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Juliana Soledade | jsoledade@uol.com.br

Mesmo que a formalidade não aceite a exploração de estacionamento em vias públicas, elas estão loteadas e cheias de ‘donos’ que se auto-intitulam proprietários dos locais de maior movimento

Desde o fim da zona azul em Itabuna que a guerra dos “flanelinhas” se alastrou de maneira assustadora na cidade. Ameaças, brigas e muita confusão, caso não pague a gorjeta por ter supostamente olhado o teu veículo. O exercício ilegal de profissão passa notoriamente despercebido pelos olhos da polícia e da prefeitura. Os flanelinhas ou guardadores de carro amedrontam pessoas de paz e bem.

Além de colecionar passagens pela polícia por furto e roubo na grande maioria dos casos, a cobrança de um serviço não solicitado normalmente vem acompanhada de ameaças implícitas. Quando não se contentam com o valor pago pelo “devedor”, a maneira de intimidar acaba sendo mais drástica e violenta, afinal é do conhecimento de todos que, por muitas vezes, o flanelinha praticam violências diretas ao condutor, sejam físicas ou verbais, quando não causam danos ao veiculo.

Em tese não se pode legitimar uma apropriação de um espaço público e muito menos efetuar cobrança imposta por um particular. Porém, esta atitude é visivelmente ignorada e de total ineficácia na repressão de delitos decorrentes da atividade ilícita, pois, de origem regular, mas que constitucionalmente é atribuído aos órgãos estatais, que pouco se importam pelo bem-estar do contribuinte.

Necessário mesmo seriam profissionais habilitados e capacitados, com tabela de preço fixo, com profissão regulamentada e legal. Por que não habilitar os flanelinhas? A responsabilidade dessa habilitação seria do poder público?

Mesmo que a formalidade não aceite a exploração de estacionamento em vias públicas, elas estão loteadas e cheias de ‘donos’ que se auto-intitulam proprietários dos locais de maior movimento, causando muitas vezes entre eles, brigas e discussões, de forma violenta e em alguns casos, fazendo o uso de armas, em ambiente público, a vista de todos.

O uso de drogas por eles, em pleno centro da cidade, também assusta muito. De diversos tipos e espécies, somos obrigados a presenciar e prever a reação indeterminada.

Apesar de toda esta enorme reprovação da sociedade em vista a essa abordagem injusta e cotidiana, inexistem condutas de repressão e fiscalização. Não vemos uma atitude direta dos órgãos competentes. Contudo, em momentos de alto grau de ameaça e/ou violência aplicada, a atitude da Policia é deter e liberar logo em seguida, retornando aos seus ‘pontos’, e que sempre revolta a população pelo descaso do poder público.

Apenas reprimir não é solução, é necessário pensar na inclusão e justiça social, fiscalizar, oferecer também qualidade de vida, combate eficiente contra as drogas. Contudo, será que eles estão dispostos a mudar ou levar esta vida é preferência? Resolver a problemática talvez seja difícil do que os ‘doze trabalhos de Hercules’, porém tento incansavelmente acreditar que um dia isso pode mudar.

Juliana Soledade é graduanda em Direito.

26 respostas

  1. Sou contra a cobrança do espaço público, as chamadas zonas azuis.Isto por que é um crime esta cobrança, por entender que é uma bi ou tributação.lembremos que já pagamamos: Cide e Ipva, estes impostos,dentre outros, foram criados para que partes deles ficassem o municipio visando fomentar implementações de melhorias no trânsito,sinalização,investimento vertical,horizonal, e criação e ampliação de espaços para vagas de veículos.E mesmo que regulamentada,a zona azul,não se responsabiliza pelo dano ao véiculo ou furto de objetos no seu interior. Apenas pagamos pra estacionar em um pedaço de asfalto, quando existe, Isto por si só, na minha opnião é um estelionato institucionalizado.Quanto aos flanelinhas, a lei é clara, a prática que eles fazem é uma a extorção, inclusive algumas vezes sob ameaça . Crime, prisão e cadeia.

  2. A maioria é dependente químico , o que nos deixa ainda mais constrangidos !
    Sabemos que estamos financiando drogados e não temos amparo nenhum em reprimi-los ou em podermos ajudar.
    Basta ver os que ficam em frente ao Forum Ruy Barbosa, serventuários e juízes de dentro dos gabinetes podem testemunhar.

  3. Essa tal de “inclusão social” parece ser a desculpa de todo tipo de flanelinhas, mendigos, craqueiros, ladrões, invasores de espaço público, etc. E assim vamos vendo a criminalidade aumentar enquanto as autoridades ficam temerosas de aplicar as leis e o cidadão comum e trabalhador se vê impotente, acurralado e desamparado, quando não culpado pelos piegas de plantão.

