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Na arte de Pierrot Sampaio, novo milagre de Irmã Dulce.

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Loiola (à esquerda) recorre ao "salvador" Azevedo.

A Polícia Federal foi acionada pela Caixa Econômica para apurar um esquema fraudulento de tomada de empréstimos consignados na Câmara de Vereadores de Itabuna. O rombo na rede bancária é estimado em mais de R$ 1,5 milhão.
A maior parte dos empréstimos era tomada por vereadores utilizando nomes de assessores que logo depois eram retirados da folha de pagamento, mas não eram exonerados.
Situação mais complicada é a do presidente da Casa, Clovis Loiola (PPS). Assessores lotados em seu gabinete eram obrigados a tomar empréstimos consignados e a repassar, pelo menos, 60% do dinheiro ao presidente, conforme revelou seu ex-chefe de gabinete, Eduardo Freire.
A estratégia renderia a Loiola em torno de R$ 200 mil. Segundo denuncia Freire, oito “assessores” foram utilizados por Loiola no esquema. Dos envolvidos, ninguém faz mais parte do gabinete do presidente da Câmara de Itabuna.
Loiola tem se agarrado ao prefeito Azevedo para não ter a cabeça “degolada” ao final das investigações de esquema de corrupção milionário no legislativo municipal.
A Caixa Econômica, via superintendência regional, sinalizou que não irá amaciar para o Legislativo e cobrará toda a dívida. Mesmo caminho seguirão Banco do Brasil e Bradesco.
Parte do esquema assemelha-se ao  desfalque de R$ 1,5 milhão que funcionários da Ceplac “ensaiaram” há dois anos contra a Caixa (relembre aqui). A diferença é que no caso ceplaqueano os devedores venderam bens para saldar a dívida com o banco e encerrar inquérito na PF. 74 servidores federais foram indiciados.

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O depoimento que o motorista Adélio Silva Costa prestou à delegada Marilene Aboboreira, no Complexo Policial de Itabuna, será determinante para fisgar mais gatunos na prefeitura de Itabuna, além do diretor de Obras, José Pascoal de Brito.
Adélio foi preso ontem transportando material de construção da prefeitura para a casa de praia do diretor de Obras da Secretaria de Desenvolvimento  Ubano, no litoral norte de Ilhéus (relembre a história aqui).
Beneficiando-se de uma  delação premiada, Adélio livrou-se do flagrante e afirmou que outros ocupantes de cargos de primeiro e segundo escalões da prefeitura participavam do esquema de desvio de material de construção adquiridos pelo município. Os nomes estão sendo investigados, mas o setor de inteligência do governo já sabem quem são as pessoas.
O Pimenta conversou com o secretário de Administração de Itabuna, Gilson Nascimento. Segundo ele, o prefeito ficou “indignado” com o amigo Pascoal de Brito e determinou que se apurasse tudo. Pascoal teria abusado da confiança de Azevedo.
Gilson disse que ainda ontem Pascoal tentou invadir o depósito da prefeitura, na Adei, mas foi impedido por guardas municipais. “Ele não poderá entrar mais naquele local e até os bens que lhe pertencem somente serão entregues ao final de processo administrativo”, afirma o secretário.
A Operação João-de-Barro já tira o sono de peixe graúdo na prefeitura. Ninguém mensura, ainda, o poder de destruição do depoimento do motorista Adélio, um homem que presta serviços à prefeitura há cinco anos e que diz estar há cinco meses sem receber.

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Da coluna Tempo Presente (A Tarde):
Dois consensos em torno dos 500 cartórios baianos, ambos atípicos:
1) São os únicos do País estatizados.
2) São também, disparadamente, os piores do País, campeões absolutos em matéria de maus serviços. Um simples reconhecimento de firma leva horas em longas filas.
A solução dessa questão está num projeto de lei que tramita na Assembleia sobre o qual não há consenso. Já sofreu em torno de 134 emendas, desfigurou o projeto original do Tribunal de Justiça, que institui mecanismos para “retirar os vícios” e, principalmente,manter parte dos cartórios estatizados (os mais antigos), o que os deputados não aceitam, segundo o presidente da Assembleia, Marcelo Nilo.
– Vou procurar a presidente do TJ, desembargadora Telma Brito, para conversarmos. Não é justa a privatização parcial.
A presidente Telma Brito, por seu turno, admite a precariedade dos serviços, está disposta a conversar, mas não gostaria de ver a proposta do TJ desfigurada.
– O essencial é que o meu compromisso é arrumar a Justiça. Isso inclui os cartórios. Quando eu sair, estará tudo arrumadinho.
No caso dos cartórios, que seja já. Os protestos já estão virando clamor.

