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Escola oferece aulas gratuitas em Itabuna.
Escola oferece aulas gratuitas em Itabuna.

A Escola Municipal de Trânsito de Itabuna (Emtran) está convocando alunos da 4ª e da 5ª turmas para apresentação de documentos para matrícula. Os documentos devem ser entregues dia 11 ou 12, das 8h às 16h, na sede da escola, na rua Jorge Amado, 25, Bairro Lomanto, ao lado da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (Settran).

São exigidos fotocópia e original do RG, CPF, título de eleitor, comprovante de endereço, histórico ou atestado escolar, carteira de trabalho e contracheque. O início das aulas está previsto para abril.

A escola abrirá duas turmas com aulas no matutino e no noturno, num total de 120 alunos. As aulas ocorrem no período matutino e noturno. Confira a relação de convocados por turma e turno no “leia mais”, abaixo:

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Senador Aloysio Nunes, do PSDB-SP, quer ver Dilma sangrar (Foto Brasil 247).
Senador Aloysio Nunes, do PSDB-SP, quer sangrar Dilma (Foto Brasil 247).

Dias após o vice-governador baiano João Leão proferir uma daquelas frases infelizes (veja abaixo), surge um senador do PSDB cometendo outro desatino.

Candidato derrotado a vice-presidente do Brasil, o senador Aloysio Nunes concedeu entrevista ao jornal Valor Econômico e, após várias declarações pelo impeachment da presidente Dilma, deu um cavalo de pau e, agora, diz ser contra a saída da presidente, pois quer vê-la sangrar no cargo.

– Não quero que ela saia, quero sangrar a Dilma, não quero que o Brasil seja presidido por Michel Temer (PMDB) – disse Aloysio.

Conhecido pelo seu destempero verbal e por destilar ódio em suas falas, Aloysio fez um mea culpa ao dizer que o PSDB falhou do debate político no processo eleitoral do ano passado. O senador foi vice na chapa encabeçada pelo também tucano Aécio Neves.

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O superintendente financeiro da Assembleia Legislativa, Marcos Presídio, será sabatinado na próxima quarta (11), às 10h30min, pela Comissão de Constituição e Justiça do legislativo estadual. Nome do presidente da Assembleia, Marcelo Nilo, Presídio deverá ser confirmado para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Quem informou da sabatina foi o presidente da comissão, Joseildo Ramos (PT).

Presídio é candidato único à vaga deixada com a morte do ex-deputado Zezéu Ribeiro. A comissão, presidida por Joseildo, é composta pelos deputados Zé Raimundo (PT), Luiz Augusto (PP), Robério Oliveira (PSD) e Euclides Fernandes (PDT) como membros titulares. Paulo Rangel (PT), Vítor Bonfim (PDT) e Alex Lima (PTN) completam a lista como suplentes.

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Vane e Josias, ao centro, em audiência ocorrida hoje (Foto Divulgação).
Vane e Josias, ao centro, em audiência ocorrida hoje (Foto Divulgação).

O prefeito Claudevane Leite teve audiência hoje (9) com o secretário estadual de Relações Institucionais (Serin), Josias Gomes, em Salvador. Foi recebido com toda pompa no governo, que corteja o gestor itabunense para que ele retorne ao PT.

A conversa foi acompanhada por secretários municipais, como Marcos Cerqueira (Fazenda) e Oton Matos (Controladoria-Geral), e o presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc), Roberto José.

A pauta da audiência em Salvador também incluiu o futuro do Centro de Cultura Adonias Filho (CCAF), cujas obras estão abandonadas. O prefeito discutiu não só a retomada das obras como, ainda, a direção do centro de cultura. O cargo está vago desde a saída de Aldo Bastos, mês passado.

Há uma previsão, da Secretaria Estadual de Cultura, de que o centro seja reinaugurado – se tudo ocorrer dentro do previsto – em novembro deste ano, a tempo das comemorações pelo centenário do escritor itajuipense Adonias Filho.

