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marco wense1Marco Wense

O chefe do Executivo deixou escapar, nas entrelinhas, lá no cantinho do seu pensamento, que a presença feminina é importante no processo eleitoral.

Se dependesse exclusivamente da vontade do governador Jaques Wagner, em decisão unilateral, uma mulher já teria sido convidada para compor a chapa majoritária.
Wagner tem demonstrado certa preocupação com a possibilidade de uma composição governista 100% macho, sem o perfume da mulher e sua aguçada sensibilidade.
Uma majoritária só com marmanjos seria mais um obstáculo para o ainda desconhecido Rui Costa, que não escaparia da insinuação oposicionista de que é contra a mulher na política. Que é preconceituoso.
A participação feminina no formato da chapa elimina o disse-me-disse e os boatos de discriminação por parte de maldosos adversários adeptos da filosofia maquiavélica.
É bom lembrar que teremos duas fêmeas, como diria o saudoso jornalista Eduardo Anunciação, exercendo forte influência na sucessão presidencial: Dilma Rousseff (reeleição) e Marina Silva (vice de Eduardo Campos).
Na sua última entrevista de 2013, no jornal A Tarde, o chefe do Executivo deixou escapar, nas entrelinhas, lá no cantinho do seu pensamento, que a presença feminina é importante no processo eleitoral.
O governismo tem Rui Costa como candidato ao Palácio de Ondina, Otto Alencar postulando o senado da República e uma disputa entre Marcelo Nilo (PDT) e Mário Negromonte (PP) pela vaga de vice-governador.
No oposicionismo verdadeiro, formado pelo DEM, PMDB e o PSDB, sob o comando do prefeito ACM Neto, a importância da presença feminina é consenso entre as principais lideranças.
Nos bastidores, já se articula uma mulher para ser a companheira de chapa do ex-governador Paulo Souto, ficando a senatória para o peemedebista Geddel Vieira Lima.

E Geddel? Essa é a grande indagação e o maior problema. Ninguém, pelo menos em sã consciência, sabe da reação do ex-ministro quando cair na real. Ou seja, que sempre foi preterido por democratas e tucanos.
Não se descarta a hipótese da vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento, negra, advogada, doutora em gestão e cidadã soteropolitana, filiada ao PV, ser a vice de Souto.
Com Célia, além da presença da mulher na chapa majoritária, abrem-se as portas para que o Partido Verde faça parte da coligação e, com efeito, encerre as conversações com o PSB.
O oposicionismo circunstancial, portanto amorfo e sem autenticidade, protagonizado pelo PSB, já conta com Lídice da Mata e a ex-ministra Eliana Calmon, candidatas ao governo da Bahia e ao senado.
As críticas dos socialistas ao atual governo, depois de participarem ativamente da campanha e da administração, ficarão sob o manto do oportunismo, legitimamente enfraquecidas.
A preocupação do governador Jaques Wagner faz sentido. Uma chapa majoritária puro homem, com marmanjos até o pescoço, pode sofrer irreversíveis abalos.

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