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Manuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Matam em nome do amor, matam em nome da revolta, matam em nome de uma religião. A verdade é que as pessoas andam matando e morrendo em nome de muita coisa, carentes de fé em Deus e de atenção.

Era para ser mais uma quinta-feira normal de aula, mas não foi. Provavelmente, alguns alunos despertaram com uma enorme expectativa para começar o dia. Os mais preguiçosos tiraram uma sonequinha a mais e chegaram atrasados. Os mais pontuais estavam na porta antes mesmo dos portões se abrirem. Quem trabalha ou convive com adolescente sabe que o mundo deles gira muito mais ao redor da escola que da própria casa.

É ali que conversam, brincam, paqueram, se descobrem e descobrem que a vida é muito mais que os sonhos que seus pais sonharam para eles. É ali, na sala de aula, nos pátios e nos corredores, que tudo acontece: amores avassaladores, paqueras desastrosas, conversas proibidas, amizades efêmeras e duradouras. Tudo de bom e de ruim, a depender da ótica de quem observa. E de quem vive.

Um rapaz entrou na escola fortemente armado e disparou tiros contra crianças e adolescentes indefesos. E um em especial, de porte da sua inocência e bondade, mesmo ferido, saiu em busca de socorro. Pediu que policiais fizessem alguma coisa pelos demais, sem ao menos ter a certeza de que sairia vivo daquela tragédia. Graças a Deus, teve seu pedido atendido. Que sorte a dele, encontrar policiais fazendo uma blitz ali perto, hein?!

Esse não é mais um caso de insegurança pública. No meu humilde ponto de vista, não é. Acho que esse é mais um caso de insanidade mental. Porque um ser humano que trama um massacre contra quem quer que seja, não pode ser ou estar normal. E o que me preocupa, senhores leitores, é que ele não é o único.

Estamos adoecendo da mente com facilidade. O índice de pessoas com depressão só aumenta e muitas famílias ainda preferem esconder. Matam em nome do amor, matam em nome da revolta, matam em nome de uma religião. A verdade é que as pessoas andam matando e morrendo em nome de muita coisa, carentes de fé em Deus e de atenção. E essa falta de atenção a que me refiro é falta de observação diária daqueles que estão ao redor.

Loucura é doença, e não motivo de riso. Observe o comportamento dos seus, analise as atitudes, converse e peça ajuda quando achar que algo está saindo dos trilhos. Não tenha vergonha de ter uma pessoa da sua família ou do seu círculo de amizades precisando de cuidados especiais. Quem ama de verdade cuida, se preocupa, tenta resolver. É melhor abraçar um tratamento psiquiátrico de alguém que amamos, com a cabeça erguida, que abraçar um caixão de alguém que amamos, com vergonha…

Manuela Berbert é jornalista e colunista da revista Contudo.

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