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Será que algum de nós compactuaria com o surgimento de uma geração de estressados, surdos e neuróticos?

 

Por email, o leitor que assina Augusto Quintas reclama da poluição sonora que toma conta das ruas de Itabuna. Republicamos a bronca na íntegra e manifestamos a mesma indignação com a barulheira:

“Saudações senhores:

Gostaria de saber se eu sou o único cidadão incomodado com a abusiva poluição sonora em nossa cidade de Itabuna.

Gostaria de saber se os profissionais de imprensa, os formadores de opinião, blogueiros, editores de jornais, respeitáveis cronistas não compartilham dessa causa e se não poderiam se manisfestar a respeito desse mal que incide tão radicalmente, para detrimento da saúde pública.

Nas vias públicas não se consegue mais falar ao celular, conversar em tom normal com alguém, até mesmo num banco de praça não se consegue ler um livro. Lugar este que deveria ser de paz, lazer e refazimento.

Andar pela Cinquentenário, meu Deus!, é um sofrimento. As lojas disputam no grito e no berro em alto e bom som, amplificado para ganhar os clientes na marra.

A intensidade dos decibéis é tamanha, que invade nossos lares nos tirando o sossego e o direito à paz. Nossos tímpanos estão sendo agredidos, já que foram projetados para absorver no máximo 80 dB.

Finalmente, gostaria de saber até quando o poder público negligenciará a fiscalização dos publicitários de carro de som e dos veículos particulares também. Estes últimos são os piores, pois não respeitam sequer a lei do silêncio nas madrugadas.

As arbitrariedades não param por aí. Mas, longe de querer pretensiosamente radiografar os absurdos cometidos na terrinha, que aliás são muitos, apelo tão-somente para uma campanha de conscientização com o objetivo de inibir os exageros e induzir um maior respeito às leis e aos direitos dos outros.

E, se mesmo assim não funcionar, que façamos então uma queixa para uma ação coletiva no Ministério Público, que certamente fará um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) aos responsáveis. No caso de reincidência, conforme prevê a lei pertinente, aplicação de multa e a apreensão da licença e dos equipamentos.

Infelizmente, o brasileiro só tem sensibilidade no bolso, e só pensa no próprio umbigo.

Será que algum de nós compactuaria com o surgimento de uma geração de estressados, surdos e neuróticos? Se alguém não fizer algo de imediato, nós próprios estaremos inseridos neste contexto de baixa qualidade de vida e enfermidades afins.

Todos precisam sim do ganha-pão. Todavia, um pouco de moderação não faz mal a ninguém. Afinal, não somos surdos. Pelo menos, ainda não.

Conto com a compreensão dos senhores, ao tempo que desejo paz e serenidade na luta do dia-a-dia”.

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