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Lixão no Alto Teresópolis incomoda moradores e atrai barata e rato (Foto do leitor).
Lixão no Alto Teresópolis incomoda moradores e atrai barata e rato (Foto do leitor).

Moradores do Alto Teresópolis, em Ilhéus, estão sofrendo com os “porquinhos” do bairro e a falta de limpeza do local por parte da prefeitura. Lixo e entulho são abandonados nas calçadas, próximo ao cemitério, atraindo mosca, barata e rato.

A prefeitura leva, em média, 30 dias para recolher entulhos, segundo moradores. Também não há fiscalização contra os “porquinhos”. Mais comum, no local, é a chegada de veículos com entulhos – o que inclui pias, baldes, geladeiras, fogões…

O acúmulo de água nos entulhos também é um risco. Uma das moradoras afirma que contraiu dengue há pouco mais de uma semana. A suspeita é de que mosquitos transmissores da dengue tenham proliferado em objetos lançados no Alto Teresópolis.

E olhe que a comunidade está bem ali, a menos de um quilômetro da prefeitura…

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juca kfouriJuca Kfouri | Blog do Juca

Sejamos francos: tão legítimo como protestar contra o governo é a falta de senso do ridículo de quem bate panelas de barriga cheia, mesmo sob o risco de riscar as de teflon, como bem observou o jornalista Leonardo Sakamoto.

Nós, brasileiros, somos capazes de sonegar meio trilhão de reais de Imposto de Renda só no ano passado.

Como somos capazes de vender e comprar DVDs piratas, cuspir no chão, desrespeitar o sinal vermelho, andar pelo acostamento e, ainda por cima, votar no Collor, no Maluf, no Newtão Cardoso, na Roseana, no Marconi Perillo ou no Palocci.

O panelaço nas varandas gourmet de ontem não foi contra a corrupção.

Foi contra o incômodo que a elite branca sente ao disputar espaço com esta gente diferenciada que anda frequentando  aeroportos, congestionando o trânsito e disputando vaga na universidade.

Elite branca que não se assume como tal, embora seja elite e branca.

Como eu sou.

Elite branca, termo criado pelo conservador Cláudio Lembo, que dela faz parte, não nega, mas enxerga.

Como Luís Carlos Bresser Pereira, fundador do PSDB e ex-ministro de FHC, que disse:

“Um fenômeno novo na realidade brasileira é o ódio político, o espírito golpista dos ricos contra os pobres.

O pacto nacional popular articulado pelo PT desmoronou no governo Dilma e a burguesia voltou a se unificar.

Surgiu um fenômeno nunca visto antes no Brasil, um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, a um partido e a um presidente.

Não é preocupação ou medo. É ódio.

Decorre do fato de se ter, pela primeira vez, um governo de centro-esquerda que se conservou de esquerda, que fez compromissos, mas não se entregou.

Continuou defendendo os pobres contra os ricos.

O governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres.

Nos dois últimos anos da Dilma, a luta de classes voltou com força.

Não por parte dos trabalhadores, mas por parte da burguesia insatisfeita.

Quando os liberais e os ricos perderam a eleição não aceitaram isso e, antidemocraticamente, continuaram de armas em punho.

E de repente, voltávamos ao udenismo e ao golpismo.”

Nada diferente do que pensa o empresário também tucano Ricardo Semler, que ri quando lhe dizem que os escândalos do mensalão e da Petrobras demonstram que jamais se roubou tanto no país.

“Santa hipocrisia”, disse ele. “Já se roubou muito mais, apenas não era publicado, não ia parar nas redes sociais”.

Sejamos francos: tão legítimo como protestar contra o governo é a falta de senso do ridículo de quem bate panelas de barriga cheia, mesmo sob o risco de riscar as de teflon, como bem observou o jornalista Leonardo Sakamoto.

Ou a falta de educação, ao chamar uma mulher de “vaca” em quaisquer dias do ano ou no Dia Internacional da Mulher, repetindo a cafajestagem do jogo de abertura da Copa do Mundo.

