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Maurício Maron | mauricio_maron@hotmail.com
É só terminar a apuração de uma eleição que começamos a projetar o futuro político dos que foram e dos que não foram bem sucedidos nas urnas. Daí chegar-se à conclusão de que, no sul da Bahia, Itabuna acabou tendo melhores resultados nas urnas do que Ilhéus, mesmo considerando o fato de que, na atuação do mandato, dificilmente os políticos eleitos por Itabuna deixarão de enxergar a cidade vizinha – ou vice e versa – ampliando, assim, suas possibilidades eleitorais para um futuro próximo.
Com base em Itabuna, o deputado federal Geraldo Simões conseguiu a reeleição. Mas precisa ficar de olhos bem abertos. Dos quase 76 mil votos conquistados por toda a Bahia, a sua base política lhe rendeu pouco mais de 23 mil votos, número inexpressivo que talvez justifique, dois anos atrás, a derrota da esposa Juçara Feitosa, candidata que foi à Prefeitura de Itabuna. Outro que se tiver interesse em Itabuna deve ficar atento é o deputado federal Félix Mendonça Júnior. Dos quase 149 mil votos obtidos nesta eleição, a cidade só lhe deu 2.500. Muito pouco para quem foi muito e prometeu mais ainda a Itabuna.
No entanto, surgem novas lideranças na nova geografia política da cidade, que podem dar bons frutos em 2012. A semente foi plantada. Wenceslau Júnior, um centrado (apesar de ser de esquerda) político na Câmara de Vereadores, conquistou 13 mil votos somente em Itabuna. Coronel Gilberto Santana, que como militar já atuou na cidade, também foi bem: 12 mil votos. O novo deputado estadual Augusto Castro, obteve quase 8 mil votos em Itabuna e também pode sonhar mais alto.
Talvez, em Itabuna, as duas grandes decepções tenham ficado mesmo por conta do Capitão Fábio Santana, que pode ter tido reflexo da decisão equivocada que teve em 2008, quando retirou uma candidatura a prefeito para apoiar outro candidato que era visto como “adversário político”, e o médico Renato Costa que, com 7 mil votos na cidade, talvez tenha pago pelo erro recente de misturar esquerda democrática com direita nem tão democrática assim, ao aceitar o apoio dos militantes estudantis e, ao mesmo tempo, do ex-inimigo político (dele e da estudantada) Fernando Gomes.
Em Ilhéus, a coisa é mais grave. Bem mais grave. O estado pode ter reeleito Ângela Sousa. Mas a cidade, nem tanto. Tanto que ela ficou em segundo lugar na votação tupiniquim, perdendo para o inexperiente Cacá Colchões. Foram 300 votos de diferença. E a dúvida que fica é se com pouco mais de 13 mil votos em Ilhéus – contando com o apoio do governo municipal – ela teria condições de almejar o Palácio Paranaguá em 2012. E Cacá? Já teve votação expressiva antes e, na eleição seguinte, uma decepção total. É uma interrogação sempre.
Jabes é outro. Abriu mão de uma candidatura sob a alegação de que não teria recursos para conduzi-la. Quem conhece Jabes, sabe que recursos sempre foram queixas suas em todas as campanhas. Me parece que a estratégia foi outra. Não arriscar uma nova derrota, apoiar dois nomes que teriam votação expressiva e guardar uma força – hoje apenas “estranha” – para saber qual seu destino na sucessão municipal. Se foi isso, conseguiu. Vai sobreviver politicamente, pelo menos, por enquanto. Por que os números apontam para uma preocupação muito semelhante com a de Geraldo Simões em Itabuna.
Tanto que Mário Negromonte, seu federal, dos 169 mil votos obtidos, pode computar menos de 6 mil sob a responsabilidade de Jabes. Carletto, seu estadual, teve apenas 5 mil dos 102 mil conquistados por toda a Bahia. Os correligionários de Jabes afirmam incansavelmente que ele é homem de 40 mil votos nas urnas. Pode até ser. Hoje, só mesmo sendo candidato pra saber. Porque nesta eleição, Jabes foi político de repassar apenas cinco mil votos. Se é que todos eles em Ilhéus, computados para os seus candidatos, tiveram mesmo a sua chancela.
Poucos sabem. Mas Josias Gomes, eleito deputado federal, tem o seu domicílio eleitoral em Ilhéus. Teve 5 mil votos na cidade. Com mandato, pode construir bases sólidas em direção ao Palácio Paranaguá. Depende dele e das brigas internas do seu próprio partido, o PT, que termina sendo o seu maior adversário. Já o sindicalista Adalberto Galvão, que já foi vereador em Ilhéus e hoje reside em Salvador, onde milita, é, sem dúvida, a surpresa mais agradável na votação da cidade. Foi o recordista de votos: 16 mil. Sinceramente não sei se Bebeto manteve seu domicílio eleitoral em Ilhéus. Se manteve é peça importante na sucessão de Newton Lima.
Por fim, as decepções. Raymundo Veloso, com mandato nas mãos, obteve 15 mil votos. Em Ilhéus, sua base eleitoral, não chegou a 4 mil. E o seu filho, candidato a deputado estadual, quase a mesma votação do pai no cômputo geral. E um desastre em Ilhéus: pouco mais de mil votos.
Também não se pode – e nem deve – computar única e exclusivamente à liderança do prefeito Newton Lima, os votos vitoriosos de Wagner, Pinheiro e Lídice em Ilhéus. Ele também apoiou e pediu votos para Ângela Sousa e Domingos Leonelli. Não se sabe também a força dele junto à Ângela. Mas o seu federal, Leonelli, sai da cidade com insignificantes 1.200 votos.
Portanto, senhores eleitores, Itabuna leva vantagem ao vislumbrar seu futuro político, por que surgem novas lideranças locais a partir desta eleição estadual.
Ilhéus, pelo jeito, ainda busca o caminho. Um novo caminho. Ao que tudo indica, ainda longe de ser encontrado.
Maurício Maron é jornalista e editor político do site Jornal Bahia Online.

19 respostas

  1. HAHAHA…LEMBRANDO QUE FELIX JUNIOR É O CANDIDATO DE JOELMA E PINHEIRO DA PREFEITURA. POIS OS MESMOS JÁ ESTÃO DE OLHO EM 2012, POIS NÃO SE SABE SE AZEVEDO VAI QUERER SAIR PRA REELEIÇÃO. SENDO ASSIM SOLDADO PINHEIRO E A SECRETARIA JOELMA FICARIA NO PODER POR MAIS 4 ANOS DE 2012 ATE 2016

  2. A votação de Cacá Colchões serve de resposta ao radialista Vila Nova, que o chamou de de Inutil util, seu cadidato que tinha o apoio de 120 cidades segundo ele, teve menos de 15 mil votos. Pelo visto o “jabazinho” mensal vai acabar. Agora é se apoiar em Alisson, Jabes ou tentar uma “ajudinha” de Angela.

  3. Mauricio Maron é claro que
    Em 2012, vamos ter: Felix Junior(12), Fernando Cuma(15), Geraldo cabeça de Pitú/Jussara(13), Azevedo bunda de carurú(25), Wenceslau/Luis Sena(65), Coronel Santana(Talvez!)(19), Roberto Minas Aço(11)
    A briga vai ser boa…

  4. Ehhhh o povo tá é mau pago com esses representates q temos!
    Um conseguiu se eleger pq comprou muitos votos, como fez com a irmã, aquela inutil q estar na Camara de Vereadores de Itabuna!
    Tomare q Santana cumpra tudo q prometeu, vamos ver!
    cap. faabio perdeu pq o povo ainda estar com a memória fresca, da merda q ele fez qud se juntou com Juçara!
    Verdade seu Maron, Geraldo tem q ficar com os olhos bem abertos aqui em Itabuna, pois foi ganâncioso demais, qud quis lançar sua esposa a prefeita de Itabuna, só p/ ñ perder a boquinha da Camara do Deputados.
    Ohhhhhhhhhhhhhhhhh raça

  5. Todos já sabemos que eleição é coisa séria e complexa.
    Em 1989, o país deixou que boatos, piadas e mentiras derrotassem Lula e dessem a vitória a Collor. E o governo Collor foi um desastre total.
    O quadro eleitoral demonstra que a votação de Marina serviu apenas para dar sobrevida à Serra, e provocar um 2º turno.
    No 2º turno, o DEM/PSDB estará bem mais forte e unido (por ex: Aécio Neves, Anastasia e Alckmin já eleitos e juntos no palanque de Serra) e terão apoio do PV (já declarado pelo presidente do PV) – e das grandes empresas corporativas de jornalismo – e farão o possível e impossível (inclusive o que já fazem nos últimos dias: boataria, mentiras, denuncismo, dedurismo e promessas) para conquistar a presidência – e assim poder de fazer um governo FHC 3.
    Ou seja, podemos voltar a um projeto que possivelmente trará de volta o neoliberalismo e o câmbio pro-dólar, com a desvalorização do real por decreto. Vão querer diminuir o estado, brecando os concursos públicos, fomentando a velha demissão voluntária, privatizando o pré-sal, ampliando a privatização do setor petrolífero (eles já quebraram o monopólio do petróleo no Gov. FHC 2 e entregaram as teles e a Vale do Rio Doce praticamente de graça). Certamente vão abandonar as universidades federais de novo. Será um governo da elite política, em detrimento do resto do país, sobretudo com uma visão elitista sobre o povão e sobre o norte-nordeste. É triste pensar nessa possibilidade, caso o conservador Serra ganhe a eleição.
    Quero crer que muita gente já está fazendo este meu raciocínio antes de votar no 2º turno. E votará em Dilma, mesmo tendo apoiado Marina. Se o DEM/PSDB virar o jogo e ganhar o 2º turno, o que será do país, sem o projeto de Lula?
    Teremos muita saudade do governo Lula – como o Chile tem saudade de Allende até hoje, porque não soube apoiá-lo quando ele tanto precisava. O Chile deixou-se levar pela onda liberal, não apoiou Allende; e perdeu uma chance histórica de criar uma sociedade mais igualitária na América Latina. A onda liberal no Chile levou à queda de Allende e à ditadura Pinochet. Temo que a chamada “onda verde” (que só apareceu agora, na eleição! ) no Brasil leve à queda do projeto Lula.
    Quem votou em Marina, votou duas vezes em Serra no 1º turno, ao impedir a eleição imediata de Dilma. Temo que os votos que Serra terá no 2º turno (provocado por Marina) poderá elegê-lo presidente. Por isso não fique de braços cruzados, mande e-mail, use o telefone, visite pessoas, peça voto pra Dilma e ajude a salvar principalmente o sul da Bahia e seus projetos.
    Pensemos nisso com cuidado antes de votar.

  6. Não podemos nos esquecer de outro figurão da politica itabunense, o senhor Fernando Gomes, que segundo seus correligionários mais apaixonados “ganha eleição sentado em casa”. Como cabo eleitoral foi um desastre, poder de transferência fraco; seus indicados tiveram votação pífia em Itabuna: Renato Costa, Geddel, e Lucio Vieira apesar de “bombar” no Estado, em Itabuna teve votação de vereador.

  7. Acredito que as últimas viagens do Jornalista Mauricio Maron não lhe fizeram muito bem.
    Por incrivel que pareça, ele que sempre foi um analista equilibrado e sapiente da política da terra de São Jorge dos Ilhéus, neste seu artigo, meteu os pés pelas mãos e fez uma leitura completamente incorreta do nosso momento político.
    Para resumir a impropriedade das colocações de Maurício, eu diria que é risívelm isto mesmo, RISÍVEL, ele dizer que Bebeto é peça importante na sucessão de Newton Lima.
    Mauricio, o povo de Ilhéus conhece bem Bebeto e o quer longe, bem longe da nossa terra, até para não voltar a cometer as loucuras que fez na sua vida de sindicalista e de vereador.
    Menos Mauricio, menos. Ou será que como Bebeto é do PSB, mesmo partido do Prefeito, isto é um balão de ensaio, para avaliar a aceitação de Bebeto vir a ser o candidato de Newton???
    Se for, com certeza, Ilhéus não merece isto.
    Observador

  8. Só tem um jeito dos referidos Deputados mudarem essa situação: Trabalhar, trabalhar e trabalhar por Itabuna e região, …!!!
    A oportunidade foi dada novamente, …!!!

  9. Burrice
    A grande idéia de Geraldo ter colocado sua esposa Jussara Feitosa pra disputar as eleições em 2008 passando por cima do resto do partido, deu no que deu…Ele não respeitou ninguém tudo isso em benefício próprio.
    Observo que enquanto Geraldo manter MIRALVA MALVADA na presidencia do diretório municipal, adeus retorno ao centro administrativo.
    O povo daqui está ficando inteligente pra votar: Foi cacete em Capitão Fábio, porrada em Geraldo e ai se o capitão Azevedo(prefeito de faz de conta) for tentar reeleição vai tomar uma lavada histórica !!

  10. Maurício,
    Lhe adimiro como jornalista, mas como analista político o amigo deixa a desejar: está clara a derrota política do prefeito Newton, pois a deputada Ângela, que obteve 15.000 votos em 2006, agora vê seu eleitorado reduzir para 13.000. Com a ajuda da máquina era para Ângela ter pelo menos 20.000 votos. Os votos de Leonelli, candidato do prefeito para federal, ficou abaixo dos 1.300 votos. Uma vergonha!
    Creio que Jabes saiu numa boa, pois dar 6.000 (faltou apenas 102)votos a um deputado desconhecido é preciso ter liderança. O que me assusta é você, que tenho em grande conta, colocar em dúvida o apadrinhamento dos votos de Negromonte. É claro, como seus olhos, óbvio como sua proeminente barriga e ululante como seus sussurros no cafezinho de Conceição, que o padrinho político dos votos de Negromonte foi Jabes. Creio que as águas do Rio Amazonas lhe deixou desnorteado, ao ponto de cometer esse “equívoco interpretativo”.

  11. È isso aí seu Marom.Pelo que Geraldo truxe para Itabuna no (des) governo de Azevedo a votaçao foi muito boa!Em compensaçao Itabuna trocou um capitao por um Coronel que tem moral e sabe mandar,e tb deu muitos votos e a eleiçao a Castro, um jovem com uma visao empresarial madura com pensamento macro! Ganhou Itabuna!

  12. Só sei que se Wenceslau sair pra prefeito em 2012, meu voto é dele.
    Geraldo, sai pra vassoura de bruxa
    Fernando, sai pra lá Cuma
    Azevedo, sai pra lá Muleque

  13. AMIGO MARON, VÇ PRECISA OUVIR MAIS AS RUAS.
    ANGELA FOI DERROTADA PELO POVO DE ILHÉUS. TERÁ SEM DUVIDA UMA NOVA OPORTUNIDADE DE TRABALHAR.
    ACREDITO Q JABES SAIU FORTALECIDO.
    CACÁ NÃO SEI NÃO, ACHO Q ELE MESMO ESTÁ DECEPCIONADO.

  14. Mauricio:
    Vôcê que acha que Bebeto é um nome forte para a Prefeitura de Ilhéus, devia explicar onde Bebeto arrumou tanto dinheiro para fazer campanha.
    Ele foi um dos que mais gastou. Teve uma campanha milionária. Será que usou dinheiro do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil que ele preside? Se usou, é crime, e isto precisa ser apurado.
    Fiscal

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