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O Rio Cachoeira, de passado glorioso e de inglório presente, está às portas da morte.
Assassinado por aqueles que deveriam preservá-lo.

Daniel Thame
Esqueçam os poemas, as canções, os quadros.
Esqueçam os artistas que, cada qual com sua arte, o eternizaram.
Esqueçam o passado.
E, muito provavelmente, esqueçam o futuro.
Porque não há futuro diante de uma morte tantas e tantas vezes anunciada.
O Rio Cachoeira, dos poemas, das canções e dos quadros, agoniza.
O Rio Cachoeira, de passado glorioso e de inglório presente, está às portas da morte.
Assassinado por aqueles que deveriam preservá-lo.
Poemas, canções e quadros podem exaltar belezas, mas não salvam rios.
Não salvaram o Rio Cachoeira.
Porque a salvação do Rio Cachoeira depende de ação, quando o que se verifica na realidade é a completa omissão.
Sobram promessas e escasseiam realizações que possam evitar o fim eminente.
A morte do Rio Cachoeira, tantas vezes anunciada até como maneira de alertar as pessoas, agora parece inexorável.
Porque cada dia que passa é um dia a menos num processo de salvação que não chega nunca.

Mergulhões nadam no rio poluído. "Bolhas" denunciam "qualidade" da água (Foto Zeka/Pimenta).

O Cachoeira hoje é um rio fétido, sujo, quase um insulto à natureza, ela que foi tão generosa a ponto de dar a Itabuna um rio caudaloso, de águas vibrantes, como a cidade que ele viu nascer, um século atrás.
O rio que era orgulho, agora se transformou em vergonha, não por sua própria culpa, por culpa dos que, durante décadas, o maltrataram.
Seu leito tornou-se um canal de esgotos, suas margens transformaram-se em depósito de lixo.
As garças ainda resistem, mas já dividem espaço com os urubus.
O rio vivo é cada vez mais um rio sem vida, triste legado às novas gerações.
A cidade assiste, impassível, a morte de um rio que a viu nascer e crescer.
Como se a morte de um rio fosse um processo natural, inexorável.
Não é.
Porque o que está ocorrendo com o Rio Cachoeira não tem nada de natural.
É um assassinato.
Frio, cruel e desumano.
Salvemos o Cachoeira.
Se é que ainda há tempo para isso…
Daniel Thame é jornalista, blogueiro e autor de Vassoura.
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No encontro que o PCdoB realizou na noite desta sexta-feira, 19, em Itabuna, para discutir o cenário político e o projeto para 2012, a deputada federal reeleita Alice Portugal deu a entender que o vereador Wenceslau Júnior tem a preferência do partido para uma candidatura a prefeito.
Wenceslau disputou vaga na Assembleia Legislativa nas últimas eleições e ficou na primeira suplência do PCdoB, com 31 mil votos. Em Itabuna, saiu das urnas como o mais votado entre os candidatos a deputado estadual. Um resultado não garantiu a vitória, mas deu moral ao vereador, que é também o coordenador regional dos comunistas.
Para Alice, “a votação expressiva que o PCdoB obteve no sul e extremo-sul da Bahia credencia o partido a indicar nomes para a disputa municipal em diversas cidades da região”. Em Itabuna, Wenceslau deverá disputar a indicação com o presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, e o ex-vereador Luís Sena, que foi vice na chapa da petista Juçara Feitosa em 2008.
Claro que a candidatura própria é só uma possibilidade. No encontro de ontem,  comandado pelo presidente estadual da legenda, deputado federal Daniel Almeida, os comunistas salientaram que estará aberto o diálogo com outras forças do chamado campo progressista.
Tem cara de novela repetida.

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A matéria distribuída pela Prefeitura de Itabuna, com críticas à Sesab, causou reação em Salvador. Por meio de nota, o secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, afirma que o governo baiano tem ajudado o Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães e – como já explicitou em outras ocasiões – informa que o Hblem é, “de longe”, o hospital municipal que mais recebe recursos do Estado.
“Já dobramos os recursos repassados, em apenas dois anos”, declara Solla, acrescentando que, exceto a hipótese de estadualização, qualquer ajuda extra esbarra na legislação. “Sob a gestão da Sesab, poderemos recuperar o Hblem, como fizemos com o Hospital Luiz Viana Filho, em Ilhéus, e com o Hospital Prado Valadares, em Jequié, entre outros”.

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O maior desejo da legenda é um grande pesadelo. Ou seja, Juçara Feitosa Juçara Feitosa como vice na chapa encabeçada por Davidson Magalhães, Wenceslau Júnior ou Luís Sena.

Marco Wense
Aquela velha e surrada tática de lançar candidatura própria para depois negociar o cargo de vice-prefeito, como aconteceu no último processo sucessório, não está mais nos planos dos comunistas de Itabuna.
Parece que agora é sério. Não é mais uma empulhação eleitoral do PCdoB. Aliás, o projeto de ter candidato a prefeito em 2012, além da unanimidade no diretório municipal, tem o apoio entusiasmado do comando estadual.
O maior desejo da legenda, que faz parte do sonho de todos, até mesmo dos mais pessimistas, é um grande pesadelo. Ou seja, a petista Juçara Feitosa como vice na chapa encabeçada por Davidson Magalhães, Wenceslau Júnior ou Luis Sena.
Em relação aos prefeituráveis do PCdoB, a impressão que começa a ganhar corpo é a de que o partido vai tratando a pré-candidatura de Sena com desdém, priorizando os nomes de Davidson e Wenceslau.
Pessoalmente, até mesmo por uma questão de amizade, torço para que Luis Sena seja o nome do PCdoB. Reconheço, no entanto, que Davidson Magalhães é o melhor candidato para disputar a sucessão de 2012.
É evidente que qualquer pesquisa de intenção de votos, como critério para definir o candidato do Partido Comunista do Brasil, vai colocar Sena e Wenceslau na frente do ex-vereador e presidente da Bahiagás.
Acontece que Davidson, por ser mais preparado e experiente, com um discurso mais incisivo, é a opção do PCdoB que pode crescer durante o processo sucessório, principalmente nos embates com os adversários.
A opinião de que o PT terá dificuldades em se coligar com os partidos que compõem a base aliada do governo Wagner, independente de quem seja o candidato, se Juçara Feitosa ou Geraldo Simões, incentiva a disputa no PCdoB.
O partido enxerga na próxima eleição a maior oportunidade de comandar o cobiçado Centro Administrativo Firmino Alves. Além do PDT, PR, PV, PSB, PPS e outros partidos pequenos, os comunistas esperam o apoio da ala do PT anti-geraldista.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Curiosa a postura de vai-e-vem do prefeito de Itabuna com relação à proposta de estadualização do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães. O município, como se sabe, já se mostrou há muito incompetente para gerir a instituição e o governo esteve inclinado à entregar o Base ao Estado, mas a história parece ter mudado.
Nesta sexta-feira, 19, o Azevedo usou canais “extraoficiais” para distribuir um material em que bombardeia com críticas a Secretaria da Saúde do Estado, queixa-se de perdas de R$ 10 milhões ao mês com o fim da gestão plena da saúde pelo município e nega que a estadualização do Hospital de Base seja a solução.
O material deixa evidente a sede por recursos financeiros, mas o governo até o momento não revelou competência para cuidar de uma área delicada como é a saúde.

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Apesar das propostas de emenda ao regimento interno da Câmara de Vereadores de Itabuna, que têm o objetivo de impedir a posse da nova mesa diretora do legislativo, o vereador Roberto de Souza (PR) afirma estar tranquilo. É ele o presidente eleito para comandar a casa a partir de 2011, numa construção que a bancada governista trabalha para implodir.
Os projetos de emenda iniciaram sua tramitação nas comissões técnicas na semana passada, em uma sessão na qual a oposição levou “bola nas costas”. Mesmo assim, Roberto de Souza diz que não há possibilidade da próxima mesa ser desfeita.
O vereador é visto como ameaça pelo governo, principalmente depois que o prefeito José Nilton Azevedo teve suas contas rejeitadas pelo TCM. O parecer do tribunal deverá ser apreciado no ano que vem pela Câmara e o prefeito mais do que nunca depende de um quadro político favorável.

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A criação de consórcios municipais é, para a Associação dos Municípios do Sul, Extremo-Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc), a melhor maneira de enfrentar problemas como a destinação do lixo. A entidade já firmou parceria com as secretarias estaduais do Desenvolvimento Urbano (Sedur) e do Planejamento (Seplan) com o objetivo de implantar o Consórcio Intermunicipal do Território Litoral Sul.
Esse consórcio reunirá 26 municípios, cujas Câmaras de Vereadores deverão autorizar sua formação. De acordo com o presidente da Amurc, Moacyr Leite, a gestão consorciada de aterros sanitários é uma recomendação contida no Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
Um dos municípios sul-baianos que enfrentam maior problema com a destinação dos resíduos é Ibicaraí. Recentemente, matéria do jornal A Tarde mostrou que o lixão da cidade já está saturado, com lixo e chorume sendo despejados no Rio Salgado e ao longo de uma estrada que dá acesso à BR-415.
Leite acredita que o problema de Ibicaraí poderá ser resolvido com a criação de um subconsórcio, reunindo, além daquele município,  Barro Preto, Floresta Azul, Itapé e Almadina.

Foto de Luiz Tito, publicada em A Tarde, revelou a absurda estrada de lixo em Ibicaraí