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A praia de Itacarezinho é considerada uma das mais belas do mundo

A estrutura será das melhores, o cenário é de paraíso e as atrações prometem fazer do próximo reveillon da Praia de Itacarezinho, em Itacaré, a melhor opção para a virada do ano na Bahia. A passagem para 2011 será animada na areia pelos tambores do Olodum e DJ Agenor, conhecido por suas atuações no Brazilian Day de Nova York. No dia 1º, a praia terá show da banda Jammil.
Segundo os organizadores, a festa da virada será restrita a um público de 1.500 pessoas, apesar de o espaço comportar mais de 3 mil. “A nossa intenção é a de que todos fiquem acomodados confortavelmente e sejam servidos com qualidade”, explica Yuri Meira Chaves, coordenador do evento.
À frente da equipe que organiza o reveillon da Praia de Itacarezinho, Chaves recebeu membros da imprensa regional no dia 10, no próprio cenário da festa, para apresentar o projeto. Ele explicou que a proposta é estabelecer um diferencial, “com um reveillon pensado de maneira séria, com atrações e serviços de alto nível”.
Clique AQUI para visitar o site da festa.

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Depois de aparecer na mídia pela realização de uma obra com supostas agressões à natureza em uma Área de Proteção Ambiental em Itacaré, o empresário Guilherme Leal, dono da fabricante de cosméticos Natura, está novamente na mira do Ibama.
Leal é acusado de biopirataria e levou uma multa R$ 21 milhões. Segundo o Ibama, a Natura deve responder por acessos à biodiversidade supostamente irregulares. A empresa tem até o dia 24 deste mês para recorrer da multa.
O empresário foi candidato a vice-presidente na chapa da senadora Marina Silva (PV) e também o maior doador da campanha da ex-presidenciável, com R$ 11,9 milhões oficialmente declarados ao TSE. Leal é apontado pela revista Forbes como um dos homens mais ricos do Brasil.

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Marco Wense
A onda contrária ao retorno da CPMF é alimentada pela dúvida em relação aos milhões de reais que serão arrecadados, já que existe a “promessa” de que todo o din-din é para o sistema de saúde.
Se houvesse a certeza (100%) de que a contribuição seria direcionada para a melhora da saúde pública, com uma implacável fiscalização, punindo severamente os responsáveis por qualquer desvio, a defesa da CPMF seria inabalável.
Ninguém, pelo menos em sã consciência, seja capitalista, comunista, socialista, direita, esquerda, iria questionar uma iniciativa do governo para amenizar o sofrimento dos mais pobres.
Quanto ao aspecto político, mais especificamente da política partidária, os tucanos, exercendo o democrático exercício oposicionista, criticam a presidenta eleita Dilma Rousseff, que na campanha era contra qualquer tipo de imposto e, agora, defende a volta da CPMF.
Vale lembrar que o mais árduo defensor da ressurreição do imposto sobre o cheque é o governador eleito de Minas, o tucano Antonio Anastasia, que não tomaria essa posição sem antes consultar Aécio Neves, seu criador e principal liderança do PSDB (2).
Geraldo Alckmin, eleito governador de São Paulo, figura de destaque do PSDB (1), só é contra a CPMF quando é questionado por jornalistas. Mas, nos bastidores, longe dos holofotes, é também um entusiasmado defensor.
Para acabar com o disse-me disse, que fulano é contra ou favor, fica a seguinte sugestão: quem é contra, diz logo de público e não aceita um tostão. Quem é favor, assume um eventual desgaste.
O que não pode é essa demagogia, essa tapeação assentada em posições dúbias, sendo, concomitantemente, a favor e contra a CPMF. Pela manhã, CPMF mais nunca. Na calada da noite, CPMF já.
METAMORFOSE
Os tucanos, tanto do PSDB (1) como do PSDB (2), estão sobressaltados com o Lula pós-eleição. Os petistas, por sua vez, estão espantados com o José Serra depois do término da campanha eleitoral.
Durante a campanha presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva pregava o “extermínio” da oposição. Os oposicionistas ficaram tiriricas da vida com o petista-mor. Agora, Lula defende que a oposição e o governo “respeitem-se mutuamente e divirjam de forma madura e civilizada”.
Já José Serra, que segundo FHC tem uns demônios que nem ele mesmo consegue controlar, diz agora que Lula “pratica um populismo cambial”, “o governo é populista de direita na área econômica” e o país vive um “processo claro de desindustrialização”.
O José Serra de ontem, além de colocar a imagem de Lula no seu programa no horário eleitoral gratuito, dizia com todas as letras, em alto e bom som, que “Lula estava acima do bem e do mal”.
Lula, como uma espécie de Deus na terra, não partiu da então candidata e companheira Dilma Rousseff. O tucano José Serra, assombrado com a popularidade do petista, se encarregou de colocá-lo acima do bem e do mal.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Hospital registra novo desabamento em mesma enfermaria.

