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Alan Dick Megi
 

Muitos não entenderam ou não quiseram entender e me colocaram no rol dos que eram contrários ao porto, reduzindo e desqualificando o diálogo e a análise técnica para uma simplória discussão de ser “contra ou a favor” do porto sul.

 
Desde o início das discussões sobre a construção do Porto Sul em nosso município, eu tive a oportunidade de emitir minhas opiniões de forma clara, deixando-as registradas “por escrito” nos jornais ou nos blogs.
Para relembrar, nas minhas colocações deixava claro o meu contentamento com a possibilidade de novos investimentos em infra-estrutura, porém tive posição frontalmente contrária à sua localização na Ponta da Tulha, principalmente da área de 1700 hectares desapropriada pelo Governo do Estado, a qual seria inicialmente destinada a uma zona portuária e industrial ao longo do litoral norte, entre o loteamento Jóia do Atlântico e a Ponta da Tulha. Em minha posição contrária a essa localização, argumentava eu que se tratava de uma área ambientalmente frágil e ao mesmo tempo extremamente importante para o desenvolvimento turístico do município. Que poderíamos perfeitamente ter um novo porto sem perder tão importante zona de desenvolvimento urbano e turístico. Bastaria que mantivéssemos a zona portuária e industrial com seus galpões, depósitos e indústrias do outro lado do rio Almada, mais próximo ao Distrito Industrial e à rodovia BA-262 (Ilhéus/Uruçuca) em ligação com a futura ZPE. No texto uma “Parábola Tupiniquim”, fazendo uma analogia com nossas residências, dizia eu que uma máquina de lavar roupa, muito necessária e importante para a família, não deveria ser instalada na sala de visitas e sim na área de serviço da casa. Para aqueles que diziam que “não se podia fazer omelete sem quebrar os ovos”, eu respondia que a omelete poderia ser feita e quebrados quantos ovos fossem necessários, porém deveria ser feita na cozinha e não no meio da sala.
Muitos entenderam e concordaram, mas muitos não entenderam ou não quiseram entender e me colocaram no rol dos que eram contrários ao porto, reduzindo e desqualificando o diálogo e a análise técnica para uma simplória discussão de ser “contra ou a favor” do porto sul. Essa simplificação, que beirava o ridículo, gastou energia e tempo que atrasaram as análises e estudos verdadeiramente importantes sobre a melhor forma e melhor local para implantar o novo e importante equipamento de infra-estrutura, de forma a possibilitar enormes ganhos com mínimas perdas para toda a região.
Mas as questões puramente urbanísticas nem sempre tem importância frente aos grandes interesses econômicos ou às decisões politicamente equivocadas. Mas, por sorte, a área inicialmente escolhida era tão inapropriada em todos os sentidos, principalmente na questão ambiental, esta sim com força suficiente para frear os ímpetos vorazes do pseudo-desenvolvimento baseado apenas nos lucros de alguns, determinou a necessidade de encontrar outro sítio para a sua implantação.
Com isso os projetos se voltaram para as áreas situadas a oeste do rio Almada, próximo a Aritaguá, ao Distrito Industrial e à ZPE.
Exatamente como eu sugeria!
Que bom! O bom senso está prevalecendo! Pelo menos do ponto de vista urbanístico estamos de acordo.
Agora, que sejam feitos todos os estudos para minimizar os impactos ambientais, assunto que eu não tenho conhecimento técnico suficiente para opinar, portanto, com a palavra os biólogos, hidrologistas e demais especialistas em meio ambiente que podem contribuir para que seja possível a implantação deste tão importante investimento.
Mas não nos esqueçamos de lutar decisivamente para que sejam elaborados todos os planos de desenvolvimento do município de forma a garantir que tenhamos um investimento ainda maior do que o investido nas instalações portuárias, em habitação, saúde, educação, saneamento básico, infra-estrutura viária e segurança, pois a região precisa crescer com harmonia para não inchar no meio do caos e da desordem.
É preciso que fique bem claro e bem documentado que esses investimentos serão feitos dentro de um cronograma pré-estabelecido e com as responsabilidades de cada esfera governamental e de cada empresa privada, devidamente claras e aprovadas em documentos públicos, para que no futuro, a sociedade, junto com o Ministério Público, possa cobrar de cada órgão ou empresa, o cumprimento de suas obrigações.
Se assim se fizer, que venha o Porto Sul, que venha a ferrovia, que venham os empreendimentos turísticos. Que venha o desenvolvimento sustentável.
Alan Dick Megi é arquiteto, especialista em Planejamento Urbano e Gestão de Cidades.
(Artigo extraído do site R2C Press)

