Tempo de leitura: 3 minutos

Josias Gomes | josiasgomes@uol.com.br

A crise certamente trouxe lições. A região está hoje mais amadurecida, conhece a necessidade de diversificar sua base produtiva e de não se limitar ao setor primário.

Algo fantástico acontece quando se percebe que estamos vivendo um momento verdadeiramente histórico e importante. Para os brasileiros, a vitória de Lula, não somente eleitoral, mas como o maior presidente que o Brasil já teve, seguida da eleição da primeira mulher presidenta, significou uma ruptura com a velha ordem. Quem teve e tem a oportunidade de vivenciar toda a riqueza desse período pode se considerar um agraciado pela História, com “H” maiúsculo.

Tenho igual sentimento com a fase em que se encontra a rica e abençoada, embora sofrida, região cacaueira da Bahia. Após décadas de crise, a lavoura ressurge com toda força, embalada pelo PAC do Cacau, por um trabalho heroico e incansável da Ceplac  e pela elevação do preço da commodity.

As fazendas vêm elevando sua produção e centenas de produtores tiveram a oportunidade de renegociar suas dívidas com os bancos oficiais. O clima é de um otimismo que há muito tempo não se via na região, o que traz enorme alegria a este deputado que teve a chance e a honra de participar da primeira Câmara Setorial do Cacau.

A crise certamente trouxe lições, pois esse é um dos atributos das dificuldades: o de ensinar a trilhar novos caminhos e refazer estratégias. A região está hoje mais amadurecida, conhece a necessidade de diversificar sua base produtiva e de não se limitar ao setor primário. Hoje se tem a noção exata da importância de  não se limitar à produção do fruto para vendê-lo “ in natura”.  A industrialização chega ao sul da Bahia, trazendo consigo a expectativa de um desenvolvimento sólido e perene.

Em paralelo, a região debate cheia de expectativas a questão do Porto Sul, um investimento bilionário que também representa um marco. Pela primeira vez em décadas, o interior do Estado recebe um empreendimento de tal porte, que inclui uma ferrovia com 1.100 quilômetros somente no território baiano (de Barreiras a Ilhéus), um aeroporto internacional e um porto para navios de grande calado. Essa infraestrutura permitirá o escoamento de produtos como grãos, fertilizantes e minérios, beneficiando o estado com o aumento da arrecadação e a geração de novos empregos.

O Porto Sul traduz a opção do Governo da Bahia, com o apoio do Governo Federal, de interiorizar o desenvolvimento baiano, há décadas concentrado em Salvador e Região Metropolitana. É uma opção corajosa e coerente, que demonstra visão estratégica e compromisso com o crescimento de nosso Estado.

Não deve passar despercebido o alerta do governador Jaques Wagner, que, na abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira, 15 de fevereiro, chamou atenção para as movimentações de forças políticas de outros estados, interessadas em impedir que a Bahia dê esse salto para um novo ciclo de progresso.

O envolvimento das lideranças e a participação efetiva da sociedade baiana nesta questão é fundamental para que o Porto Sul não “morra na praia”. Viver esse momento histórico não é apenas um privilégio, pois implica em assumir desafios e não se deixar atropelar pelos fatos. Quem entende a demanda e assume essa postura tem uma oportunidade a mais: a de fazer história.

Outro ponto importante é que a defesa do Porto Sul não significa passar ao largo da questão ambiental e da responsabilidade com o desenvolvimento sustentável. O debate está aberto e deve ser travado de maneira democrática, com foco no interesse regional  e buscando caminhos para que o impacto no meio ambiente seja o menor possível. Frisamos ainda que não se deve colocar os defensores do projeto em área oposta aos que lutam pela preservação da natureza, pois isso empobrece a discussão. Todos devemos nos posicionar em defesa do meio ambiente, mas há muito tempo isso deixou de ser obstáculo ao crescimento.

Josias Gomes é deputado federal e ex-presidente do PT da Bahia.

0 resposta

  1. Creio, firmemente, que mais esta voz que se levanta em nossa Região, com certeza, vai alavancar os investimentos aqui e ela vai ser o ponto referencial da Bahia em termos de progresso.
    Paarabéns, nobre parlamentar, Josias Gomes.

  2. Ele esqueceu de citar o mensalão, do qual foi importante protagonista, da desconfiança em seus assessores, indo ele mesmo buscar a propina na boca do caixa e dos escandalos da era Lula. Ele quer reescrever a historia á seu modo.Para quem pensa, isso não cola.

  3. Outra coisa: nada do que ele disse em termos de melhoria da região cacaueira pode-se creditar ao governo do PT. São obras isoladas ou conjunturais que não tem pai político. Ou será que foi o PT que destroçou com o cacau africano(momentaneamente), melhorando assim o preço do nosso cacau? O governo de Wagner está pongando no complexo Porto Sul. essse deputado mente demais…

  4. Que lugar é esse?

    me fale que quero conhecer, pois na região onde moro só existe promessas na época da campanha (duplicação de rodovia, pontes e milhões de programas de Aceleração da Crescimento que o povo não vê).

    Fazendeiros quando estão com dinheiro compram carros importados e apartamentos nas capitais.

    O órgão de pesquisa da agricultura serve como cabide de emprego e marajás.

    O país extremamente rico do final do ano passado hoje se encontra falido, até os concuros públicos foram cancelados.

