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O presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Una, Ilhéus e Buerarema, Abiel da Silva Santos, confirmou nesta manhã, em entrevista ao repórter Oziel Aragão (Difusora AM), que o agricultor Juraci Santana, 44, morto nesta terça-feira no Assentamento Ipiranga, havia recebido proposta de se autodeclarar índio, mas se recusou.
“Ele não aceitou se cadastrar como índio e enfrentou todos aqueles que tentaram tomar o Assentamento Ipiranga”, declarou Abiel. Segundo ele, a vítima tinha forte atuação na defesa dos pequenos agricultores. “Juraci era o líder da resistência”, disse o presidente da associação.
Nesta terça-feira (11), o PIMENTA revelou que caciques assediavam agricultores do Assentamento Ipiranga para que estes se autodeclarassem tupinambás (confira aqui).
O corpo do agricultor assassinado já passou por necropsia no Departamento de Polícia Técnica de Ilhéus, mas neste momento ainda aguarda a presença de algum familiar para que seja liberado.

3 respostas

  1. Por que Juraci morreu?
    Morreu porque não quis ser bandido e trair seu povo. Morreu porque sua maior ambição era apenas cultivar a terra que recebera e sustentar sua família. Morreu porque não se curvou aos apelos sedutores de poder ou às ameaças daqueles que tinham a certeza da impunidade. Morreu porque confiou numa estrutura falida de estado que sempre fingiu preocupação com o conflito agrário, mas sempre respondeu com descaso e irresponsabilidade às freqüentes ações bandidas de seus protegidos.
    Juraci foi abraçado por prefeitos, deputados, governador e ministro da “justiça”. Talvez, tenha morrido justamente por isso, porque assim também morremos todos os dias.

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