Tempo de leitura: 2 minutos

Manuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br
Uma coisa não se pode negar: além do apelo comercial, no Dia Internacional da Mulher os temas relacionados ao universo feminino ganham foco. Das redes sociais às grandes rodas, o que não faltam são discussões. E nas salas de aula não seria diferente.
Um professor citou o seguinte caso: um cara teria ficado dez anos sem trabalhar, sendo sustentado por todo esse tempo pela esposa, e no divórcio estaria pleiteando uma pensão alimentícia. “É um safado e merece uma surra”, gritei da minha carteira, esquecendo, por um breve momento, que estava ali para aprender a respeitar e empregar as normas brasileiras.
O tema foi motivo de discussão.  Os colegas, talvez para irritarem um pouco as mulheres presentes, falaram em direitos iguais. “Muitas mulheres passam anos casadas, não trabalham, herdam e ainda têm direito a pensão. Por que com o homem seria diferente?” É que ser mulher já dá trabalho, professor!
As responsabilidades mais simples, porém mais importantes, acabam sendo nossas. Casa, marido, filhos, pais e carreira profissional com paciência e dedicação, com um sorriso nos lábios e as unhas bem feitas, para que o marido não a chame de desleixada. Não é fácil e a gente consegue, sem reclamar, encarando como obrigação mesmo. Uma autoexigência que se tornou comum para a grande maioria das mulheres. Ou alguém vai dizer o contrário?
E nessa corrida diária pela “excelência dos serviços prestados”, precisamos ainda ficar atentas à tênue diferença entre ser sensual e ser vulgar. Toda e qualquer extravagância pode arruinar para sempre a reputação de uma fêmea de qualquer idade e classe social.
E já que toquei nesse assunto, devo comentar que achei de muita elegância o programa As Brasileiras com a musa Ivete Sangalo, veiculado na grande data. Com um texto leve e bem humorado, e nenhuma cena de apelação sexual, a Rede Globo passou a mensagem de que para ter audiência, em todos os sentidos, basta ter bom humor e elegância. Será que as mulheres-fruta e panicats entenderam o recado?
Manuela Berbert é jornalista e colunista do Diário Bahia.

0 resposta

  1. “Será que as mulheres-fruta e panicats entenderam o recado?”
    Ontem, no dia que se comemorou o dia da mulher, mais uma tentaviva de apelo comercial do que realmente um merecimento, essa última frase mostra a real situação das mulheres em geral, do passado e de hoje: A INVEJA ainda acompanha a “evolução feminista”

  2. Aqui está um macho de pleno acordo com tudo que você disse. Infelizmente, moramos numa região extremamente machista! A mulher que se ocupa do lar, trabalha tanto quanto as que trabalham fora. Mesmo que estas últimas ainda tenham tarefas domésticas ao chegarem em casa.
    No Rio, aprendi o que muitos baianos precisam aprender: participar com mais efetividade da criação dos filhos; dividir as tarefas domésticas com a mulher; reservar momentos para a família nos finais de semana, etc. Aqui, só se pensa em ir para a roda de amigos nos botecos. Nos eventos sociais, os homens se reúnem num canto e as mulheres n’outro. São formados os clubes do “bolinha” e da “luluzinha”.
    Em 2001, recém-chegado à Bahia, ofereci um churrasco a um grupo de amigos. Eram todos da reserva da Marinha. Todos baianos. Observei essa separação de homens e mulheres. Depois que se foram, comentei com minha mulher (que é baiana). Decidimos marcar outro evento e adotar a seguinte medida: as mesas seriam dispostas coladas umas nas outras com todas as cadeiras em volta. Para garantir a “unidade”, amarramos os pés das mesas com fitas adesivas. Notamos um certo desconforto, tanto de homens quanto de mulheres, mas não houve deserções.
    Souza Neto

  3. Faltou um elo entre o desenvolvimento e a conclusão. E também achei que como a própria autora mencionou nas entre-linhas do seu texto ele é polêmico, e na minha visão e na visão da lei acredito que o homem tem direito à pensão sim neste caso, tentar contestar este direito é complicado em vários aspectos.

  4. Por isso não, pois a Globo também coloca mulheres em novelas e outras coisas mais, como verdadeiras rainhas das futilidades, das bobagens, e por aí vai, …!!!
    Na verdade, a programação da TV aberta é um lixo só, …, salvando-se poucas coisas, …!!!
    Agora, eu gostei da série com a Ivete. Realmente foi legal, …!!!
    Outro programa que eu gostei bastante foi a série – com curtas temporadas – com a Fernanda Lima e o Leo Jaime – Amor e Sexo. Muito legal, levemente picante, informativa, divertida e criativa, adequada para o horário, se tratando de TV aberta, …!!!
    Agora, o lixo da vez é a repetição – pela 12ª vez – do tal do BBB. Insuportável. Nessas horas, vale muito a pena ter SKY, …!!!

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *