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Quem é pego distraído por um assaltante costuma mudar de comportamento. Pelo menos por algum tempo, torna-se mais cauteloso, vigilante, às vezes desenvolve um medo incontrolável e até precisa de tratamento para sair de casa. A memória do fato ruim determina atitudes e decisões. Se não fosse a lembrança, nada mudaria.

Assaltaram Itabuna no verão de 2009 e não foram (só) os gatunos que você pode imaginar à primeira impressão. Os autores do crime foram milhões (ou bilhões, sei lá) de mosquitos Aedes aegypti, que se valeram de uma comunidade descuidada para se alastrar. Quieto e sorrateiro, o insetinho contaminou mais de 13 mil pessoas e matou nove, sendo a maioria delas crianças.

Seria plausível que o poder público, alarmado por tão pavoroso e hediondo assalto, adotasse políticas severas e contínuas de combate à dengue. Mas quase todo o ano de 2009 passou e somente nas proximidades do verão seguinte o governo local surgiu com uma bateria de mutirões que, em última análise, procuram suprir sem muito sucesso a falta de uma ação regular.

Atualmente, ouve-se falar menos de óbitos decorrentes da dengue, mas não porque o governo tenha adotado uma política séria de controle. A maior parte da população, depois do “assalto”, passou a ter mais cautela e evitar a formação de focos, embora ainda haja os incautos e para eles é como se não existisse dengue.

Quais foram as nove pessoas que a dengue matou na cidade de Itabuna em 2009? Seria de grande valor que elas fossem lembradas, tivessem seus nomes e fotografias gravados em um monumento construído em praça pública. Um monumento às vítimas, para que o sofrimento delas não deixasse de nos comover e alertar.

Em tempo: naqueles mutirões realizados após a grande epidemia de dengue em Itabuna, o governo municipal prometeu cestas básicas como prêmio a moradores da periferia que não tivessem focos em suas casas. Muitas pessoas carentes contavam com a ajuda e foram estimuladas por ela a entrar na campanha, mas o governo cometeu a desfaçatez de esquecer de entregar as cestas. E lá se vão quase dois anos!

É essa a grande “contribuição” do poder público para aumentar o nível de consciência da população.

Ricardo Ribeiro
ricardoribeiro@pimentanamuqueca.com.br

0 resposta

  1. Bom dia Ricardo!

    É inconcebível como o governo municipal brinca com o mosquito da dengue. Nos dias atuais foi divulgado que o indice de infestação em Itabuna está em 14%, fato que se buscarmos comprovação verificaremos que este numero é baixo frente ao que realmente está acontecendo, apenas não está sendo considerado como epidemia devido ao fato de que em nossa cidade já tivemenos surto dos tres tipos de dengue e por esse motivo passa despercebido a epidemia.

    O medo das autoridades do municipio é de que entre em Itabuna o novo mosquito (número 4), este se chegar será o caos, pois aqui ninguém ainda foi contamiado ou picado, daí será uma catástrofe, morrerá centenas ou milhares de pessoas porque esse tipo de dengue ainda não estamos protegidos.

    Grite Ricardo, faça barulho por todos os cantos da cidade pois a situação é critica e estamnos correndo o risco de muitas mortes. Resposnabilize as autoridades, os homens que estão à frente dos trabalhos pois são eles os verdadeiros responesáveis pelo péssimo trabalho realizado em nossa cidade.

  2. Amigo Ricardo, o que está acontecendo com Itabuna é lastimável, a cidade em todos os sentidos está um verdadeiro caos, e ninguém reclama, ninguém protsta, parece que estão achando tudo bom e bonito!! Revoltante!!
    A única coisa que melhorou foi a conta bancária e os imóveis dos apadrinhados do prefeito, tem gente que não sabe o que fazer com tanto dinheiro!!! Vergonha!!

  3. Itabuna está entregue às baratas, literalmente. Há quem discorde, mas só não enxerga quem não quer.

    Ouso a dizer que fomos abandonados pelo poder público. Cadê o prefeito dessa cidade, minha gente? Certamente, saltitando em algum lugar por aí. A situação é triste. Infelizmente, como legítimo cidadão itabunense, não sei mais a quem recorrer. Na verdade, perdi as esperanças. Entreguei ao tempo.

    Pelo andar da carruagem, estamos fadados ao fracasso. Há quem reclame. Outros se calam. E, a maioria cruza os braços e releva os problemas até Deus sabe quando. Ah, não esquecemos dos apadrinhados e puxa-sacos.

    E, agora, quem poderá nos socorrer?

    Adeus…

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