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Jornalista Laurentino Gomes é autor de três livros sobre história do país.
Jornalista Laurentino Gomes é autor de três livros sobre história do país.

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O jornalista e escritor Laurentino Gomes comentou a atual crise política em sua participação na 17ª Bienal do Livro do Rio, no dia em que se comemora a Independência do Brasil. “O país sofre uma carência de lideranças muito grande. Há uma espécie de nostalgia salvacionista, como se a sociedade estivesse carente de heróis, sempre esperando quem virá e nos levará a um novo patamar de desenvolvimento e cidadania”.

Autor da trilogia de best-sellers 1808, 1822 e 1889 – que tratam, respectivamente, da chegada da família real portuguesa ao Brasil, da Independência e da Proclamação da República -, Gomes falou sobre a conservação de um imaginário monárquico na população, que seria resquício do passado. “As pessoas esperam que o Estado deve ser o grande provedor, responsável pela solução de todos os problemas, mas elas mesmas não estão acostumadas a participar”, disse, citando a falta de costume dos brasileiros de comparecer a assembleias de condomínio e reuniões de pais nas escolas.

Em conversa com o público mediada pelo editor da revista de História da Biblioteca Nacional, Rodrigo Elias, Gomes lembrou o fato de D. Pedro II ser considerado até hoje um herói. “Miramos na figura dele como guia em direção ao futuro em meio a turbulência que vivemos”. Questionado sobre a influência dos militares no país, o escritor refletiu que não vê espaço para uma intervenção hoje.

De acordo com o jornalista, mesmo após a Proclamação da República, os militares assumiram o papel de herdeiros de um “poder moderador do império”. “Eles agiam como responsáveis por garantir a estabilidade política, seguindo a ideia positivista de que a nação precisava ser tutelada. Estamos passando por um momento muito sério e tem gente pedindo golpe. É quase uma maneira de pedir a um pai que resolva os nossos problemas, já que não conseguimos solucionar nós mesmos, sozinhos, pelo voto, na urna”.

Na opinião do jornalista, as grandes vitórias são os fenômenos de fortalecimento das instituições civis, do Judiciário e do Ministério Público, bem como da imprensa e das redes sociais, de maneira que o papel dos militares na política tende a diminuir com o tempo.

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Lula Dantas1Lula Dantas

A guerra midiática entre os grupos em disputa pelo poder político no Brasil ameaça não apenas a gestão do país. Ameaça o estado de direito e o processo de democratização da nação, incitando a sociedade brasileira ao ódio racial, servindo de pano de fundo para justificar todas as formas de atentados aos direitos constitucionais.

 

A diversidade cultural brasileira é fruto de um processo de mais de 500 anos da miscigenação de povos provenientes de várias partes do mundo. Historicamente, os povos tradicionais indígenas, os donos originais da terra, tiveram seus territórios invadidos e usurpados pelo colonizador branco, que ainda os tentou escravizar, até constatar que não seria possível, diante do feroz instinto de liberdade desses povos.

Esses, então, passaram a ser dizimados. Tribos, comunidades e povos indígenas foram completamente extintos para a criação das primeiras vilas e cidades. Os sobreviventes foram se embrenhando e refugiando nas florestas, na tentativa de sobreviver ao poderio bélico, à sanha assassina e a catequese do homem branco.

Como alternativa para o trabalho braçal, após as malfadadas tentativas com os indígenas locais, conforme prática da época, importaram, durante séculos, milhões de negros e negras do continente africano na condição de escravos, sendo os primeiros a desembarcar negros bantus e cabindas, conhecidos como Povos de Angola, inicialmente enviados para minas, plantações e engenhos no interior do Nordeste do país.

Num segundo momento, chegaram Povos de Ketu, Ijexá, Oyó, Sabé e Gêge, dos troncos Yoruba e Ewefon, encaminhados para as cidades que estavam sendo fundadas em toda a Colônia, principalmente para o serviço no comércio, na ourivesaria e enquanto criados domésticos.

Com o advento da abolição, milhões de negros foram libertos sem nenhuma política de integração à sociedade, de inserção ao mercado de trabalho, sem documentos, sem formação e na sua maioria sem referência e/ou vínculo familiar.

Os/As descendentes destes Povos ainda lutam para ter assegurados os direitos e à sua cultura, direito cerceado pela falta de vontade política dos governos em fazer cumprir a Constituição Federal. Os povos originários reivindicam esses direitos por meio de políticas públicas de inclusão social, retomada de posse e reconhecimento dos territórios quilombolas e indígenas, de reparação e de cotas, na tentativa de minimizar danos aos seus descendentes, já que estes ainda enfrentam o racismo institucional e o preconceito racial por parte da sociedade.

Vivenciamos a discussão de valores e de tabus que provocam uma disputa singular e imprevisível na sociedade brasileira, disputa de forças que lutam de um lado pela liberdade de expressão e do uso de seu corpo, de orientação sexual e da garantia de direitos civis e coletivos. E, de outro lado, a reação a essas demandas, promovida por grupos extremistas, liderados e compostos por fanáticos religiosos, nos meios de comunicação, nas redes sociais, nos templos, nas ruas e em eventos pagos com recursos públicos, justificando e destacando os atos de um Congresso Nacional reacionário e retrógrado.