0 resposta

  1. Esse cidadao é do grupo do Sr Jabes Ribeiro e só esta esperando uma boquinha. Isso se por ventura ALIBABA seja eleito, agora vem com essa conversa para boi dormir.

  2. Só que o sr Alan, esqueceu que o povo brasileiro não tem esta cultira de cobrar depois de pronto a questão do prto não se refere onde deveria ser construido, mas sim como e pra que fins será construido e todos nós sabemos, que o unico objetivo da construção do prto é sevi exclusivamente, a uma empresa a bamin o estado tenta expulsar trabalhadores e pequenos produtores com um único,proposito negociata com grandes empresas tráns nacionais estrangeiros, que só querem lucrar sem se preucupar com a situação ambiental da nossa região, sem contar que a área pretendida pelo estado são áreas recentemente descoberta como remanescente de quilombo é preciso que antes de implantar um porto intermodal para servi a uma só empresa com a falsa promessa de emprego, o estado tem que cosolidar investimento nas áreas de agricultura famíliar redusindo assim a pobresa de fato nenuma empresa estrangeira acabarar com os problemas de desemprego na Bahia o que pode melhorar é justamente mantendo as pessoas nas suas terras, produzindo alimentos para a mesa do povo Baiano em especialmente de Ilheus e região, bamin só trará desgraças que já não é pouca ná nossa região é preciso repensar este modelo de desenvolvimento que querem que a sociedade engula a todo custo vamos ser coerentes uma empresa que com sua implantação vai gerar 400 empregos é muito pouco para a realidade da região entre Ilheus Itabuna e outros mais desmata-se para enriquecer empresas estrangeiras, por conta de insenção de imposto só para mostrar aos adversarios que conseguiu trazer uma grande ivestidora internacional para o estado, sem se importar com os danos que isso vai causar ao povo humilde que votou, no governador puro jogo de interece

  3. Zelão diz: – A verdade não precisa ser justificada
    Senhor Alan Dick;
    Acompanhei a sua luta, contra o que parecia ser uma questão de “salvação de todos os tempos.” Assisti a virulência com que atacaram a você e todos os que propugnavam apenas por bom senso e equilíbrio na execução daquela que também acreditam será a obra que definirá parte importante do destino econômico de Ilhéus, ao lado de outras e também importantes ações governamentais.
    Não se justifique. Para os que o criticavam, a ignorância dos fatos e a defesa dos interesses que defendiam, não permitirá aceitar as suas justificativas. Sentir-se-ão derrotados, mesmo que seja pela verdade oriunda dos fatos.

  4. Resposta p/ Zelão.
    Obrigado pelo apoio, porém não pretendi me “justificar”, apenas fiquei feliz em constatar e registrar que aquilo que eu sugeri desde o princípio (com relação à localização)foi a solução encontrada para viabilizar o empreendimento. Portanto, é bom constatar que nada melhor que o tempo para fazer aparecer a verdade.
    Abraço,
    Alan

  5. Concordo com a preocupação do Sr. Alan, todavia, a expectativa de tornar o litoral norte de Ilhéus em “ponto” turístico é uma balala de mais de 50 anos. Nenhum governante de Ilhéus adotou qualquer politica voltada pro turismo, pois, todos sabem que depois de Salvador e Porto Seguro, Ilhéus seria o terceiro destino, porém, esses PATIFES que assumiram a prefeitura nos últimos anos, sequer sabem o que é destino turistico.
    A história do municipio e as belezas naturais rederiam milhares e milhares de reais para os jovems que hoje se drogam graças a falta de opção de trabalho e renda. Portanto, antes de sair na defesa das belezas do litoral norte de Ilhéus, que tal começar a APRENDER A VOTAR?

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