentro”. Por certo, insuficiente para ganhar o Nobel de Literatura.

LENA WEBER, A MOÇA LIBERADA

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Nesse tempo de doença e gravidez ela foi assistida por “uma pessoa extraordinariamente boa, generosa e maternal, uma negra alta, forte, talvez sexagenária: Carmelita”. Essa Carmelita, ainda segundo Rachel, “fora dona de uma pensão de mulheres e, parece, também ela própria fora rapariga, como diziam por lá, e tinha haveres”. Rachel de Queiroz lembra, do tempo em Itabuna, também de Lena Weber, “uma moça judia suíça (uns irmãos seus tinham loja na cidade)”, que ficou sua amiga e a ajudou naquela quadra de dificuldades e solidão à beira do Cachoeira.  A escritora diz que “Lena lia muito, era liberada sexualmente, tivera seus amores com vários rapazes”. Rachel ficou abismada com tamanha liberdade, pois tanto na casa dela, uma tradicional família cearense, quanto nas hostes do Partido Comunista, o moralismo era muito severo.As raposas do PC tinham uma regra inflexível: “Não confundir questão social com questão sexual”. O quarteto feminino (uma recém-casada de apenas 22 anos, uma “dona de pensão de mulheres”, uma moça “avançada” e a pequena Clotilde no ventre de Rachel) tinha tudo para dar errado, mas não deu. Já tendo publicado O quinze (e com João Miguel no prelo), quando aqui esteve, ela lançou em seguida Caminhos de Pedras, As três Marias, O Galo de Ouro e vários outros títulos, consolidando-se como uma das maiores escritoras do Brasil, rumo à Academia Brasileira de Letras (primeira mulher ali admitida). Clotildinha nasceu em Fortaleza, de parto prematuro, e morreu aos 18 meses. Rachel de Queiroz e Zé Auto se desquitaram em 1939. Estas informações estão no livro Tantos anos (foto), depoimento de Rachel à irmã Maria Luíza de Queiroz (Editora Siciliano/1998).

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NÃO É PORTUGUESA, COM CERTEZA

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O ministro Geddel Vieira Lima (foto), de quem vocês, certamente, já ouviram falar, gravado à socapa em conversa telefônica, saiu-se com esta pérola, sobre o prefeito João Henrique: “não é uma figura que a gente pode estar confiando no que ele coloca”. Valha-me Deus! Que dialeto será esse, pois português não é? Uma língua, qualquer que seja, tem um padrão, um conjunto de regras a obedecer. O texto que as transgride não leva ninguém à cadeia (igualzinho ao dia a dia da política brasileira), mas recebe uma punição, digamos assim, subjetiva: o texto é “excomungado”, não é reconhecido como integrante daquela língua, mas de outra, sabe-se lá qual. A fala gedelliana, portanto, já nasceu expulsa do mundo lusófono, pois feriu-lhe de morte alguns princípios. O ministro, fiel a seu estilo, deu um pontapé em áreas íntimas e sensíveis da gramática. Na tumba, Camões e Machado de Assis espumam e rangem os dentes. Eu também. Só que ao vivo, se me permitem o trocadilho.

LULA, REI DOS GRAMÁTICOS

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O texto é um prodígio. Grosso e curto, concentra surpreendente quantidade de asneiras: regência verbal equivocada, emprego abusivo do gerúndio e o verbo “colocar” com sentido pífio. É erro em excesso para uma construção tão pequena. Se os professores de língua portuguesa perdessem tempo a ler fofocas de políticos – em infindável processo de conspiração para chegar ao poder – teriam na frase referida interessante material para usar em sala de aula (foto): um exemplo vivo e rasteiro da comunicação vazada em dialeto que se pensa língua portuguesa, mas não é. A canelada que o operoso ministro (com formação universitária) deu na gramática faz do seu chefe, o presidente Lula (sem maior formação escolar), Rei dos Gramáticos. Melhor: Príncipe dos Filólogos.