  4. Essa é uma triste realidade das cidades brasileiras… A zona azul, ou algum serviço semelhante pode não ser o ideal, mas em algumas situações pode ajudar, como no caso da disputa por uma vaga. Quanto às cobranças e ameaças dos flanelinhas, não tem eficácia, porque pagamos a zona azul e temos que dar gorjeta da mesma forma. Há poucos dias fui agredida verbalmente por um deles, inclusive ameaçada por uma faca. Nessa caso, um maior policiamento ajudaria a intimidar essas ações. É muito fácil se apropriar do que não é seu, e dizer que é “trabalho’, ganha pão. A rua é pública e ninguém tem esse direito. Viramos reféns. Eu não me atrevo a negar nada a essas pessoas…

  5. Essa questão dos flanelinhas é um problema social. É melhor ficarem recebendo moedas em troca de uma suposta “olhada” no carro do que ficar sentado na sarjeta planejando crimes. Eles não tiveram oportunidade de estudo, educação, profissionalização… É muito fácil, do alto de suas casas, apontar esses problemas e imputar a solução ao Estado (prisão e cadeia). Elas já estão lotadas com indivíduos realmente perigosos. Dar uma moeda, um trocado, não empobrece ninguém.

    A lei tipifica essa atitude como crime de extorsão… Vai adiantar encher a cadeia de flanelinhas?

  6. Parabéns Juliana, alguém tem que chamar atenção das autoridades. Precisamos de cabças jovens e de olho no futuro. Fiscalização, e apreensão JÁ!

  7. Quando havia zona azul aqui em Itabuna, me neguei a pagar por ela e ainda pagar ao flanelinha que fazia ponto no trecho da Clínica 28 de julho. Resultado: meu carro todo riscado. Já que vivo numa terra sem lei, evito ao máximo ir ao centro da cidade de carro.
    Quanto ao fato de muitos flanelinhas serem usuários de drogas, basta caminhar na Beira Rio, no final da tarde, no trecho entre a ponte do Marabá e a Praça Olinto Leone, muitos estão lá fumando livremente seu baseado, e nós ou convivemos com isso ou somos obrigados a fazer nossa caminhada em outro lugar.
    Quem trabalha,paga impostos em dia e é “limpo” em Itabuna está cada vez mais obrigado a viver entre as grades domésticas, porque a marginalidade faz o que quer e ninguém toma providências! Terra sem lei! Também com a laia de governantes que temos, não podemos esperar outra coisa…

  8. O que acontece nas cidades brasileiras é, suma, um absurdo!
    Somos reféns de um bando de bandidos, vagabundos e por vezes ladrões, que nos ameaçam e nos extorquem. Pior que os ladrões,é o poder público que permite a livres ação desses vagabundos que não querem em hipótese alguma ter uma profissão. Aliás, Itabuna está repleta de ladrões, sejam eles com salários ou com gorjetas.

  9. Juliana, parabens. Se faz necessario, que pensemos de forma logica e precisa. Muito facil, condenarmos, sem oferecermos saidas para a solucao dos problemas. A zona azul, ou administracao do espaco publico de forma organizado e democratica se faz urgente e necessaria para que possamos nos libertar da marginalidade da cobrança do espaco publico por desordeiros.

  10. Gente! Estou passada com esse texto! Concordo com o comentário de Meteoro! Estamos diante de um problema social gravíssimo! Pessoas que não tiveram oportunidade e que por algum motivo, uns entraram no mundo do crime, outros nas drogas… O que vejo nesses texto é a Srª. Juliana generalizar todos os flanelinhas como vagabundos!

  11. Acho um absurdo pensar em regulamentação dos flanelinhas, não entendo por que motivo temos que pagar para estacionar numa via pública?? O bandidos de flanela na mão dizem que é pra “guardar o carro do patrão”, mas quem deve guardar a nossa segurança não é a policia???? Nós já pagamos impostos demais, bolsas demais…e temos tudo de menos!! Temos que dar esmola a pedinte com o bebe no colo, as crianças no semaforo!
    Quanto a zona azul, entendo que não tenha relação com os flanelinhas, a tal zona, tem como objetivo dar rotatividade nas vagas de estacionamento nas ruas da cidade e arrecadar dinheiro para encher o bolso de quem tem a concessão do serviço, não tem a incubência de preservar o veículo. Considero um crime a cobrança de zona azul, em qualquer aspecto: bi-tributação, crime ao consumidor ( não recebemos nenhum serviço ou produto quando pagamos a zona azul), enfim… é uma ZONA TOTAL!!
    Os arredores da FTC está lotada de banddidos (flanelinhas), todo dia tem assalto na região e a policia simplesmente ignora.Quem serão os ladrões que escolhem as vitimas????
    Acredito também que os donos de carro tem culpa pela perpetuação dos flanelinhas, já que entreguem seu suado dinheiro as estes marginais, se ninguem desse dinheiro, será q eles iriam destruir todos os carros parados nas ruas????? Eu não dou dinheiro e se me ameaçar eu chamo a policia!!