Aliás, como bem lembrou o artista plástico Fábio Tremonte: “Nem todo mundo que mora em bairro rico participou do panelaço. Muitos não sabiam onde ficava a cozinha”.

Já na zona leste, em São Paulo, não houve panelaço, nem se ouviu o pronunciamento da presidenta, porque faltava luz na região, como tem faltado água, graças aos bom serviços da Eletropaulo e da Sabesp.

Dilma Rousseff, gostemos ou não, foi democraticamente eleita em outubro passado.

Que as vozes de Bresser Pereira e Semler prevaleçam sobre as dos Bolsonaros é o mínimo que se pode esperar de quem queira, verdadeiramente, um país mais justo e fraterno.

E sem corrupção, é claro!

Juca Kfouri é jornalista e mantém o Blog do Juca.

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Restos de barata encontrados na bebida servida pelo McDonald´s.
Restos de barata encontrados na bebida servida pelo McDonald´s.
Lorena venceu McDonald´s na Justiça.
Lorena venceu McDonald´s na Justiça.

A justiça baiana condenou o McDonald´s a pagar R$ 5 mil de indenização por danos morais a uma cliente que consumiu refrigerante com restos de barata. O episódio ocorreu na loja do McDonald´s de Itabuna, no Shopping Jequitibá, em 30 de março de 2013.

Lorena Silva Marques pediu um sanduíche e um refrigerante no fast food. Após a refeição, ela retirou a tampa do copo para consumir pedras de gelo. Estavam lá vestígios de barata.

A administradora de empresas acionou o McDonald´s no Juizado Especial. Lorena ganhou a ação na primeira instância, mas a empresa recorreu.

O recurso do McDonald´s (Arcos Dourados) foi analisado pela quinta turma recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Bahia. A turma julgou procedente o pedido da consumidora. A empresa ainda pode recorrer.

Após a decisão judicial, Lorena conversou com o PIMENTA. A cliente lembra ter recebido um “tratamento horrível” da empresa. “Ao invés de resolver a situação e fazer um pedido de desculpa ao consumidor, a empresa apenas ofereceu outro lanche”, disse ela ao blog.

Lorena lembra que o produto com “corpo estranho” colocou em risco tanto a saúde dela como a da filha, de apenas sete anos à época. “Espero que a empresa tome mais cuidado em relação à higiene, para que tal fato não volte a ocorrer com mais ninguém”.

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Inezita faleceu ontem à noite, após duas semanas internada (Foto TV Cultura).
Inezita faleceu ontem à noite, após duas semanas internada (Foto TV Cultura).

O corpo da cantora e apresentadora Inezita Barroso está sendo velado desde as 6h30 de hoje (9) na Assembleia Legislativa de São Paulo e seguirá, às 16h, para o cemitério Gethsemani, no Morumbi, na zona sul da cidade. Ela morreu na noite de ontem (8), aos 90 anos, vítima de insuficiência respiratória, depois de ficar internada no Hospital Sírio-Libanês desde o dia 19 de fevereiro.

A artista apresentava o programa semanal Viola, Minha Viola, na TV Cultura, e ontem (8) foi homenageada em edição especial pela passagem do seu aniversário de 90 anos, comemorado na última quarta-feira (4).

Inezita teve atuação marcante não só na abertura de espaços a talentos da música caipira, como em diversos ramos da cultura. Além de gravar músicas de sucesso, como Ronda, A Marvada Pinga e Lampião de Gás, foi uma das primeiras atrizes da antiga Companhia Cinematográfica Vera Cruz.

A cantora nasceu em São Paulo e viveu entre o bairro Barra Funda, na capital, e a fazenda da família, no interior do estado. Formada em biblioteconomia, Inezita tinha grande interesse nos valores regionais do Brasil e tornou-se professora universitária de folclore nacional.

O jornalista Assis Ângelo, autor do primeiro livro sobre a vida da paulistana Ignez Magdalena Aranha de Lima, a Inezita, definiu bem a trajetória da artista em seu blog, ao homenageá-la pelo aniversário de 90 anos: “A carreira dela é compriiida! Viva Inezita Barroso!”, escreveu.

O jornalista, no entanto, lamenta não ter conseguido terminar o segundo livro sobre a artista, já que o primeiro, A Menina Inezita Barroso, lançado pela Cortez Editora, relata apenas os primeiros 17 anos de vida da cantora. “A ideia era prosseguir, mas não deu tempo”, disse ele, que tinha convivência próxima com ela, desde a década de 80.

De acordo com o seu relato, embora a cantora tenha vivido a maior parte do tempo em São Paulo, a carreira começou no Recife, Pernambuco, com impulso do compositor e pianista Lourenço Barbosa da Fonseca, morto em 1997. “Cornélio Pires, paulista de Tietê, foi o primeiro homem a gravar modas de viola. Inezita, foi a primeira mulher”, acrescentou Ângelo. Da Agência Brasil.

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Everaldo reforça necessidade de diálogo e diz que aliados terão preferência, não prioridade.
Everaldo reforça necessidade de diálogo e diz que aliados terão preferência, não prioridade.

O presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, sabe bem das complicações que a legenda terá pela frente, caso o diretório estadual imponha nomes de partidos aliados em detrimento de candidaturas petistas nas 35 maiores cidades baianas em 2016. Ao PIMENTA, o dirigente afirmou que os “aliados terão preferência, não prioridade” nas candidaturas.

Ao defender a preferência dos gestores aliados que tentarão reeleição, o dirigente busca evitar maior tensão na base governista estadual e, ao mesmo tempo, construir nomes de consenso no enfrentamento contra candidaturas do espectro oposicionista, com sérias implicações no pleito estadual de 2018. Everaldo até admite que poderá haver duas candidaturas aliadas do governo disputando prefeituras, mas sem a tensão que isso pode provocar se o processo não for dialogado.

Ainda nesta semana, a Executiva Estadual se reúne e comunicará aos presidentes de diretórios municipais a decisão em relação a estes municípios. Itabuna, por exemplo, o prefeito é do PRB (Claudevane Leite), mas o diretório local trabalha para que o candidato seja o ex-deputado Geraldo Simões, que detém o controle do PT local.

No último sábado, o presidente do diretório municipal, Flávio Barreto, afirmou ao PIMENTA que pretende sacudir a reunião do próximo sábado (14), em Salvador, quando questionará a perda de espaço do PT nos governos estadual e federal – e o processo de definição de candidaturas petistas nos maiores municípios baianos. Para ele, o partido adota estratégia de enfraquecimento próprio no momento em que precisa ter forças para enfrentar questionamentos em várias frentes.

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João Leão volta a pedir desculpas pelos excessos.
João Leão volta a pedir desculpas pelos excessos.

O vice-governador baiano João Leão (PP) usou expressões de cais de porto ao reagir à inclusão do seu nome na Lista de Janot, aquela preparada pela Procuradoria-Geral da República e divulgada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). Dizer que estava “cagando e andando na cabeça desses cornos” foi uma espécie de ponto fora da curva em meio às falas de políticos quando inclusos (devidamente ou não) em listas como a de sexta-feira (6). Gerou reações de compreensão pública (na base aliada) e de críticas ácidas (entre opositores).

Certo é que, um dia após a descarga verbal, o vice-governador veio a público com uma nota oficial higiênica (relembre aqui). Viu-se obrigado a emitir uma outra nota ao perceber que “obrou” (muito!) mal e precisava ser mais preciso na limpeza.

Desculpou-se.

“Foram considerações feitas num momento de profunda indignação e surpresa”, anotou o “Bonitão”, como é também conhecido e como se refere aos próximos e ao eleitor em particular.

Confira a nota emitida distribuída pela assessoria, ontem, que dá a exata dimensão do estrago verbal do vice-governador. Antes, observe-se que o partido de Leão, o PP, foi quem mais teve nomes incluídos na lista. Quase metade da bancada na Câmara dos Deputados está lá – e entre os nomes aparecem baianos como o próprio Leão, os ex-deputados Luiz Argôlo e Mário Negromonte, além do deputado Roberto Britto.

Eis a nota:

“Gostaria de dar a exata dimensão das minhas palavras, amplamente divulgadas pela imprensa, em reação à inclusão do meu nome na lista dos políticos que podem ser investigados pela Justiça na chamada Operação Lava Jato.

Foram considerações feitas num momento de profunda indignação e surpresa. Fiquei muito triste porque ao longo de 28 anos de vida política jamais passei por tamanha crueldade. Peço desculpas à sociedade.
Repito: as palavras foram proferidas em um momento de surpresa e indignação por ver-me equivocadamente envolvido.
Não há, da minha parte, nenhuma intenção de ofender o Ministério Público, o Poder Judiciário, ou quaisquer outras instituições essenciais na manutenção do estado democrático de direito, nem pessoas.
Exercerei meu amplo direito de defesa e provarei a minha inocência.
Peço a Deus serenidade. Confio na democracia brasileira, e com o apoio da minha família e dos meus amigos contribuirei para que a verdade surja”.
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concurso público1Concurseiros em todo o país têm até 24.740 oportunidades e até R$ 27.500,17 de salário, a depender do nível de formação. São aproximadamente 80 concursos, três deles na Bahia, com ofertas de vagas para todos os níveis.

A maior remuneração é oferecida em concurso do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, no Pará e Amapá, de acordo com a Folha Dirigida.

A quase maioria das vagas se destina a cargos de nível superior (10.653). Outras 5.199 são para profissionais de nível médio. Há ainda 2.896 para nível técnico e 5.992 de nível fundamental.

Além das 24,7 mil vagas, existem concursos para formação de cadastro de reserva. Na Bahia, as oportunidades estão em Mutuípe, Érico Cardoso e Itaquara, a pouco mais de 300 quilômetros de Salvador.

Confira todas as oportunidades clicando no link “leia mais”, abaixo.

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Dilma sanciona lei nesta segunda, 9 (Foto Fabio Pozzebom/ABr).
Dilma sanciona lei nesta hoje (Foto Fabio Pozzebom/ABr).

Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff anunciou que vai sancionar nesta segunda-feira (9), em cerimônia às 15h, no Palácio do Planalto, a Lei do Feminicídio. A assinatura ocorrerá antes de esgotar o prazo estabelecido após a aprovação pelo Congresso Nacional e encaminhamento para a Presidência da República, estabelecido pela Constituição em 15 dias úteis para sanção ou veto. O anúncio quanto à sanção ocorreu ontem (8) à noite, em pronunciamento feito em cadeia nacional de rádio e televisão, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

“Quero anunciar um novo passo no fortalecimento da justiça, em favor de nós, mulheres brasileiras. Vou sancionar, amanhã, a Lei do Feminicídio que transforma em crime hediondo o assassinato de mulheres decorrente de violência doméstica ou de discriminação de gênero”, disse.

Dilma ressaltou que, com a aprovação, o crime passará a ter penas mais duras e que a medida “faz parte da política de tolerância zero em relação à violência contra a mulher brasileira”. O crime do feminicídio é aquele em que a mulher é assassinada por questões de gênero.

O Projeto de Lei 8.305/14, aprovado na última terça-feira (3) pela Câmara dos Deputados, depois de ter tramitado no Senado Federal, classifica o feminicídio como crime hediondo e modifica o Código Penal incluindo o crime entre os tipos de homicídio qualificado.

O texto prevê o aumento da pena em um terço se o assassinato acontecer durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; se for contra adolescente menor de 14 anos ou contra uma pessoa acima de 60 anos ou, ainda, contra uma pessoa com deficiência. A pena é agravada também quando o crime for cometido na presença de descendente ou ascendente da vítima.

O projeto foi elaborado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher e estabelece que existem razões de gênero quando o crime envolver violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação contra a condição de mulher.

Na justificativa do projeto, a CPMI destacou que, entre os anos 2000 e 2010, 43,7 mil mulheres foram mortas no Brasil, vítimas de homicídio. Mais de 40% delas foram assassinadas dentro de suas casas, muitas pelos companheiros ou ex-companheiros.

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Valéria Ettinger1Valéria Ettinger | lelamettinger@gmail.com

Enquanto “houver uma mulher em condições não dignas, isso irá repercutir em todas as mulheres” e, assim, todas nós estaremos aprisionadas, sendo conduzidas pelos valores machistas.

Eu recebo flores, mas preciso lutar por igualdade;

Eu recebo flores, mas meu salário é menor que o dos homens;

Eu recebo flores, mas tenho dificuldade de conseguir emprego por causa da maternidade;

Eu recebo flores, mas não tenho o direito de usar a roupa que quero porque sou estigmatizada;

Eu recebo flores, mas dizem que tenho culpa se sou violentada;

Eu recebo flores, mas não existem políticas públicas para a minha saúde enquanto mulher trabalhadora urbana, rural, das florestas e ou do mar;

Eu recebo flores, mas ainda sou tratada como objeto a ser consumido;

Eu recebo flores, mas meu corpo é tratado como uma propriedade privada;

Eu recebo flores, mas dizem que se sou do lar não faço nada e se sou mulher trabalhadora tenho que enfrentar jornadas triplas, sem ajuda e sem reconhecimento;

Eu recebo flores, mas as instituições ainda me tratam com indiferença, escárnio ou dúvida;

Eu recebo flores, mas a CPMI da Violência contra a Mulher ressaltou o assassinato de 43,7 mil mulheres no País entre 2000 e 2010, 41% delas mortas em suas próprias casas, muitas por companheiros ou ex-companheiros;

Eu recebo flores, mas a cultura machista me prendeu em uma identidade de submissão e fraqueza;

Eu recebo flores, mas dizem se sou independente e tenho um bom salário sou uma ameaça aos homens;

Eu recebo flores, mas não posso deixar de enfrentar ou me permitir ser maltratada;

Eu recebo flores, mas ninguém pode me condenar se eu resolver praticar um aborto. As consequências são minhas;

Eu recebo flores, mas gostaria que as mulheres não criassem seus filhos no padrão da cultura machista;

Eu recebo flores e continuarei lutando para que outras mulheres não sofrerem estupros sejam eles individuais ou coletivos;

Eu recebo flores, mas ainda preciso de uma lei que puna severamente os crimes contra a minha integridade física e moral;

Eu recebo flores e gostaria de ver todas as mulheres estudando e trabalhando;

Eu recebo flores e todos os anos, no Dia Internacional da Mulher, lembrarei que nós, mulheres, precisamos nos reconhecer enquanto sujeitos de direitos, nos unirmos em favor de outras mulheres em estado de vulnerabilidade e jamais nos julgarmos por nossas atitudes. Devemos minar cotidianamente todos os espaços de discriminação, romper com os estereótipos, não aceitar e nem reproduzir atitudes sexistas. E, sobretudo, tomar muito cuidado com a criação das filhas e (dos filhos), rejeitar os modelos de feminilidade, desobedecer os códigos de conduta impostos pela divisão sexual do trabalho: mulher não ri assim, não sente e anda assim, não faz, não pode. O feminismo é política e teoria, mas é também um estilo de vida, uma forma de estar no mundo. Trata-se da politização da experiência pessoal (GOMES, 2012, p. 29), pois enquanto “houver uma mulher em condições não dignas, isso irá repercutir em todas as mulheres” (TELES, 2012, p.29) e, assim, todas nós estaremos aprisionadas sendo conduzidas pelos valores machistas.

Valéria Ettinger é professora universitária e assessora do TJ-BA.

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