DOIS RIOS DE LÁGRIMAS

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Atrás da porta, de Chico Buarque e Francis Hime, foi feita em 1972, para Elis Regina, marcando o fim do casamento da cantora com Ronald Bôscoli. Este vídeo (de um especial da Rede Globo/1980) atinge outro casamento, o segundo, com César Camargo Mariano (na foto, com a cantora). Elis está abatida ao começar a canção e vai-se desmoronando à medida em que “sente”  os versos, como se descrevessem sua tragédia pessoal  É uma mulher desesperada, devastada pelo sentimento, pois sua união – e disso a platéia não sabe – chegara ao fim na noite anterior, é o que diz a lenda (César, a outra face da tragédia, acompanha Elis, ao piano). Ela tenta cobrir o rosto com os cabelos, a mão em concha, procura controlar-se, talvez fugir e se esconder de si mesma. Entregue aos leões, sabe que o show do circo tem de continuar. E canta, canta, canta, como se cantasse para morrer. Ao levantar a cabeça, está banhada em lágrimas (eu, em soluços!). Sob tensão irresistível, a artista perde o controle de sua celebrada técnica: a alma dilacerada, já a voz falhando, minha cantora preferida sussurra que, se preciso for, rastejará do palco ao infinito “até provar que ainda sou tua”. Um momento único da canção brasileira.

Se seu coração não tem feridas sentimentais mal cicatrizadas, clique aqui.

(O.C.)
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<h3 style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!</span></h3>
<div style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as
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Ontem, o juiz Mário Albiani Júnior, de Salvador, concedeu liminar inibitória em favor do Estado e proibiu policiais civisi de paralisar as suas atividade e os obriga a fazer a guarda (custódia) de presos em delegacias.

Caso a liminar seja desrespeitada, o Sindicato dos Policiais Civis (Sindipoc) pode ser obrigado a pagar multa diária de R$ 80 mil.

Caio Druso Penalva Vita, da Procuradoria-Geral do Estado, avalia que a liminar “é fundamental para que os serviços não sofram descontinuidade. É um chamado da justiça à ordem”.

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A vontade de ler e escrever aos 100 anos de idade fez de Dona Enedina um exemplo nacional. Ela, que estrelou campanha sobre programa de alfabetização Topa e apareceu no Jornal Nacional, hoje volta às telas do plim-plim, no programa Globo Repórter, às 22h. Enedina é exemplo de força de vontade em aprender mesmo depois dos 100 anos. Confira Dona Enedina no institucional do Topa, ano passado.


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Itamar Pereira Santos, de 25 anos, é testemunha do assassinato dos professores Álvaro Henrique Santos e Elisney Pereira. O crime foi cometido em setembro de 2009 e permanece insolúvel. Os dois professores eram dirigentes sindicais e há suspeita de que a morte deles tenha relação com a atuação como representantes da categoria à qual pertenciam.

Na tarde desta sexta-feira (29), o crime de que os professores foram vítimas tornou-se mais difícil de ser elucidado. Itamar, a testemunha, sofreu um atentado em Eunápolis. Levou 12 tiros e foi trazido para Itabuna, onde se encontra internado em estado grave, no Hospital de Base.

É provável que o crime cometido contra Itamar tenha sido de encomenda, uma queima de arquivo. Ele sabia demais.

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O assaltante Douglas César de Souza, de 26 anos, que se deu mal na rua Adolfo Leite (Beco do Fuxico) hoje pela manhã, acabou de morrer no Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães (Hblem), informa o repórter Hélio Fonseca, da rádio Difusora.

Logo após assaltar uma mulher, Douglas foi surpreendido por um comerciante, José Antônio Demontier, que tomou o revólver do assaltante e contra ele disparou três tiros.

Antes de morrer, Douglas disse a repórteres que o assalto foi um ato de desespero porque a mulher estava grávida, prestes a parir, e o casal, desempregado, vivia de favores no Conceição, em Itabuna.

