O jogo ainda se encontra no começo do primeiro tempo. Faltando 10 minutos para o término, o governador Rui Costa (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM) farão as substituições que acharem necessárias.
Qualquer análise sobre eventuais coligações em torno da sucessão do prefeito Claudevane Moreira Leite, eleito pelo PRB, é prematura e carente de elementos consistentes.
Nesse emaranhado, a coalizão política entre o PT, PCdoB e o PSB é a mais previsível. Os petistas – principalmente os que são geraldistas – reputam essa união de forças como favas contadas.
Pelo lado dos tucanos, a certeza é o DEM e a dúvida é o PMDB dos irmãos Vieira Lima. O prefeiturável do PSDB, deputado Augusto Castro, trabalha para que o oposicionismo tenha um só candidato, obviamente ele.
O problema para o tucanato é que setores do PMDB já defendem uma aproximação com o pré-candidato do PDT, o médico oncologista Antônio Mangabeira.
O polêmico e inquieto Juvenal Maynart, superintendente da Ceplac, é o mais animado com uma possível coligação com o PDT, envolvendo o PV, o PR e o PTB.
“Mangabeira é um bom nome. Vamos conversa com ele. Afinal, vejo o PDT como partido de oposição ao governo Rui Costa”, diz o prefeiturável Maynart. Finaliza com um basta na “mesmice” e nos “aventureiros” de plantão.
Voltando ao PT, PCdoB e PSB, Geraldo Simões declarou que é “velho demais para ser vice”. Com efeito, teremos uma disputa entre comunistas e socialistas pela candidatura a vice-prefeito.
O jogo ainda se encontra no começo do primeiro tempo. Faltando 10 minutos para o término, o governador Rui Costa (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM) farão as substituições que acharem necessárias.
Ou seja, quem é pré-candidato hoje pode virar vice-prefeiturável amanhã e vice-versa. Ou, então, não ser nada. Apenas um magoado cabo eleitoral.
QUE COISA, HEIN!?
No escândalo do mensalão, milhares de petistas, incluindo aí os graúdos, defendiam José Dirceu alegando que a compra de votos no Congresso visava a “governabilidade” do então governo Lula, uma causa política.
Ora, ora, mesmo que José Dirceu não estivesse agindo em causa própria, procurando o enriquecimento pessoal, o financiamento de projeto político não pode ser bancado com dinheiro oriundo dos cofres públicos.
José Dirceu, que fez muito pela consolidação do regime democrático, ex-poderoso chefe da Casa Civil, continuava sendo ovacionado: “Dirceu, guerreiro do povo brasileiro”, bradavam os companheiros. Não satisfeito com o mensalão, Dirceu enveredou-se pelo petrolão.
O que mais me chamou atenção – confesso que fiquei atônito – foi o fato de que mesmo depois dos milhões recebidos, dos “pixulecos” e do mensalinho de R$ 90 mil, ainda teve a frieza de pedir doações a militantes do PT para pagar a multa do mensalão.
A vaquinha chegou aqui em Itabuna. Conheço um militante, integrante do diretório municipal, que contribuiu com R$ 200.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.