  12. Muito bom. Mas essa guerra se alastra realmente com a omissão das autoridades. Quando a zona oficial estava ativa eles, os flanelinhas, diziam que a gente deveria pagar porque “zona azul não guarda seu carro”. Ou seja, uma ameaça velada. A questão é social e, em alguns casos, policial.

  13. Verdade, inclusive após a saída da Zona Azul os tais estão Bombando (Entre Si); e quem corre risco de agressão, termos nossos veículos estragados ou até msm roubados (C/ a Cobertura deles),enfim; Constrangimento e Exposição ao Perigo Somos Nós.

  14. Dar algum dinheiro, ajudar com alguma coisa, isso eu concordo. Agora, ter que pagar um valor determinado para essas pessoas, aí é complicado porque a rua é de todos e ninguém está com dinheiro sobrando, não. Tá difícil para todos. Um problema social, falta de estudos de oportunidade. Também concordo, mas daí a aceitar ameaças e insultos por falta de pagamento, aí já pe demais.
    Uma perguntinha: cadê as autoridades públicas, escolhidas por nós, para gerir essa situação????
    “Deixa o homem trabalhar”, “Deixa o homem trabalhar”. Deixar, a gente deixa, mas ele é o primeiro a não fazer nada, que dirá os seus secretários, servidores, etc…

  15. Esse é um texto de um típica menina classe média que não reconhece os problemas sociais do capitalismo e acha que segregar, excluir e reprimir são as saídas para a pobreza. Mas estranho é dizer que não se pode admitir que o espaço público não seja tomado por um particular quando esse se trata de um flanelinha, mas considera a possibilidade deste mesmo espaço público ser gerenciado por uma empresa privada e, portanto, particular. A diferença que o flanelinha é pobre e as empresas que oferecem serviços de zona azul são ricas. Parece que no curso de direito onde ela estuda não se lê Foucault.

  16. Cara Emille,
    Percebo que generalizar é uma interpretação feita pela senhora, bem como o termo utilizado.
    O que citei é apenas realidade vivida por muitos na nossa cidade. O problema social existe e precisa ser sanado, mas para isso precisamos fazer com que os nossos governantes tirem as ‘vendas dos olhos’ e também disponha de recursos para atingir a classe mais fraca. E esse é o meu objetivo, fazer um pouquinho – Como na fábula do beija-flor.
    Um forte abraço e fique em paz. Juliana Soledade

  17. O problema que hoje enfrentamos em nossa amada Itabuna é frequente e corriqueiro em grandes centros urbanos. É chegado o momento de as autoridades responsáveis agirem efetivamente e energicamente, buscando assim a solução para o problema. Eu mesma já sofri ameaças de ter o meu carro “riscado” por estes elementos caso não pagasse antecipado o valor pelo “serviço prestado”. Absurdo imensurável. Chega!

  18. Primeiro gostaria de parabenizar a Juliana pelo o texto, Segundo gostaria de saber onde estão os poderes públicos, que ignoram para esta extorsão em pleno centro de Itabuna, vale ressaltar que ao lado do “forúm” tb acontece, kd o Ministério Público, Kd a Prefeitura, kd o comando do decimo quinto Batalhão do nosso municipio, enfim kd as autoridades dessa cidade sem comando.

  19. FLANELINHA E ZONA AZUL ANDAM JUNTOS, ATÉ PORQUE O PESSOAL QUE TRABALHA NA ZONA AZUL NÃO É POLICIAL, POR ISSO NÃO ENFRENTA OS FLANELINHAS, QUE POR VEZES TEM APARECIDO EM PÁGINAS POLICIAIS. NÃO SERÁ A ZONA AZUL DEFENDIDA POR AZEVEDO QUE IRÁ RESOLVER A QUESTÃO DOS FLANELINHAS. FLANELINHA EXISTE EM TODO O BRASIL, SÓ QUE OS DAQUI ESTÃO SE COMPARANDO AOS DAS CAPITAIS, VIOLENTOS E AMEAÇADORES.

  20. COM À IMPLANTAÇÃO DA ZONA AZUL, FICAMOS NÓS DEVENDO A 02(DOIS), DEVEMOS AO PODER PÚBLICO, VIA ZONA AZUL E CONTINUAMOS DEVENDO AOS FLANELINHAS, QUE NUNCA ABANDONARAM SEUS PONTOS COMERCIAS MESMO COM A (ZONA). QUE ZONA………

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