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Valéria Ettinger | lelaettinger@hotmail.com

O povo de Brogodó do Sul esqueceu sua responsabilidade para com a coisa pública e está assistindo “apaticamente” aos desmandos provenientes da gestão municipal.

Aprendi que o destino é uma fatalidade determinada. Que todos os seres e todas as coisas se sujeitarão a ele e que não se pode modificar. Por outro prisma aprendi, também, que nós somos senhores do nosso destino. Que somos nós que construímos nossa história e somos responsáveis pelos resultados das nossas atitudes e escolhas.
Quando saímos da esfera individual e passamos para uma esfera coletiva essa perspectiva da responsabilidade torna-se mais agravante, porque a ordem coletiva é uma construção humana, então, o homem social é totalmente responsável por suas escolhas e permissibilidades.
Possuímos um instinto natural para o coletivismo, mas, por um ato de vontade escolhemos a coletividade que queremos viver. Portanto, se estamos falando de uma sociedade política os membros dessa organização são todos responsáveis pelas mazelas que ocorrem a sua volta, visto que eles são os senhores do destino coletivo.
No entanto, o povo de Brogodó do Sul esqueceu sua responsabilidade para com a coisa pública e está assistindo “apaticamente” aos desmandos provenientes da gestão municipal.
Nossa cidade sempre esteve na mídia, desde a era dos marajás, passando pelo crime da vassoura-de-bruxa e agora pelos piores índices na saúde e na segurança pública, desvio de dinheiro e de bens públicos, sem falar nos nossos amigos buracos que estão integralizados à paisagem bucólica de Brogodó do Sul.
Ocorre que, o nosso gestor está mais preocupado em fazer uma micareta em comemoração ao dia da cidade, a poucos meses da eleição municipal, na qual é candidato a reeleição. Ah, lembrei! É a política do pão e circo. Todavia, a prefeitura não tem dinheiro para terminar a obra do canal e pavimentar a cidade.  Desculpem! Errei, essa obra depende de verba federal.

Mesmo com uma gestão criticada e fracassada corre a boca pequena que o atual gestor municipal vai ser reeleito, pois está fazendo obras na periferia. Acorda povo! Ele está fazendo a obrigação dele e obrigação não é moeda de troca.
Nossa cidade nunca ouviu falar em gestão social, com base no desenvolvimento territorial, capaz de promover um sentimento de pertencimento e uma responsabilidade coletiva pela coisa pública. Vemos, sim, agendas teóricas de discussões sem resultados práticos, apenas, para cumprir uma orientação do governo federal.
E para completar esse caos que assola Brogodó do Sul, continuamos confusos e sem saber que rumo a campanha municipal vai tomar. Uma verdadeira fogueira de vaidades em busca do poder. O osso deve ser bem apetitoso!  Sem esquecer dos nossos 7 edis, que poderiam ser os interlocutores da sociedade, mas são suspeitos de usurpação do dinheiro alheio. Que vergonha!
Pergunto: Nas mãos de quem está o destino de Brogodó do Sul? Do povo entorpecido? Do Poder Judiciário moroso? Do Ministério Público limitado legalmente? Dos que estão na atual gestão? Dos que querem retornar? Dos que querem conhecer e nunca mais largar? Dos que ainda estão para nascer? Ou só Jesus na causa? Que dúvida…
Valéria Ettinger é professora universitária

0 resposta

  1. O grande problema de Itabuna, e muitos outros municípios baianos, é a falta de educação e a mediocridade do próprio povo, …, inclusive daeueles que “se acham” formadores de opinião, mas chamam a própria cidade de “brogodó”, ou coisa que o valha, …, eu chamaria, seguindo esse “raciocínio” tacanho, inclusive, de “Sucupira”, “Capicongolândia”, “Tubiacanga”, e por aí vai, …!!!
    Juntando falta de educação do povo, o voto obrigatório, além de uma mediocridade reinante nas pessoas do nosso município, aí estão os ingredientes perfeitos para continuarmos onde estamos, sem sair de lá por muito tempo, …!!!
    Entre os candidatos e candidatas que se apresentam, não há a mínima esperança de algum tipo de mudança relevante a médio/longo prazo, infelizmente, …!!!
    Eu até quero ser otimista, mas tá difícil, …!!!

