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(Foto Pimenta).
O servidor José Carlos Veridiano (“Badega”) é o novo coordenador-regional do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Sintsef). Eleito no final do ano passado, Veridiano concedeu entrevista em que fala das prioridades do Sintsef nas regiões do Sul, Extremo-Sul e Baixo-Sul.
Veridiano criticou a direção-geral da Ceplac, Helinton Rocha. Para o dirigente sindical, Helinton não tem percebido que falta rumo ao órgão federal. O coordenador do Sintsef diz que o novo regimento interno da Ceplac foi feito ao bel prazer do diretor-geral e dos seus assessores diretos. Acompanhe os principais pontos da entrevista concedida ontem à tarde na redação do PIMENTA.
PIMENTA BLOG – Quais são as prioridades da nova diretoria?
JOSÉ CARLOS VERIDIANO – Como ceplaqueano, tenho como uma das prioridades a reestruturação da Ceplac, mas o sindicato não se resumirá à Ceplac. Nós temos um grande problema a ser resolvido quanto aos funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), antiga Sucam. Não há direção na Funasa e os convênios com as prefeituras, em sua maioria, não funcionam. A turma que vai para o interior está ficando em depósitos, junto com produtos inflamáveis, inseticidas, larvicidas. É uma situação deprimente.
PIMENTA – A Ceplac está enfrentando uma greve de terceirizados. O que está ocorrendo?
VERIDIANO –  Nossos companheiros da área de serviços gerais, terceirizados, de uns seis meses para cá, têm sofrido com atrasos de salário constantemente. Eu tenho impressão que falta competência, compromisso da parte da direção-geral para resolver essa questão. Tivemos uma reunião com o diretor da Ceplac e fomos incisivos, duros. Queremos que o doutor Helinton Rocha e o seu assessor, Antônio Siqueira, resolvam este problema, sob pena de nós paralisarmos 100% o trabalho dos terceirizados, e não apenas serviços gerais.
PIMENTA – Da reunião, saiu algum resultado concreto para a demanda dos funcionários?
VERIDIANO – A direção geral chamou todos os sindicatos e associações do órgão para falar de concurso público. Não discordo da necessidade de contratação, mas acredito que a reestruturação da Ceplac, via projeto de lei, é tão urgente quanto o concurso.

Veridiano Entrevista Pimenta______________

A Ceplac não se modernizou. Parece que temos três Ceplacs, precisamos torná-la ágil para servir melhor à sociedade.

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PIMENTA – Por que?
VERIDIANO – A Ceplac está sustentada em um decreto-lei há 57 anos e fica a mercê dos governantes de plantão, correndo o risco de deixar de existir em uma canetada. Mostramos ao diretor geral que a mesma prioridade para a contratação de pessoal vale para o projeto de lei, a reestruturação. A Ceplac não se modernizou. Parece que temos três Ceplacs, precisamos torná-la ágil para servir melhor à sociedade.
PIMENTA – Para ter esta agilidade, o que é necessário?
VERIDIANO – O órgão precisa ser reestruturado. Está faltando rumo e o diretor-geral não tem percebido isso, pois ele fala como se tudo estivesse muito bem. Ele e muitos dos assessores diretos dele em Brasília não são da Ceplac, não conhecem a Ceplac, a exemplo desse Antônio Siqueira, que é hoje quem decide para onde o dinheiro vai. Isso tem atrapalhado muito.
PIMENTA – A Ceplac já passou por muitas crises. Esta de agora é a maior, mais grave?
VERIDIANO – Em relação à continuidade, não.  Falo quanto ao funcionamento da instituição, que está muito ruim e o diretor tem contribuído muito para isso. Por exemplo, o regimento interno aprovado agora não foi aquele construído pelos servidores. É capenga, ruim, feito de acordo com a vontade das pessoas que estão dirigindo departamento, não conhecem a história da Ceplac. A direção maior da Ceplac precisa ter conhecimento técnico, mas com articulação política. As coisas hoje se decidem politicamente. Sinto que o diretor-geral é, meramente, um técnico, burocrata.

