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manu berbert foto artigoManuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Torço por uma cidade onde os eleitos para o bem comum não enxerguem apenas um único partido ou o próprio bolso.

O tempo tem passado rapidamente. Num piscar de olhos, já é aniversário de Itabuna mais uma vez. Lembrei-me da semana festiva e saí passeando por aí, observando algumas mudanças e suas inúmeras necessidades. Bendito é o povo simples itabunense, que, apesar de tudo, não desiste da sua terra e engole como dever o que, teoricamente, lhe seria de direito.

Nas cadeiras do poder, enxergo uma grande força de vontade de alguns, e lamentavelmente uma torcida fúnebre de outros. Há sempre dois times em campo, um torcendo contra o outro, com muito descaso pelo que deveria ser feito. Como aves de rapina, seres que ficam sobre escombros olhando as construções e torcendo para que as paredes caiam.

Mais de 100 anos de existência e temos que lidar com uma politicagem descarada que atravanca o progresso da cidade, numa rotina insustentável de muitas promessas em períodos eleitorais e pouquíssimas ações eficazes durante o tempo seguinte. Quem paga a conta da expectativa do que nunca vem?

Enquanto a iniciativa privada encara a crise com muita criatividade, o poder público esbarra no partidarismo egoísta que nada faz. Deputados estaduais e federais entram e saem do governo, e o que vem deles quase sempre são outdoors estampando suas carinhas de pau em agradecimento aos milhares de votos e, tempos depois, nos felicitando em datas festivas. Apenas isso.

Prefeitos e vereadores também entram e saem – e quase sempre seus quatro anos de mandato são divididos em “metade arrumando a casa e a outra metade na corrida pela reeleição”. O Centro de Convenções virou lenda, o Centro de Cultura não funciona, a segurança pública amedronta os mais otimistas e a saúde anda sobrevivendo de promessas, atolada em dívidas para manter de pé os hospitais que possui.

Torço por um poder público coerente e honesto à frente da minha cidade. Por secretários técnicos qualificados para os cargos, e não “cabeças de partidos” inertes. Por escolas de qualidade em amplo funcionamento, e investimentos sensatos nas mais distintas vertentes. Torço por uma cidade que ofereça qualidade de vida aos que aqui nascem e aos tantos que chegam diariamente. Uma cidade onde os eleitos para o bem comum não enxerguem apenas um único partido ou o próprio bolso.

Manuela Berbert é publicitária e colunista do Diário Bahia.

17 respostas

  1. O que mudou foi o povo de Itabuna assaltado pelo prefeito de Itabuna,IPTU com desculpa pra roubar,alegou recadastramento do imóvel.

    A mesma linha de assalto aos contribuinte,recadastramento de água,a mesma não é cobrada pelo consumo,mas pela construção da casa.

    (…)
    Mas temos uma saída; Duda Prefeito de Itabuna!

  2. Se é que algo mudou, foi para pior, …!!!

    E com a crise, ao andar pelas ruas centrais da cidade, fico deprimido ao ver tantas lojas fechando as portas, tantos imóveis para vender e/ou alugar, …!!!

    Triste sul da Bahia, …!!!

    Só é bem feito para quem votou no PT, …!!!

  3. Cada dia admiro mais o talento dessa moça. Uma cronista fantástica. É isso ai Manuela; fica muito fácil entender porque nenhum dos últimos prefeitos de Itabuna conseguiu dois mandatos consecutivos. É muita enrolação, pintura de meio fio, pintura de escolas com tinta “de terceira” tudo “maquiagem”; mas basta dar uma voltinha pela cidade e você vê uma situação de “cidade arrasada”.

    Esse fim de semana fui buscar um pedreiro para fazer um pequeno reparo em minha casa; fui até o bairro Jaçanã, fiquei abismado, há poucos anos era um bairro asfaltadinho,com casas de bom padrão, já havia alguns buracos, como é de praxe em Itabuna, mas agora…. virou lugar de “faroeste americano” é só poeira, buraco, mato, oficina pintando carro no meio da rua, serraria serrando madeira a “céu aberto”; prova inequívoca que o poder público não passa por lá há muito tempo.
    Soube, por exemplo, de um amigo que no bairro Jorge Amado (outra local que faz pena de se ver) ele presenciou uma pessoa andando com um pequeno saco amrrado na perna, com um furo embaixo, observou que a dita cuja escolhia andar pelas laterais da rua, onde tinha mato, e atestou que ela usava o saco furado para ir esplhando as fezes a medida que andava. Ficou estarrecido! Outra pessoa que também observava a cena lhe disse que era comum aquilo por ali, pois o bairro não tem sistema de esgoto, e alguns preferem utilizar desse “expediente”, para se livrar da merda.

    Então cara Manuela, o povo de Itabuna, literalmnte está na m….

  4. Muito tempo que eu não comento no Pimenta, quando eu volto, olha quem eu vejo com seu dislate impertinente!!?? O velho incrédulo, não é que ele ainda existe!!??

    Sobre o texto, tenho que concordar!! TRISTE, Itabuna!!

  5. Sábios comentários Manuela. É lamentável para nós Itabunenses, vermos que a cada ano passado, nossa cidade perde muita coisa. Além de não desenvolver, está a retroagir no tempo, com fechamentos de escolas,postos de saúde, muito desemprego por falta de indústrias, e como podemos observar, lojas fechando as portas, violência urbana desenfreada, esgotos a céu aberto, ruas esburacadas e etc… Esse tal malfadado e enganoso “GOVERNO DA MUDANÇA”, apregoado enfadonhamente pelo atual alcaide mor em campanha eleitoral, só serviu para o eleger, e se houve alguma mudança, com certeza foi para ele e os que o apoiam, com relação as suas pretensões políticas e econômicas. Para nossa cidade e nosso povo, mudou muito, mas muito para pior. A atual gestão, conseguiu piorar em muito, o que já era ruim. A Câmara de Vereadores local, está reunida com o intuito de dar o título de cidadão Itabunense a 42 pessoas. Nada contra. Mas a meu ver, o verdadeiro cidadão Itabunense, é aquele que sofre na pele diariamente os efeitos dos desmandos administrativos impostos a ele selvagemente, que paga seus impostos escorchantes sem receber a contra partida por parte daqueles que tem o dever de zelar pelos seus interesses, e foram eleitos justamente para tal mister. Esse sim, deveria garbosamente receber tal honraria. E na atual situação, deveriam ainda acrescentar ao nobre título “CIDADÃO ITABUNENSE LESADO E SOFREDOR”.

  6. Zelão diz: – Um perfeito resumo da indignação

    Em perfeito equilíbrio com a nossa realidade, você Manu, desenhou o quadro desarmônico, entre a Itabuna que merecemos e a Itabuna que temos. Só lamento, que esse triste quadro, não seja visto, ou se visto, não seja rejeitado, pela maioria dos itabunenses.

  7. Excelente Manu. Relatou muito bem a nossa indignação. Há muito tempo nossa cidade tem sua alma sugada por verdadeiros pilantras e mentirosos. Estampam suas caras de pau com sorrisos cínicos para fantasiar a triste realidade que vivemos. É triste e humilhante para quem trabalha deparar-se com tanta palhaçada. Um tapa na cara do cidadão.

  8. O BAIRRO MONTE CRISTO TA AQUI CEM PAVIMENTAÇÃO E CEM UMA INFRA INFRA ESTRUTURA E QUEREM Q OS MORADORES PAGEM IPTU PRA ELES ENCHEREM MAIS OS BOLCOS!

  9. Isso aqui tá demais hoje! Sérgio Oliveira, Zelão, Ricardo, Filho de Mutuns…os bons tempos voltaram à caixa de coments do SEO Pimenta.
    Bom mesmo foi a metáfora mais do que perfeita da Roda Gigante no Aniversário de Itabuna. O looping de 360 graus na politica grapiúna, nos deixa primeiramente eufóricos, em seguida tontos e posteriormente decepcionados quando percebemos que a suposta guinada termina exatamente no ponto de onde partimos.

  10. Parabéns Manuela Berbert pelo texto. Confirma o meu pensamento, enquanto os votos do eleitores (80%) forem baseados em fidelidade partidária, continuarem sem educação, sem segurança e sem saúde publica. Essas escolhas são assim em Itabuna, na Bahia e no Brasil.

  11. Certo cidadão Itabunense foi morar em São Paulo, e lá permaneceu por 20 anos. Ao retornar a sua querida Itabuna, após alguns dias na cidade ele espantado me perguntou: Breno meu amigo, Itabuna e Ilhéus estão em Guerra Civil? Eu disse: Por quê? Ele respondeu: Faz mais de 20 anos que sair daqui e quando volto está pior…
    Manuela, parabéns pelo texto, ficou maravilhoso!

  12. “Mais de 100 anos de existência e temos que lidar com uma politicagem
    descarada que atravanca o progresso da cidade.”
    Lendo a frase fica parecendo que os cidadãos de Itabuna são governados por “politiqueiros” vindos de outra galáxia. Que, em naves ocultas aos nossos olhos, se instalaram na política, no empresariado e nos cidadãos da cidade.
    Vamos falar a verdade?
    O que atravanca o progresso da cidade somos nós, o povo de Itabuna.
    Um povo que não tem o menor respeito pela cidade. Que jogado lixo pela janela de carros, que joga o papel do acarajé na rua, que bota o lixo fora do horário da coleta…
    O motorista que não respeita a velocidade e o sinal, a faixa de pedestre. O pedestre que não respeita o motorista, o motociclista que não respeita nada nem ninguém…
    O empresário que sonega impostos pra cidade não emitindo nota fiscal. O consumidor que não exige. O uso indevido de benefícios…
    Marcar o ponto no posto de saúde e não trabalhar…
    Fazer campanha pra um vereador ou prefeito sem ideologia, apenas por um cargo…
    Um povo que não tem o menor respeito por seus filhos.
    A maior audiência no rádio e na TV são programas policiais que exploram o preconceito e o ódio, estimulando os piores instintos.
    O que Itabuna oferece para nossas crianças e adolescentes além de bar e boca de fumo?
    Quando eu era adolescente Itabuna me oferecia cinco cinemas. Isso mesmo! CINCO cinemas (PLAZA, OASIS, CATLUNIA, ITABUNA E MARABÁ). Trocar gibis e figurinhas antes do filme de 007.
    Hoje, alguns se orgulham, temos um shopping que só oferece consumo.
    A praça de alimentação em determinado horário se transforma num grande bar e com musica ao vivo. Sem cinema, sem livraria , sem espaço de nada que seja recreativo/cultural.
    Teatro, que lembro, tinha pelo menos três, TEATRINHO ABC (que um prefeito derrubou pra fazer um bar) SALA ZELIA LESSA e AMELIA AMADO Biblioteca pública ? Pra que nossas crianças precisam aprender nossa história ? Dos Homens e Mulheres que a edificaram?
    Museu? O único que existe ta fechado. Pra que conhecer a história da sua cidade?
    Acreditem, eu já comi peixe e camarão do rio cachoeira.
    Nós estamos destruindo a nossa cidade. E não adianta botar a culpa na “politicagem”.
    Soube que em Itabuna tem um vereador que é dono de banca de jogo do bicho. É verdade?
    “Politicagem” só existe na comunidade que aceita.
    O “politiqueiro” que ta no poder é reflexa da sociedade.
    Você vota naquele que você se identifica.
    ( e eu respeito, afinal vivemos numa democracia)
    E vai ter a cidade que você quer.
    Simples assim.

  13. É verdade Manuela, a cidade está bem ruim com o prefeito VANE, mas, com relação à saúde da Santa Casa, sugiro que seja reduzido em 50% o salário dos diretores e de outros privilegiados.

    Acho até que os departamentos de marketing, comunicação e correlatos lá existentes sejam extintos, afinal, essa economia daria para ajudar a diminuir o rombo. Pelo que ouço nas ruas e nos programas de rádio, o povo não entende a importância dos hospitais da santa casa para Itabuna, principalmente com relação ao atendimento pelo SUS, e isso decorre da inércia da comunicação da Entidade.

    Tá dito.

  14. Seja bem vindo Ricardo,

    Bem lembrado, o velho RODACUDE voltou.

    Em época de crise não se pode deixar impressionar pelos pessimistas, o risco de uma depressão é muito grande.

    De qualquer forma, para eles, o visto para entrar nos Estados Unidos está facilitado e porta de saída está aberta, afinal o Brasil “está à beira do abismo.”

  15. Bom artigo. O descaso é um fato, a politicagem é explicita, e a certeza de que o povo pode ser manipulado, que com uma cesta básica ou quinhentos tijolos terá os votos garantidos nas próximas eleições, está estampada na “cara” de quem nos representa. Pois onde não há investimento em educação, artes, cultura, poucos tem acesso a educação de qualidade, poucos conseguem ver além do seu estômago.

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