  2. Zelão diz: – Da ficção a realidade
    Cara Professora Valéria;
    Estamos vivendo em uma cidade, onde, infelizmente, é a vida que imita a arte. Da “Brogodó” mostrada na tela da Globo, sabíamos ser uma peça de ficção, onde era a arte que imitava a vida.
    O que fazer então quando as ordens dos fatores são invertidas? Quais as esperanças diante do monstro que nós mesmos criamos e que hoje nos assombra? Se ao menos fosse apenas uma ficção, saberíamos que o final já estaria escrito, e, como quase sempre acontece, seria um final feliz, para todos os moçinhos, que sofreram durante a trama, nas garras dos bandidos.
    Somos sim a nova “Brogodó” que na sua reescrita, recebeu o título de “Brogodó do Sul.” Somos, ao contrário da ficção, o povo de uma sociedade amorfa e conivente, incapaz de gritar nas praças, ruas e avenidas, as suas dores.
    Sonho, que um dia, se vivo ainda for, que eu possa ler uma nova versão, mesmo que em ficção, da saga do povo de “Brogodó do Sul,” que soube recuperar a sua dignidade.

  3. Parabéns pela matéria. Não sei se o termo Brogodó tem alguma patente registrada, pois a muito tempo chamo isso aqui de “Brogodó City”. Conheço poucos lugares onde se pode viver dignamente. Com ruas limpíssimas, sem buracos, povo educado, com taxa de criminalidade baixa. Pelo lado político da coisa é tudo igual. Mas aqui é muito pior. Há décadas atrasada, a cidade cada dia que passa sucumbe. O maior culpado disso tudo é o povo, que ignorante, paciente, bobo e ingênou continua votando num em um BANDO de canalhas, imcompetentes com a coisa pública, mas PHD em benefício próprio.

  4. E ainda tem gente dessas bandas que se sente ofendida quando a “Platinada” coloca no ar suas novelas ridicularizando o nordestino.
    Ainda bem que o único “coronel” da minha família carnal está nos “brogodós” ha muito!
    Aqui em Ilhéus, vejo alguns descendentes desses infelizes vivendo de suas reminiscências, sem mesmo saber o que terão à mesa no dia seguinte!
    O “povo” era mantido burro… e continua!
    – Coroné, imquém foi mermo qui vortei na eleição!?
    – Sai pra lá, cabra insolente! Intonse, tu num sabe qui o voto é secreto!? Como, intão, qué sabê imquém votô!?
    E o dedão já tinha sido enfiado no tinteiro com nanquim e “espremido” na lista ao lado do nome do candidato do “coroné”.
    Qual a diferença, hoje? Apenas, se trocou o cabresto por “presentinhos”: 1 saco de cimento; 1 dentadura tamanho único; 100 tijolos ou telhas; 1 filtro de barro; uma garrafa de “corote” – pois não existe mais “bituri” -, e por aí afora!
    Souza Neto

  5. Parabéns, Valéria, pela lucidez da escrita. Nossa indignação deve ser manifestada, a toda hora, sem temor. E descobrir idéias semelhantes revigora-nos sobremaneira e nos impulsiona com força.

  6. Parabéns pelo texto , de uma execelência incrivel! Nossa cidade vive essa realidade por simplismente e exclusivamente culpa de seus proprios moradores . Temos que deixar partido político de lado chega de sou A ou B roubou mas fez.Fez o quer ? Nossa cidade não tem nada, parou no tempo , os jovens tem duas : Ou estudam procuram um emprego passa no vestibular ou entra no mundo da criminalidade (apesar que, quem entra no mundo da criminalidade na minha opinião é por desvio ou falta mesmo de carater ), há realidade – os que querem um futuro digno que estudam e que moram na cidade não ver um amplo mercado com diversas profissões pois na há investimento para isso , se escolhe um curso diferente tem que buscar fora e lá mesmo fica porque lá tem mercado para isso . Um jovem que se forma em Direito na UESC por exemplo filho da região , vindo de uma familia mas simples,eis aí a pergunta vai haver tantas portas abertas para ele? Aqui na região ou você tem sobrenome ou um padrinho muito forte! Essa é a nossa realidade, E há solução é estudar mas para passar em um concurso , em resumo não vejo a nossa cidade como um lugar promissor para aqueles que almejam viver melhor,buscar por algo melhor, que se cansou da hipocresia que é a nossa cidade essa falta de visão do nosso povo esse grito abafado que rodeia Itabuna ! Uma cidade que infelizmente que esta entrando cada vez mais no poço e não sabe como sair de lá, pois talvez o que falta é quem lhe jogara a corda !

