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marivalguedesMarival Guedes | marivalguedes@gmail.com

Na vida particular, lembro de dois amigos de Itabuna e um de Salvador, também punidos cruelmente com este tipo de movimento. No caso deles, com um agravante: são obrigados a dormir no sofá.

A Fonte das Mulheres, filme (2011) do diretor romeno Radu Mihaileanu, mostra o cotidiano de uma comunidade situada entre a África e o Oriente Médio, onde apenas as mulheres, além dos afazeres domésticos, vão buscar água na fonte, debaixo de um sol escaldante. Já os homens, há muito deixaram a dura vida do campo e trabalhavam no turismo. O tempo livre preenchem jogando.

Para pôr fim a esta situação, as mulheres iniciam a greve do amor. Nem um beijo, nem abraço. Nada. O movimento sacode a vila e até o líder religioso se envolve, obviamente, utilizando o lado machista da doutrina para por fim ao movimento.

Da ficção para a realidade, ano passado, as mulheres ucranianas fizeram campanha de boicote sexual aos homens russos em protesto contra a anexação da Crimeia. A campanha “Não dê para um russo” tinha logotipo com duas mãos em concha lembrando uma vagina.

Já na Bégica, em 2011, a senadora Marleen Temmerman propôs uma ‘greve de sexo’ para pressionar os políticos a resolverem um impasse que estava deixando o país sem governo. A proposta foi dirigida a todas as mulheres, em especial às esposas dos parlamentares.

Ela se baseou no Quênia onde, após um ano de mal-entendidos, um movimento de mulheres pediu às esposas dos negociadores para não cederem até que fosse solucionado o conflito. “Em uma semana havia um pacto sobre a mesa”.

No Japão, ano passado, as mulheres ameaçaram não fazer sexo com homens que votassem no candidato a governador de Tóquio, Yoichi Masuzoe, acusado de misoginia.

Ele havia declarado que as mulheres se comportam de forma anormal durante a menstruação e que nesse período “não se pode deixá-las tomarem decisões críticas como, por exemplo, se o país entrará ou não em guerra”.

As prostitutas espanholas fizeram greve específica contra dirigentes bancários em protesto contra a manipulação dos banqueiros na chamada economia real, a que atinge as classes média e baixa.

Na vida particular, lembro de dois amigos de Itabuna e um de Salvador, também punidos cruelmente com este tipo de movimento. No caso deles, com um agravante: são obrigados a dormir no sofá.

Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas às sextas, no Pimenta.

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