Tempo de leitura: 2 minutos

Ângela Góes

.

O movimento das pessoas  com  deficiência tem  apresentado propostas para  modificações no Beneficio de Prestação Continuada, o BPC,  baseadas no paradigma da inclusão da pessoa com deficiência. Essas propostas buscam remover os entraves que o BPC, tal como é hoje instituído, representa  para a inclusão no mercado formal de trabalho dessas pessoas.

A  proposta central,  apresentada em conferência, seminário  é mudar a concepção do BPC, para que atenda a quem tem deficiência  e esteja momentaneamente desempregado e tenha renda familiar per capita inferior a ¼ de salário mínimo. Assim, uma vez em um emprego de carteira assinada, a pessoa com deficiência teria seu benefício apenas suspenso (e não mais cancelado), sendo restabelecido automaticamente em caso de demissão.

Por outro lado, a própria existência do BPC, tal como é hoje instituído, potencialmente se  coloca como uma barreira significativa ao próprio processo de inclusão. Isso, ao menos, para o contingente de pessoas com deficiência e baixa qualificação profissional, para quem a alternativa de emprego formal pode significar remuneração idêntica ou muito próxima ao valor do benefício assistencial e assim não compensar o risco de trocar o que é líquido e certo para toda a vida  pelo duvidoso ao passar a ser assalariado sujeito ao risco  de não-continuidade, numa possível demissão.

Portanto, são urgentes as  transformações profunda na sociedade e em seus mecanismos de amparo a esse segmento social para que de fato aconteça sua integração de forma ampla.

É evidente que novos tempos permeiam a vida das pessoas com deficiência,  que esta mais consciente quando exige que seja da sociedade a obrigação de se adaptar à diversidade, ao invés de ser o indivíduo quem deva adaptar suas especificidades a um padrão do “homem ideal” para ter acesso ao que a sociedade oferece.

Ângela Góes é educadora e cadeirante.

6 respostas

  1. Todo mundo sabe que itabuna maltrata os deficientes nenhum desses prefeitos todos que teve aqui se preocupou com os deficientes nos somos tratado como um trapo de gente acham que não temos nosso direitos .esses politicos daqui todos todos vereador prefeito promotor não tão nem aí pro deiciente agente reclama as coisas que sofremos e nada faz até quando vamos continuar?
    Luis Carlos

  2. Gostei da brilahante idéia. Irei apresentá-la a um deputado amigo meu,com a finalidade de transformá-lá num projeto de Lei. Muito inteligente este artigo e esta moça.Só podia ser desta maravilhosa cidade a quem devo tanto.

  3. aprovamos aqui em jequié, em uma confrencia da pessoa com deficiencia de 2008, uma proposta de lei para BPC: para que o deficiente possa receber seu beneficio por ele ser uma pessoa com deficencia e não por ser invalido,e que a pessoa possa ser inserida no mercado de trabalho sem perder seu beneficio, uma vez ja adquirido. A uma grande contradição em relação ao BPC, sabemos que o governo incentiva a pessoa com deficiencia no mercado de trabalho,e que há uma cota para tal, por outro lado o bpc contradiz essa realidade, criando barreiras e impossibilitando a pessoa com deficiencia de ser inserido no mercado de trabalho.

  4. Sabemos que há uma lei de incentivo da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, disponibilizando para cada empresa ou comercio uma porcentagem de vagas para as pessoas com deficiência e por outro por questões técnicas ou burocráticas: estar o BPC que impossibilita a pessoa com deficiência de ser inserida no mercado de trabalho e de ter uma atividade renumerada para complementar sua renda familiar,e acima de tudo se sentir útil, em sua vida: nos aspectos sócios, econômicos e culturais que dispõe um dia a fazer.
    O BPC poderia sim ser suspenso temporariamente após de 2 a 5 anos de admissão depois que a pessoa com deficiência estiver-se estabelecida e efetivada de fato na empresa ou comercio, e caso a pessoa com deficiência vier-se ser demitido de suas atividades e funções o mesmo automaticamente começaria receber novamente seu beneficio uma vez já adquirida

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *