Tempo de leitura: 2 minutosSócrates Santana | soulsocrates@gmail.com
A ascensão do PSB nas cidades mais pobres do país simboliza também a redescoberta de uma quarta força partidária no Brasil, antes ocupada pelo metafisico DEM/PFL, reanimado com a vitória em Salvador e Aracaju.
Não existe mais uma pedra no meio do caminho do senador Aécio Neves. Ao menos, no PSDB. Afinal de contas, a derrota de José Serra não significou apenas a vitória do PT em São Paulo. Representou o término de um ciclo paulista no ninho tucano, onde a mensagem de despedida dos serristas à presidência passou de um até logo para um adeus melancólico das urnas do seu principal reduto eleitoral. “A festa acabou”, diria o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, que comemoraria hoje – se vivo fosse – 110 anos.
Em Minas Gerais, o PSDB venceu em 143 municípios, enquanto o PT elegeu 114 e o PMDB 119 prefeituras. Mas, restou ao PSB do governador pernambucano Eduardo Campos a cereja do bolo: Belo Horizonte. Com o apoio de Aécio Neves, o prefeito reeleito Márcio Lacerda (PSB) derrotou o ex-ministro Patrus Ananias (PT), apoiado pela presidenta Dilma Rousseff. Mas, a única cidade acima de 200 mil eleitores governada pelo PT a partir de 2013 em território mineiro será Uberlândia.
A disputa na capital mineira serviu como uma prévia da eleição presidencial de 2014. De um lado, a aliança entre o PSDB e o PSB. Do outro, a manutenção de um casamento temerário entre PT e PMDB. Fora da disputa, após perder a eleição municipal para Fernando Haddad (PT), o ex-presidenciável José Serra, com a chave na mão, “quer abrir a porta”, mas, “não existe porta”, porque, Aécio Neves levou para Minas Gerais.
O deslocamento político do ninho tucano para Minas Gerais é acelerado na mesma medida que ocorre também um reposicionamento da hegemonia petista do nordeste de volta para o eixo sul do país. Dos eleitores a serem governados por prefeitos petistas a partir de janeiro, a maioria absoluta (51%) estará no Estado de São Paulo. Além da capital, o partido ganhou em municípios de peso na Região Metropolitana, como Guarulhos, Osasco e São Bernardo do Campo.
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