Parte do teto de uma das enfermarias do Hospital Calixto Midlej Filho desabou por volta das 3 horas da manhã deste domingo (14). Ocorreu um princípio de pânico, mas não houve feridos.
O acidente aconteceu na enfermaria Francisco Ferreira, conforme relatos de funcionários, sendo o segundo desabamento nesta mesma ala. O primeiro foi registrado no dia 13 de abril do ano passado.
Funcionários do Calixto Midlej acreditam que a causa do desabamento pode ter sido a forte chuva do final de noite de sábado e madrugada deste domingo.
“O teto estava em condições precárias, apesar do desabamento ocorrido no ano passado”, assinala um funcionário que não se identifica, segundo ele, por causa do clima de perseguição na Santa Casa de Misericórdia de Itabuna.

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A pouco mais de 45 dias de passar o bastão para a sua sucessora, Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de virar personagem de história em quadrinhos. Sua biografia em HQ foi lançada pela editora Sarandi e é o primeiro número de uma série sobre personalidades que marcaram o Brasil.
“Luiz Inácio Brasileiro da Silva” (esse é o título da história) transcorre em flash back, começando com a cúpula do G-20 em 2009, quando o presidente norte-americano Barack Obama saudou Lula como “o cara”. Deste ponto, o “retrovisor” conta toda a trajetória do líder mais popular da história do Brasil, que nasceu em uma família humilde do interior de Pernambuco, seguiu para o Sudeste num “pau-de-arara”, até virar torneiro mecânico, sindicalista, fundador do Partido dos Trabalhadores e, após três tentativas frustradas, presidente da República em 2002.
Lula deixará o governo com uma aprovação superior a 80%, algo inédito na história do Brasil.

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JORNALISMO NO TEMPO EM QUE SE SONHAVA

Ousarme Citoaian

Em outros tempos e costumes, o jornalismo era praticado como uma espécie de sacerdócio (o termo foi mais comumente usado para os professores e vai aqui empregado por falta de outro mais adequado). Habitadas por poetas e boêmios, as redações muito diferiam de hoje, pois tinham poucos “profissionais” e muitos sonhadores. Era a época do revisor (que escoimava o texto de eventuais solecismos) e do copidesque (garantia de que o texto saisse da oficina sem um defeito). Mas o meu preferido nessa fauna sempre foi o mancheteiro, o cara que fazia as manchetes.

RAPIDEZ, CRIATIVIDADE, PODER DE SÍNTESE

Fazer boas manchetes não é fácil: exige do redator poder de síntese, rapidez e criatividade, dizer o que precisa num espaço limitado (a quantidade de toques)  – e fazer isto tudo sob pressão do tempo, pois a gráfica está gritando que é hora de fechar. O jornalista Wilson Ibiapina reuniu algumas jóias de craques na complicada arte das manchetes. Uma de Felizardo Montalverne (chefe de redação do Correio do Ceará): “Todo fumante morre de câncer, se outra doença não o matar primeiro”. No Rio, O Dia teve um dos mais famosos mancheteiros de nossa imprensa: Santa Cruz. Vejamos alguns casos, a seguir.

JÂNIO EM CAMPANHA: DA FARSA À COMÉDIA

Sobre a mulher traída que castrou o marido: “Cortou o mal pela raiz”; ao padre prefeito que autorizou o aumento do preço da carne: “Padre não resiste à tentação da carne”. É comum que suicidas se joguem da ponte Rio-Niterói, mas o delegado Almir Pereira preferiu dar um tiro na cabeça, e A Notícia viu assim o tresloucado gesto: “Atirou em vez de se atirar”. Jânio (foto) volta do exterior em 1962 e desfila num bonde de Vila Maria, em São Paulo, com boné de motorneiro. A manchete da Última Hora foi “Jânio Quadros: da farsa da renúncia à comédia da volta”. É a minha preferida.

MORRO DESMORONA SOBRE CANDIDATA DO PT

Os grandes jornais, perdida a antiga verve, se nivelam em falta de graça. Os regionais tratam o leitor como se criatividade fosse artigo proibido nas redações. Duas manchetes ilustram bem os dois casos: o JB (recentemente falecido), em 10/2/2010, ao anunciar a vitória da Beija-Flor, exaltou a segunda colocada: “Tijuca, inovadora intrusa no reino da Beija-Flor”; o Agora (de Itabuna), em 27/10/2010: “Serra esmaga Dilma em debate da Record”. Da primeira, nada se entende. A segunda nos faz pensar que uma serra (ou um morro) deslizou sobre o estúdio da tevê, levando a presidenta desta para melhor.

TROCADILHO: UMA “FEBRE” RECIDIVANTE

No começo do século XX, o trocadilho (do francês jeu de mots = jogo de palavras) era quase uma febre. Depois, como toda moda, perdeu o encanto e passou até a ser considerado coisa de mau gosto, subliteratura. Pois eu o acho estimulante, desde que feito com inteligência e oportunidade. A política, bom campo para esse exercício, me traz à memória três casos: 1) Getúlio Vargas, dito “Pai dos pobres”, foi chamado por um opositor de “Mãe dos ricos”; 2) à divisa integralista “Deus, Pátria e Família”, o Barão de Itararé (foto) respondeu no seu A Manha com “Adeus, Pátria e Família”; 3) em final de campanha, Dilma surpreendeu, ao dizer: “a oposição está de serra abaixo”.

ANTÔNIO VIEIRA (O PADRE) ERA DO RAMO

Trocadilhos, versos mordazes, críticas candentes aos costumes da época (sobretudo aos políticos) fizeram a fama do mais perverso dos trocadilhistas brasileiros, Emílio de Menezes. Tal gênero também foi cultivado, pasmem, pelo circunspecto padre Antônio Vieira. É de sua lavra a frase “Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias”. De Emílio (que atirou seu veneno sobre Ruy Barbosa, a Academia Brasileira de Letras e quem mais estivesse próximo) todos sabem pelo menos um dito espirituoso, pois eles existem à mancheia no livro clássico Emílio de Menezes, o último boêmio (Raimundo de Menezes/1949, Coleção Saraiva, só disponível nos melhores sebos).

ALBERTO HOISEL, O SATÍRICO DA REGIÃO

Deixando de lado os nacionalmente famosos, não resisto a citar alguns calembures da lavra do satírico ilheense Alberto Hoisel, do livro Solo de Trombone (Antônio Lopes/2001, disponível na Editus/Uesc). Sobre o advogado Tandick Rezende, baixinho (pouco mais de 1,50 m), parceiro de cerveja, Hoisel deu a sentença: “Ele bebe para ficar alto”; quando o ascensorista o avisou de que o elevador do Banco Econômico estava “quebrado”, ele se deu por feliz: “Ainda bem que não foi o banco”; o atraso no noticiário do Diário da Tarde ele analisou assim: “Com vocação vitalícia/ Para a imprensa sem alarde/ Até a própria notícia/ Nosso diário dá…tarde!”.

