Tempo de leitura: 3 minutosMarco Wense
Quando Geraldo é questionado sobre essa inusitada e estranha aliança com o peemedebismo, diz que tem um bom relacionamento com Lúcio Vieira Lima, seu colega na Câmara Federal.
Se não fosse a provável candidatura própria do PCdoB na eleição de 2012, Geraldo Simões não estaria correndo atrás de uma coligação do PT com o PMDB.
Se o PCdoB desse um sinal positivo para os petistas, indicando novamente o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Juçara Feitosa, Geraldo evitaria uma aproximação com o partido do ex-ministro Geddel.
É bom lembrar que o PMDB de Itabuna, além do médico Renato Costa na presidência da legenda, tem o ex-prefeito Fernando Gomes de Oliveira como presidente de honra.
Renato, que já foi aliado de Geraldo, não cansa de dizer que o deputado é um “inadimplente da palavra”. O outro, que já comandou a prefeitura por quatro vezes, é inimigo pessoal do petista.
Quando Geraldo é questionado sobre essa inusitada e estranha aliança com o peemedebismo, diz que tem um bom relacionamento com Lúcio Vieira Lima, seu colega na Câmara Federal.
Lúcio Vieira, irmão de Geddel, é o presidente estadual do PMDB. Aquele que na última sucessão municipal chamou a então candidata Juçara Feitosa de “farofeira”.
Geraldo quer o PMDB longe do PCdoB. Os preciosos minutos que o partido tem no horário eleitoral são indispensáveis para qualquer candidatura.
Davidson Magalhães é o prefeiturável do PCdoB que mais preocupa o petista. O diretor-presidente da Bahiagás, além do bom discurso político e administrativo, é o mais próximo do PMDB e do PSDB.
Uma iminente coligação PCdoB/PSDB/PMDB, com Davidson Magalhães encabeçando a chapa majoritária, tem a simpatia de Renato Costa e do jornalista José Adervan, presidente do tucanato local.
Se a reeleição do Capitão Azevedo não decolar, o voto do azevismo – o chamado voto útil – vai para o candidato do PCdoB.
O Partido Comunista do Brasil pode atrair o PSB, PP, PR e o PDT. E mais: se a reeleição do Capitão Azevedo não decolar, o voto do azevismo – o chamado voto útil – vai para o candidato do PCdoB.
As pesquisas de intenções de voto, direcionadas para os três pretendentes do PCdoB, colocam Davidson na terceira posição. Luis Sena e Wenceslau Júnior estão tecnicamente empatados.
Mas a opinião de que Davidson Magalhães pode crescer mais do que Sena e Wenceslau durante o processo eleitoral, com a possibilidade de polarizar com um dos adversários, é quase unânime entre os analistas políticos.
Petistas e comunistas já defendem um acordo entre os partidos. O fim do instituto da reeleição é quase certo para 2016. A legenda que lançasse o prefeiturável de 2012 apoiaria o candidato do outro partido na sucessão de 2016.
O problema é que entre o PT e o PCdoB existe uma histórica, enraizada e recíproca desconfiança. É como se o dono do galinheiro deixasse uma faminta raposa tomando conta das suas galinhas.
O PT e o PCdoB só se juntam pela conveniência eleitoral, por medo de perder as benesses inerentes ao poder. A sobrevivência política fala mais alto. O resto é blablablá. Conversa oca. Conversa fiada.
Se um chegar ao poder sem a ajuda do outro, coitado de quem ficar de fora. O massacre é inevitável.
Marco Wense é articulista da Contudo.