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A direção maior da Ceplac precisa ter conhecimento técnico, mas com articulação política. As coisas hoje se decidem politicamente. Sinto que o diretor-geral é, meramente, um técnico, burocrata.

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PIMENTA – Por que ele é, como o senhor diz, o regimento é “capenga, ruim”?
VERIDIANO – Ele centraliza tudo em Brasília, tira o poder das superintendências. Trabalhamos por um regimento interno ótimo para todos, enxuto, que teve a participação do doutor Antônio Zugaib. E esse regimento não foi o discutido por nós. Alguém pegou lá e fez ao bel prazer. Foi uma coisa ruim. O regimento deverá ser reparado.
PIMENTA – E o concurso público?
VERIDIANO – Não vamos abrir mão da reestruturação da Ceplac através de projeto de lei. Claro, junto com a contratação de pessoal. O órgão tem 26, 27 anos que não contrata ninguém, realiza concurso.
Confira a íntegra da entrevista clicando no “leia mais”, abaixo.

PIMENTA – Mais da metade dos servidores já se aposentou ou está se aposentando. Diante desse quadro, há força para que essa reestruturação seja aprovada no Congresso?
VERIDIANO – A Ceplac ainda tem quase 2 mil funcionários na ativa em todo o Brasil, mais da metade aqui na Bahia. É um handicap muito grande. Além disso, nós temos deputados ceplaqueanos. Até os deputados da oposição são favoráveis à reestruturação.
PIMENTA – E o que está faltando?
VERIDIANO – O que precisa é a construção de uma proposta. Nós só poderemos ir a governador, deputados, prefeitos com uma proposta na mão. Se não tiver, ficaremos iguais à ponte de Ilhéus, que todo mundo falava há mais de 30 anos e não tinha projeto algum. E o diretor fica querendo passar que a Ceplac tá tudo bem, mas não está. Precisamos da reestruturação, desse projeto de lei. Há força política, a região adotou a Ceplac, os produtos, comerciantes, Lions, maçonarias, padres, pastores, as igrejas. É isso que nós queremos.
PIMENTA – Como o senhor vê a proposta de transformação da Ceplac em Embrapa-Cacau?
VERIDIANO – Isso, para mim, é uma bobagem de quem falou. A Ceplac vai muito além da pesquisa, muito além disso. Ela trabalha com seringa, dendê, pecuária. Não é só cacau. A Ceplac tem convênio com universidades, inclusive um deles muito bom com a Universidade Federal do Sul da Bahia. Cacau é o principal, mas a Ceplac tem extensão, assistência ao produtor.
PIMENTA – Há mais de 1.200 servidores sem carreira na Ceplac. Como essa situação pode ser resolvida?
VERIDIANO – Na realidade, a Ceplac está tão esfacelada que tem funcionários de primeira e segunda categoria. Fiscais, técnico em planejamento, técnicos de laboratórios e técnicos agrícolas, que agora são agentes de atividade de agropecuária, conseguiram carreira. Nós aplaudimos. Mas existe quem está no PGPE (Plano Geral de Cargos do Poder Executivo). Ninguém quer ficar nesse plano, só ficam os funcionários sem carreira específica. É por isso que defendemos a reestruturação. São 4 planos hoje na Ceplac. Os futuros contratados, por exemplo, já seriam pelo plano de ciência e tecnolgoia. E o diretor acha que tudo isso é normal.  Antes tínhamos um único plano e funcionava para todos os servidores.
PIMENTA – Mas havia uma grande expectativa em relação ao dirigente. O que houve?
VERIDIANO – Helinton chegou dizendo que era escolhido e tinha respaldo da presidente Dilma. Nós esperávamos que as coisas mudassem com velocidade, mas está praticamente parada. Disse que a presidente Dilma havia estudado a Ceplac, que seria reestruturada, iria contratar pessoal. Não é isso que estamos vendo. Quando muda treinador, esperamos melhoras, mas não é o que estamos vendo. A Ceplac parada. Ele está há quase dois anos na Ceplac e demonstra desconhecimento.

8 respostas

  1. Regi negão precisa entrar nos hospitais de:
    * Santo Antonio de Jesus (inaugurado por Wagner)
    * Irecê (inaugurado por Wagner)
    * do suburbio em Salvador (inaugurado por Wagner)
    * Hospital da Criança em Feira de Santana (inaugurado por Wagner)
    * Juazeiro (inaugurado por Wagner)
    Regi o seu voto não vale pois você é do partido DEMoralizado, o que vale é o voto do povo que não tem lado partidário, mas vota pelo que é atendido.

  2. Grande Badega , gostei da entrevista, mas está na hora de mudar este diretor da CEPLAC,o cara está na empresa a quase dois anos e não falou pra que veio, no inicio era amigo de Dilma iria resolver tudo, agora já não sabe para onde vari, pede ajuda dos deputados todos da Bahia e fale de um, será que este rapaz tem mesmo competência ?

  3. Meu grande amigo Veridiano (Badega) sinto orgulho de ser seu amigo,por ser você assim esse homem de coragem que fala a verdade mostrando conhecimento daquilo que fala. Parabéns Ceplaqueanos pela escolha de seu representante sindical e que Deus te proteja meu amigo nessa empreitada,do seu amigo Robson Rigaud.

  4. Badega…. a quem você está servindo???? Ao que parece você está fazendo a defesa de “alguns” servidores da Ceplac e em particular, da terceirizada empresa de limpeza. Muito estranho, pois com trabalhador do Sindicato você não foi tao compreensivo, já entrou demitindo. Por outro lado, é sutil a forma como o senhor vem fazendo defesa do Superintendente e do Chefe de Recursos Humanos. Que eu saiba, sindicalista defende trabalhador e não faz defesa de patrão. Está querendo a cabeça do Diretor para dar a quem?????Qual dos dois??? JUJU ou JAJA??? Vamos ficar de olho, pois o seu lado não está muito bem definido.

  5. A CEPLAC, hoje, está dividida em castas: primeiro grupo, os desencarreirados, que ganham menos que um Técnico agropecuário, ressaltando que, muitos dos desencarreirados têm especialização,Mestrado e Doutorado; segundo grupo, os que conseguiram carreira, que são bem remunerados. Os desencarreirados? Muitos postergaram a aposentadoria aguardando por dias melhores, uma vez que terão seus rendimentos substancialmente reduzidos em ocorrendo a aposentadoria antes que novos horizontes se abram positivamente. Há anos, se não houve falha na memória, que os servidores desencarreirados não têm aumento nos vencimentos, exceto um cala boca com gratificações, que sumirão por ocasião da aposentadoria, o que não ocorrerá com os servidores de carreira. A Constituição Federal é muito clara quanto ao aumento anual dos vencimentos dos servidores, determinação inobservada pelo Poder Público. Os desencarreirados devem lançar a bandeira de uma luta justa onde seja aplicado o principio da igualdade, pois que de direito.

  6. Sr mmmmmmmmmmmmmmmmm, a Ceplac não tem servidor pega o contracheque dos desencarreirados e veja que a fonte pagadora e MAPA – Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, portanto, para fazer correção na carreira dos desencarreirados da Ceplac será preciso mexer com todos os desencarreirados do PGPE – Plano Geral do Poder Executivo. Diante disso não só a Ceplac está divida em casta mas, todos os servidores do poder executivo que estão no PGPE.

  7. Gostei da entrevista e críticas ao diretor.
    Está faltando críticas também ao Srº Maynart e Srº Jacson Queiroz, que estão fazendo uma gestão desastrosa e equivocada, principalmente de perseguições à funcionários.
    “Badega” o verdadeiro sindicalista é imparcial e não coloca as conveniências pessoais em primeiro plano. Você sabe bem o que estou dizendo.

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