TROCADILHISTA QUE NÃO TROCA DE LISTA

A quadrinha satírica tem no trocadilho uma ajuda decisiva para sua força, graça e maldade, como mostra o satírico ilheense. Certo Nacib definiu Alberto como “um dos maiores trocadilhistas do país” e ele fez sua profissão de fé integralista ao responder ao elogio: “Se a exceção foge à regra,/ Nacib que tenha em vista:/ Este é um que a lista integra/ E nunca troca de lista”. Ou, escrita num guardanapo na boate Night and Day (Rio de Janeiro), homenagem ao jornalista Fernando Leite Mendes (na foto, ao microfone), seu companheiro de mesa: “Lei! Tu sempre foste errada,/Por isso ninguém te entende…/E sem que faça piada/Eu te digo: ´Lei, te emendes!´”.

ELIS SE ACHAVA A PRÓPRIA LIZA MINELLI

Procuro no Google e não encontro (prova de que nada é perfeito) este causo envolvendo Elis Regina e o (dentre outras coisas) produtor musical Luiz Carlos Miéle. Então, vamos à memória: a cantora, recém-chegada de Porto Alegre, novinha em folha, discutia com o produtor o cachê para um show no Beco das Garrafas, reduto da Bossa-Nova nos anos sessenta, no Rio de Janeiro. Quando disse o preço, Miéle estrilou: “Você acha que é alguma Liza Minelli?” – e a desconhecida e ousada Elis Regina respondeu, na tampa: “Acho”.  Elis era assim: corajosa, atrevida, competitiva, sabendo onde ficava o próprio nariz (um pouco arrebitado, é verdade).

A IMPRESSIONANTE MUDANÇA DAS COISAS

Miéle (foto), hoje com mais de 70 anos, está envolvido em muitas dessas histórias engraçadas, algumas como personagem central. Como esta, que o mostra um tanto desligado do mundo. Ele conta que, há alguns anos, entrou numa loja de música e pediu para ver uns discos de Frank Sinatra. O vendedor fez cara de compaixão, como se achasse que o cliente estava esclerosado. Ofendido com o aparente desdém do cara, Miéle reclamou: “Vai me dizer que nesta loja não existe disco de Frank Sinatra?”, ao que o vendedor, como se falasse a uma criança, explicou: “Não, Miéle, é que não existe mais disco”. O produtor saiu, dizendo-se “triste, com a impressionante mudança das coisas”.

NO BRASIL SÓ DUAS CANTORAS: “GAL E EU”

Voltemos a Elis Regina. Muitos anos e declarações polêmicas mais tarde, ela – falando de cantoras brasileiras – disse: “No Brasil, só há duas que cantam, Gal e eu”. Se aceitássemos como verdadeira esta apaixonada avaliação, só nos restaria uma grande cantora (Elis morreu em 1982, aos 37 anos). Sem critérios técnicos, mas apenas por preferência, acho que as duas são nossas maiores intérpretes. Prefiro Elis, pois vejo certa frieza técnica em Gal, mesmo assim “a cantora” baiana. Minha lista tem Alcione, sem esquecer que Ângela Maria é referência nacional, até para Elis Regina. E ela estava em dia de modéstia: disse “Gal e eu”, não “Eu e Gal”.
</span><strong><span style=”color: #ffffff;”> </span></strong></div> <h3 style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!</span></h3> <div style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as

UMA CANÇÃO QUE “TODO MUNDO” GRAVOU

Wave, um dos temas mais famosos de Tom Jobim, teve a versão cantada lançada por João Gilberto, no disco Amoroso, de 1977. Depois, ganhou o vasto mundo nas gravações de artistas diversos, dentre os quais Gal Costa, o próprio Tom, Ella Fitzgerald, Rosa Passos, Elis Regina, Sarah Vaughan, Leny Andrade (foto), Stan Getz, Joe Henderson, Wilson Simonal, Frank Sinatra e Anita O´Day (que abria e encerrava seus shows com esta música). No vídeo, Gal, impecável como sempre.

(O.C)

(O.C.)