Por meio da criação de novas leis, com o mote de resguardar e garantir a família, a moral e os bons costumes, evidenciam e explicitam a defesa de interesses de grupos políticos hegemônicos, de determinadas facções religiosas neopentecostais e de classe econômica alta, distinta se em detrimento da maioria da população brasileira e das minorias representativas. Nomes, siglas e dogmas se misturam convenientemente com o objetivo de formar “Exércitos” em nome de um Deus de ódio e formam uma “bancada evangélica” que atenta contra a laicidade do Estado brasileiro e contra a democracia.

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violênciaA rotina de assaltos e arrombamentos vem assustando moradores do Alto Mirante, região central de Itabuna. Nos últimos três dias, pelo menos dois estabelecimentos foram arrombados.

Por volta das 3h da madrugada deste sábado (12), um frigorífico situado na Avenida Juracy Magalhães, no Alto Mirante, foi arrombado. Ninguém foi preso.

Na madrugada de quarta, bandidos arrombaram uma lanchonete situada no estacionamento do Supermercado Meira, também na Juracy Magalhães e a menos de 300 metros do frigorífico.

Ainda na quarta, os donos da lanchonete foram assaltados. Por volta das 20h30min, um menor, armado com pistola, rendeu o casal e levou todo o dinheiro.

Os roubos de celulares também cresceram na região do Alto Mirante. Por volta das 18h deste sábado (12), duas jovens caminhavam por uma rua próximo ao Imeam, a Francisco Benício, quando dois ladrões em uma moto apontaram arma para as vítimas e levaram dinheiro e telefones.

 

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As cantoras Carla e Lílian, com suas respectivas duplas, fecharam o projeto (Foto Divulgação).
As cantoras Carla e Lílian, com suas respectivas duplas, fecharam o projeto (Foto Divulgação).

A qualidade das atrações e do repertório do Toque Brasileiro, da TV Santa Cruz, foi o ponto alto do projeto que retornou após oito anos, segundo avaliam os secretários municipais Gilvan Rodrigues (Comunicação) e José Humberto Martins (Indústria, Comércio e Turismo). Por três sextas feiras seguidas, nomes da música grapiúna se revezaram no palco do projeto, na Praça Camacã.

A qualidade pôde ser medida pela grade de artistas locais. Jane Monteiro e Matheus Magnavita e Jan Costa abriram o projeto. Na segunda semana, Jaffet Ornelas e Marcelo Ganem. As duplas Carla e Silvano Gonzaga e Lilian Casas e Alex Félix fecharam a edição deste ano.

Para o secretário de Comunicação de Itabuna, Gilvan Rodrigues, o Toque Brasileiro valoriza os artistas grapiúnas. O secretário ressaltou o apoio do município ao projeto da emissora de TV.

Gilvan ainda destacou ações do município no apoio às  manifestações culturais da cidade, por meio da Secretaria da Indústria, Comércio e Turismo e da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania, que é responsável pelos projetos Casa das Artes e Viv-A-rte, reunindo cerca de 10 mil jovens.

Marcelo Ganem e Jan Costa também se apresentaram na praça (Foto Divulgação).
Marcelo Ganem e Jan Costa também se apresentaram na praça (Foto Divulgação).
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Rodrigo foi preso no momento em que saqueava caminhão (Foto PC-BA).
Rodrigo foi preso quando saqueava caminhão (Foto PC-BA).

Integrante de uma quadrilha de roubo de cargas, Rodrigo Diego dos Santos, de 19 anos, foi preso, nesta sexta-feira (11), por investigadores da Delegacia Territorial de Rio Real. Rodrigo e um comparsa, ainda não identificado, saqueavam um caminhão quando foram flagrados pelos policiais. Na ação, houve troca de tiros e o comparsa acabou fugindo.

O delegado Jobson Lucas Marques, titular da DT/Rio Real, disse que os policiais trafegavam pela rodovia quando perceberam um caminhão dos Correios/Sedex parado em uma estrada, próximo à BR-101. Segundo ele, a situação levantou suspeita e a equipe, quando se aproximou, viu Rodrigo rendendo o motorista com um revólver, enquanto o comparsa roubava a carga.

O caminhão Scania 440, placa BAP-3394, e tudo o que estava no seu interior foram recuperados e as mercadorias entregues nos destinos previamente agendados. Rodrigo está preso na carceragem da DT/Rio Real, aguardando ser transferido para presídio. A arma apreendida será encaminhada ao Departamento de Polícia Técnica (DPT), para perícia. O homem que fugiu está sendo procurado.