A história foi mal contada pelo meliante. A polícia checou que Douglas era fugitivo do Conjunto Penal de Itabuna. Além de nome falso, ele também apresentou endereço falso. Disse que morava na Vila Zara, mas residia na rua Marimbeta, no Conceição.

Abaixo, confira um vídeo do blog Xilindró Web com cenas do socorro ao assaltante.

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O professor Edmundo Dourado diz que não procede informaçãodando conta de fechamento do Colégio Sistema, uma das principais instituições de ensino privado em Itabuna.”Pelo contrário, estamos preparando a escola para o início do ano letivo”, sustentou. As aulas começam no dia 8 de fevereiro para a Educação Básica. Já o pré-vestibular volta na primeira semana de março.

Dourado diz não entender de onde surgiu o boato que foi motivo de nota na coluna do respeitado jornalista Eduardo Anunciação. O professor reconhece que a inadimplência tem dificultado a vida das escolas privadas, mas as adversidades estão sendo superadas.

Edmundo Dourado cita que a inadimplência no Sistema, por exemplo, beirou os 30%. Com as negociações individuais, esse percentual caiu para 24%. “Não seria uma situação que leve ao fechamento de uma escola”, sustenta.

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A Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) acaba de divulgar o resultado do vestibular 2010. O prazo de matrícula vai de 3 a 5 de fevereiro para quem foi aprovado para o primeiro semestre. A matrícula deve ser efetivada no colegiado do curso para o qual o aluno foi aprovado.

São 1.440 vagas para os 29 cursos de graduação da universidade. A instituição colocou à disposição dos vestibulandos um telefone para esclarecer dúvidas relacionadas à divulgação do resultado. O número é o (73) 3680-5070 / 5071.

CLIQUE AQUI E CONFIRA O RESULTADO

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PROCURADO: cartaz com foto de Francisco é distribuído por e-mail.
PROCURADO: cartaz com foto de Francisco é distribuído por e-mail.

– JUÍZA DECRETA PREVENTIVA DE FRANCISCO PAULO

Os internautas sul-baianos se uniram na divulgação de informações que possam levar à prisão do suspeito de matar, a tiro, Eliane Oliveira, no último domingo (24).

A foto de Francisco Paulo Lins da Silva, o suspeito, estampa um cartaz espalhado na rede através de e-mail de parentes, amigos ou de quem se solidarizou à família da ex-secretária da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna.

Eliane Oliveira (“Liu”) foi assassinada na tarde de domingo e o seu corpo foi encontrado no início da noite pelos dois filhos. Logo, Francisco Paulo sumiu. Ele era namorado da vítima.

Na quarta-feira, 27, a delegada Sione Porto concluiu o inquérito do caso e pediu a prisão preventiva do motorista e namorado da vítima.

Logo ao checar a ficha de Francisco, a polícia de Itabuna descobriu que existiam mandados de prisão contra o suspeito em São Paulo (SP) e Goiânia (GO), um deles por homicídio.

O pedido da delegada Sione Porto foi acatado pela juíza Cláudia Panetta, titular da 1ª Vara do Júri da Comarca de Itabuna, que decretou a preventiva.

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LEI SECA nos estádios baianos é "reprovada" pelos torcedores. O protesto aí é da torcida que foi ao Metropolitano de Pituaçu, no BA-VI. Em Itabuna, a torcida local teve engolir (a seco!) os 0x3 sofridos diante do Bahia de Feira (Reprodução do Jornal da Metrópole/Eduardo Martins).
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LEI SECA nos estádios baianos é “reprovada” pelos torcedores, que protestam contra o presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues. A manifestação aí acima aconteceu no Metropolitano de Pituaçu, no BA-VI do domingo passado.

Em Itabuna, a torcida local teve que engolir (a seco!) os 0x3 sofridos diante do Bahia de Feira, na quarta. A imagem acima é uma reprodução de foto de Eduardo Martins, publicada no Jornal da Metrópole.