  7. Concordo prof valeria, pena que a população assisti tudo apatico , sem reclamar, gritar … jovens q podem fazer a diferença nao se metem, agora se fosse governo de esquerda tava o maior quebra-quebra na rua , agora como sao tudo ” poliça ” ninguem fala nada..

  8. Dona Valéria:
    Para ser um articulista, a pessoas precisa se informar melhor dos acontecimento, ouvindo os dois lados das situaçãoes:
    Qual é a novidade em relação à saúde? No governo Geraldista era um caos, desvios uh uh uh aos montes, ao ponto dele ter perdido a reeleição com a máquina administrativa nas maos. Acompanhei de perto. Estava lá.
    A segurança pública é dever incontestável do Governo Estadual. Inoperante e marketeiro, e so propaganda.
    A obra do canal… quem disse a senhora que falta de dinheiro? Está mal informada. O governo Federal e o Município de Itabuna estão liberando a verba dentro de critérios de medições a apresentação de contas.. a senhora sabia que é preciso prestar contas? Estão sendo prestadas. Eu procurei me informar, a senhora não.
    Agora querem crucificar o Prefeito José Nilton? Parece-se uma perseguição política, inclusive daqueles que já estiveram lá e não fizeram o que ele está fazendo… e a senhora indo em conversas de gente al informada e maledidente.
    Cuidado dona Valéria, o Blog Pimenta é um meio de informação com crédito, não deve permitir, articulistas mal informados.

  9. MORO EM ITABUNA HÁ 15 ANOS, E PERCEBI UMA COISA NA POLÍTICA LOCAL: AS PESSOAS AQUI VOTAM IMPULSIONADAS POR UMA EMOÇÃO INTENSA. EM POLÍTICA APRENDI QUE A RAZÃO DEVE SEMPRE FALAR MAIS ALTO.FICO ABISMADO AO PERCEBER QUE DIANTE DA TRÁGICA ADMINISTRAÇÃO DE AZEVEDO,NOS SÃO APRESENTADAS SOLUÇÕES COMO GERALDO SIMÕES,CORONEL SANTANA,LENINHA DA REGIONAL,VANE DO RENASCER,JUÇARA E ATÉ O FATÍDICO FERNANDO GOMES.AS PESSOAS SÃO INCAPAZES DE OLHAR COM UMA AMPLITUDE MAIOR E ENXERGAR CIDADÃOS DE BEM QUE PODERIAM PRESTAR UM MELHOR SERVIÇO A NOSSA COMUNIDADE, ISSO VALE TAMBÉM PARA A ELEIÇÃO DE VEREADORES.MAS A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR: ONDE ESTÃO OS CIDADÃOS DE BEM? SERÁ QUE ALGUM DELES QUER ENTRAR NESSE MAR DE LAMA CHAMADO POLÍTICA?

  10. De muita lucidez o texto da professora, mas, confesso que a esperança de dias melhores para Itabuna estão se esvaindo. Eu pelo menos não devo assistir a retomada do desenvolvimento nessa cidade. Serão necessários pelo menos 40 anos e se não começar agora a renovação dos quadros políticos de Itabuna esse prazo poderá ser ainda maior.
    Renovação com qualidade e responsabilidade, isso é algo muito difícil de acontecer com a atual estrutura política vigente não só em Itabuna, mas, no país inteiro. Mas, se ficarmos somente em Itabuna e essa é a intenção, veremos que a situação se complica ainda mais. De um lado o prefeito que nada fez em sua má gestão querendo se reeleger; do outro as velhas caras de sempre querendo voltar ao poder.
    No campo da renovação o melhor nome é do Ronald Kalid, mas, será que o PSDB deixa ele se candidatar?
    Ainda falta investimentos em educação que a atual turma não quer investir, pois com educação o povo começa a pensar e pensar dificulta o caminho dos oportunistas de plantão.
    Por último as forças vivas da sociedade também são coniventes com o atual estado de penúria do município, porque se mantem caladas e omissas diante desse mar de lama. Pobre Itabuna!

  11. Que tal alguém muito entendido de gestão , que seja honesto , sincero e verdadeiro. que se volte para os pobres , que declare sua renda e tenha transparência em tudo que faz, que consiga atender a todos os interesses possíveis , se habilite a ser prefeito de Itabuna? Pois é , se este aparecer , tem o meu voto garantido! acredito que renovação política só virá quando eu e vc quisermos ocupar os cargos de gestão , quem sabe assim teremos uma política moralizada , pautada na efetivação de direitos e deveres!

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