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Advobike 2015A quarta edição do Advobike será realizada em 22 de setembro em Itabuna. O passeio ciclístico que chama atenção para a mobilidade urbana, prática esportiva e consciência ambiental é promovido há quatro anos pela subseção da OAB em Itabuna. A partida será às 19 horas, da sede da entidade, na Avenida Ruffo Galvão, centro, 200 metros depois do Fórum Ruy Barbosa.

Antes da partida, os ciclistas participam de coffee break natural e energético para os ciclistas. Depois, percorrem as principais vias do centro da cidade, com o apoio logístico da Prefeitura de Itabuna, por meio da Secretaria de Transporte e Trânsito (Settran).

A presidente da Comissão Comissão de Cultura Esporte e Lazer da OAB Itabuna, Lorena Matos, diz que o evento chama a atenção do poder público e da sociedade para importância da mobilidade urbana e da prática esportiva. “O Advobike busca mostrar para a população que é possível se locomover pela cidade sem carro ou moto e que essa prática (ciclismo) só faz bem para o corpo, a mente e o meio ambiente”.

ATRAVECITY
A novidade deste ano é que o Advobike apoiará o AtraveCity, gincana ciclística fotográfica que está programada para acontecer em todo país e faz parte da Semana Nacional do Trânsito. Itabuna é a segunda cidade do Nordeste a receber essa gincana e a primeira da Bahia.

O Atravecity será em 20 de setembro e abordará “temas diversos e transversais ao mesmo tempo e tem como objetivo principal propagar a utilização da bicicleta como forma de lazer e transporte na cidade. A gincana ciclística propõe, em seu lado lúdico, o redescobrimento da cidade, por meio de busca de seus prédios históricos, praças e monumentos”.

De acordo com Andirlei Nascimento, presidente da OAB Itabuna, a Ordem sempre será parceira de iniciativas que visam melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. “Desde o inicio da gestão de nossa diretoria a frente da OAB grapiúna é que nós estamos na vanguarda de projetos assim. Lutamos pela recuperação do nosso Rio Cachoeira, pela arborização de nossa cidade, pela criação das ciclovias e por tudo que possa dar um ganho na qualidade de vida das pessoas, pois esta também é uma das nossas funções como voz constitucional da população”, disse Andirlei.

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Prefeitos sul-baianos criticam tratamento federal e subfinanciamento.
Prefeitos sul-baianos criticam tratamento federal e subfinanciamento.
A queda constante no repasse de recursos da União e do Estado para os municípios de todo o país tem levado os gestores a tomar medidas emergenciais para manter a execução de serviços essenciais à população. Nesta sexta-feira (11), prefeitos do sul da Bahia se reuniram na sede da Amurc para tentar buscar soluções para a crise financeira. Os maiores impactos, de acordo com os prefeitos, decorrem do subfinanciamento de programas federais, principalmente nas áreas de saúde e educação. A questão é agravada pelas crises econômicas brasileira e mundial.

Os prefeitos apontam que, além de todos serem subfinanciados, grande parte dos programas não tem correção inflacionária. Em vários casos, citam os gestores, os municípios gastam dois terços a mais do que recebem para a execução destes programas – são, ao todo, 397 em todo o país.

De acordo com um estudo apresentando pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o subfinaciamento é o grande problema dos municípios na atualidade. Desde 1988, quando foram elevados à condição de ente federado autônomo, eles passaram a ser executores dos serviços públicos, porém sem os correspondentes recursos financeiros para fazer frente às novas responsabilidades.

Ainda segundo o estudo, o valor de repasse do Programa de Saúde da Família (PSF), atualmente varia entre R$ 7.130,00 e R$ 10.695,00 por equipe ao mês. De acordo com informações passadas por prefeituras de todo o país, o programa tem custado cerca de 3 vezes o valor do repasse efetuado pela União.

Na educação, a situação não é muito diferente. O presidente da Amurc, Lenildo Santana, cita que a responsabilidade no setor educacional é dividida por níveis: o básico é de responsabilidade do município, os Estados respondem pelo nível médio e o ensino superior fica a cargo do Governo Federal.

– No entanto, todo o deslocamento das cidades pequenas para as universidades que estão centralizadas em Itabuna e Ilhéus é quase completamente assumido pelos Governos Municipais e, não há destinação de recursos para o Ensino Universitário exatamente porque a responsabilidade é do Governo Federal.

Da mesma forma acontece com o transporte de estudantes dos distritos para a sede dos municípios que fazem o Ensino Médio. Segundo o gestor, esse transporte é feito pelos municípios, sendo que o Estado não faz a devida reposição dos recursos, embora tenham convênios de contrapartida, como o Pnat e Pnaq, que são programas de custeio de transportes.

Diante das dificuldades, os gestores farão novas reuniões para definir medidas para evitar a “quebra” dos cofres públicos municipais. “A gente não pode dar andamento às atividades nas prefeituras hoje com os recursos que estamos recebendo do Governo Federal e do Governo Estadual. Pior ainda, as responsabilidades que estão sendo determinadas estão cada vez mais crescentes e a gente sem ter a previsão de cobertura dessas mesmas”, avaliou Lenildo Santana.