    Agora, do fundo do coração, manda a localização, de preferência no google maps, para que eu posso conhecer esse lugar tão propspero.

  5. O governo fala tanto em Porto Sul, mas, depois de 04 anos, alguém conhece ao menos o projeto básico do porto? Não conseque sequer construir uma barraqem em Itapé, obra de engenharia simples, quanto mais um porto. A idéia que o Sul da Bahia vive um momento único, com investimentos de bilhões é apenas propaganda. Eficiente, Mas apenas isto. Semelhante à propaganda do governo Lula de que o Brasil é um país rumo ao desenvolvimento, mesmo com a tragédia do analfabetismo e do sistema educacional atrasado. Ainda que o Porto venha (tomara que esteja errado) não vai gerar o desenvolvimento propagandeado, até porque não temos mão de obra qualificada e uma cultura laboral instalada nesta àrea e os excluídos continuarão excluídos. Sem nada o que dizer o governador e os deputados repetem o mantra do Porto Sul e jogam para os ambientalistas, a Globo e as forças de outros Estados, a culpa pela sua ineficiência. Assim se nada for feito já existem os culpados. É claro, com a complacência da mídia, acrítica, ingênua ou simplesmente adesista.

  6. sorte deste senhor que o povo tem memoria curta , ele se envolveu no mensalao do PT e ate hoje deve explicacao de ter sacado na boca do caixa dinheiro usando a carteira de parlamentar. Este negocio de “forcas ocultas”estarem contra a Bahia e conversa mole do Sr. Wagareza que esta vendo Pernambuco deslanchar enquanto aqui so deslancha mesmo a violencia. O Porto Sul nao sera a redencao da regiao, quem viver vera.

  7. Parabens, nobre Deputado Josias Gomes, pela sua belíssima fala em defesa dos interesses da nossa Bahia, notadamente no que se refere ao nosso tão almejado Porto Sul e a Ferrovia Oeste-Leste. Com esse tipo de atitude, corajosa, os seus eleitores o terão, sempre, em fecunda estima.

  8. Quero só entender a desse deputado que esconde dinheiro dentro da cueca.
    Vamos deixa uma coisa muito bem clara, o PAC DO CACAU quem criou foi o Srº Deputado reeleito pelo povo GERALDO SIMÕES, por tanto por quer ele está querendo se aparecer com as benfeitorias que GERALDO fez?, Depois disso o que ele entende da região cacaueira?
    Ele não passa de um oportunista, por tanto pegue sua cuequinha a saia de fininho.
    O PAC DO CACAU, tem Pai e esse se chama GERALDO SIMÕES, ou esse Josia quer que, papagaio como milho e piriquito leve a fama?
    Ele é muito hipócrita, querendo enrola o povo para acreditar que ele se preocupa com o Extremo Sul, vai amassar barro para faraô la no egito, por que aqui em Itabuna, aqui não deputado, mensalão,providencia logo um cuecão de couro já que vc ficou 04 anos sem mandato.

  9. Não sou eu que diz, não foi a mídia terrorista que inventou nada, simplesmente a presidente Dilma falou abertamente que a coisa tá feia pra cxachorro, sendo assim teremos um corte de $ 5 Bi nos futuros investimentos, outro corte também em custeios, as nomeações para cuncursados também foram suspensas assim como novos concursos, aqui na BAHIA o governador Wagner já avisou que vai cortar $ 1 Bi, depois de tudo isso gostaria de saber do ilustre e mágico deputado como é que essa região vai deslanchar para o progresso se quando as gastanças tavam de no auge nem a duplicação da rodovia ILHEUS x ITABUNA eles duplicaram e a coitada da ILHEUS x BUERAREMA ? olha me deixe viu, o pior de tudo isso é que ainda tem gente acredita nesses trastes.

  10. Cê já viu uma coisa dessa? Deputado, que ferrovia? Aquela que vai ligar, como disse alguem por ai… NADA a LUGAR NENHUM? Quantos metros mesmo foi dada licença moço? Porto, que porto mermo? da tal empresa do caquistão? Ferrovia com meu dinheiro prá levar pó de ferro? ahhhhhhhh… assim num dá prá te levar a sério né? pela amor de Deus Mensa… assim não dá A campanha ja acabou para com isso. Quem disse prá vocês que o povo do Sul da Bahia é imbecil? Me conta aí vai.

  11. Zelão diz: – O apressado come cru!

    Inteligente e esperto, o deputado Josias Gomes não deveria “ir com tanta sede ao pote,” colocando a sua assinatura sob as promessas feitas pelo governo federal e estadual, com relação às “obras redentoras” para a Região Sul da Bahia.

    Por outro lado não critico o deputado, por assumir em seu discurso a “paternidade” das promessas, visto que é seu desejo consolidar suas bases eleitorais aqui na região, a partir de Ilhéus, onde comandou a aliança com o prefeito Newton Lima (PSB) e o PT.

    Josias, por ser inteligente e articulado politicamente, sabe que será muito difícil, diante da conjuntura econômica do país (com o corte inicial de 50 bilhões no orçamento da União), que ao menos no ano em curso, o governo da União e do Estado libere recursos destinados as essas obras, que diante do calendário de outras obras, muitas já iniciadas, não possuem a mesma prioridade.

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *