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Helenilson Chaves

Cidade polo que é, Itabuna só tem a ganhar com a revitalização da lavoura cacaueira, outrora a principal fonte de receita de dezenas de municípios.

Itabuna completa 102 anos e é, certamente, um dos mais belos frutos gerados pelo cacau. Poucas pessoas se dão conta disso, mas Itabuna nasceu, como um lugarejo às margens do Rio Cachoeira, por conta da expansão das fronteiras da lavoura cacaueira e do vertiginoso crescimento econômico de Ilhéus.

Em poucos anos, o pequeno lugarejo chamado de Tabocas conseguiu a emancipação e se tornou Itabuna. 28 de julho de 1910, a data histórica da emancipação.

Lá se vão 102 anos. Pouco mais de um século em que, movida pela força do cacau e pelo espírito empreendedor de sua gente, Itabuna se transformou no principal pólo comercial, prestador de serviços, saúde, ensino superior e lazer do Sul da Bahia.

Foi o cacau a mola propulsora desse desenvolvimento e mesmo quando o produto mergulhou na mais profunda das crises, há duas décadas, Itabuna conseguiu se reerguer e hoje, a despeito da carência por serviços públicos, a cidade ainda é um exemplo de vitalidade.

Temos um comércio efervescente, um setor de serviços em expansão e as clínicas de excelência e faculdades que aqui se estabeleceram, aliadas à rede de lazer e entretenimento, mantiveram a economia aquecida.

Mas, é preciso dizer, Itabuna não pode e jamais poderá prescindir do cacau. Cidade polo que é, Itabuna só tem a ganhar com a revitalização da lavoura cacaueira, outrora a principal fonte de receita de dezenas de municípios.

A retomada da produção de cacau a níveis pré-vassoura de bruxa, em torno de 300 mil toneladas/ano, trará enormes impactos positivos a Itabuna, porque é aqui que as pessoas de cidades vizinhas compram e se utilizam do setor de serviços, lazer, saúde e educação.

O aumento da renda gerada pelo cacau será a mola mestra para a expansão econômica de Itabuna, aliada a empreendimentos importantes como o Porto Sul, a Ferrovia Oeste-Leste e o Gasoduto da Petrobras.

Daí a necessidade de que as verdadeiras lideranças de Itabuna, independente da cor partidária, se unam para promover uma ampla mobilização em defesa da revitalização da lavoura cacaueira, que passa pela questão da dívida dos produtores, que não podem ser penalizados por erros a que foram induzidos a cometer, a liberação de novos recursos e a adoção de novas tecnologias, que tornem a cultura mais produtiva, com amêndoas de qualidade. Uma mobilização que deve chegar ao Governo Federal, que é quem tem o poder de decisão.

Não podemos mais ficar de braços cruzados, a espera de uma providência divina. Precisamos contar com o apoio de deputados estaduais, federais, senadores. Estamos dispostos a unir todas as entidades e pessoas comprometidas com Itabuna, na discussão de uma estratégia para sensibilizar a presidente Dilma Rousseff, que tem dado sucessivas mostras de seu compromisso com o setor agrícola.

Não queremos nos tornar repetitivos em nossas considerações sobre o cacau, mas o chamamento é necessário.

A história de Itabuna é feita de luta, superação, empreendedorismo. É o momento de somarmos a esses adjetivos a união em torno de uma causa comum, dos produtores aos trabalhadores.

A hora é agora, para que se construa a Itabuna do novo século, hoje e sempre um fruto do cacau.

Helenilson Chaves é diretor-presidente do Grupo Chaves.

Artigo originalmente publicado no Diário Bahia.

9 respostas

  1. Parabéns a este grande homem responsável pelo desabrochar do progresso nesta cidade. Apenas uma observação quanto ao artigo… “28 de julho de 1912, a data histórica da emancipação.” Não seria 1910?
    A matemática não fechou… 2012-1912 = 102 ?

    Da Redação: Correção feita, pois. O autor agradece.

  2. Sr Helenilson

    Sempre fico muito feliz em compartilhar dos seus escritos, gostaria na condição de candidata a vereadora, receber seus ensinamentos para uma prática legislativa que verdadeiramente honre e resgate a dignidade da escolha do eleitor itabunense, que espera ancioso por uma cidade melhor de se viver, bjs no coração!

  3. Sim,somos sabedor que Itabuna e regiões tiveram sua expansão e crescimento,gerado pela economia do agronegócio CACAU.
    Concordo em diretrizes e projeto elaborado para o reaquecimento desta atividade,geradora de recursos, agregadorara do homen no setor rural e protetora do meio ambiente.
    Contudo, não sensiblizo com à conjuntura de absorvição da responsabilidade financeira realizada por produtores(empresários).Concebo um escalonamento da divídida à longo prazo,até uma redução dos valores ou substituíção por divída agrária com aplicação ao proprio setor.
    Repassar na história do coronelismo,não mais será permitido no mundo coorporativista,projetado para divisão real de rendas,sustentado na qualidade de vida dos seus parceiros.
    Itabuna,saberá ir em busca sim de alternativas e mecanismo próprio para outras atividades.

  4. ESQUECEU DE FALAR DA VIOLÊNCIA,DA CIDADE EM MAIOR CAMPEÃM EM CRIMINALIDADE DA BAHIA,PORLUGAR PRA SEMORA ULTIMAMENTE,TENHO VERGONHA DE MORA AQUI,NESSA CIDADE ABANDONADA POR PODER PUBLICO E PELA SAÚDE PUBLICA,XAUUUUUUUUU

  5. O que restou só deserto!
    O ciclo do cacau já faz parte do nosso passado,assim como o da cana de açúcar, ciclo do ouro,o ciclo do café,ciclo da borracha no norte do país,o ciclo do algodão na Paraíba e a pecuária no sul do país. No início do século XX a maioria da população era rural,o que contava com as condições climáticas favorável ao cultivo do cacau,chovia o ano inteiro,o fruto do cacau brotava como água,só precisava derrubar as matas e plantar as mudas.
    Precisamos pensar o que fazer com tanta terra para produzir alimentos,em substituição ao cacau,afina,são milhões de alqueires de terras! A vida é urbana,o mundo gira para cidade,essa transformação humana é universal. Itabuna é uma cidade urbana,na vila de mutuns,a maioria trabalha aqui em itabuna,a Fazenda minerva,na década de 70 tinha mais de 100 familias, trabalhadores,hoje,só têm dois trabalhadores e ninguém quer ir trabalhar nas roças de cacau mesmo dando os frutos de meia.
    Próximo desta fazenda têm a Fazenda S.Francisco,lá têm uma casa que consta a data da edificação,1938,mesmo dando os frutos de meia ninguém quer. A alternativa é plantar verduras,frutas,criar peixe em cativeiros,efim,diversificar outras culturas e aproveitar aquele ‘mar’de terra.
    O cacau só nas lembranças.

  6. O que restou só deserto!
    O ciclo do cacau já faz parte do nosso passado,assim como o da cana de açúcar, ciclo do ouro,o ciclo do café,ciclo da borracha no norte do país,o ciclo do algodão na Paraíba e a pecuária no sul do país. No início do século XX a maioria da população era rural,o que contava com as condições climáticas favorável ao cultivo do cacau,chovia o ano inteiro,o fruto do cacau brotava como água,só precisava derrubar as matas e plantar as mudas.
    Precisamos pensar o que fazer com tanta terra para produzir alimentos,em substituição ao cacau,afinal,são milhões de alqueires de terras! A vida é urbana,o mundo gira para cidade,essa transformação humana é universal. Itabuna é uma cidade urbana,na vila de mutuns,a maioria trabalha aqui em itabuna,a Fazenda minerva,na década de 70 tinha mais de 100 familias, trabalhadores,hoje,só têm dois trabalhadores e ninguém quer ir trabalhar nas roças de cacau mesmo dando os frutos de meia.
    Próximo desta fazenda têm a Fazenda S.Francisco,lá têm uma casa que consta a data da edificação,1938,mesmo dando os frutos de meia ninguém quer. A alternativa é plantar verduras,frutas,criar peixe em cativeiros,efim,diversificar outras culturas e aproveitar aquele ‘mar’de terra.
    O cacau só nas lembranças.

  7. Sr.Helenilson Chaves, vocês é o meu orgulho pessoal dessa cidade, fala do orgulho porque acompanho do seu pai até hoje o desenvolvimento prestada por vocês a nossa cidade de Itabuna, não tem Oduque, Ubaldo, Fernando, Geraldo e Azevedo, explesso isso na forma de empregos e empreendimentos gerados pelo grupo chaves na nossa cidade. O povo de Itabuna, fala que se tirar as obras de Fernando na nossa cidade a mesma vira Itaboca, santa ignorância eu pergunto se tirar os empreendimento do grupo iriamos virar o que mesmo.

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