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EugniaEfigênia Oliveira | ambiente_educar@hotmail.com

 

Aristóteles criou um triângulo representando o que é imprescindível à evolução da cidade-estado: de um lado do triângulo, a educação, do outro lado a arte, e na sua base a natureza.

 

Os antigos não mentem ou se confundem. Por isso é pertinente que neste 22 de abril, dia internacional da Terra, cacemos pérolas antigas e não tão antigas, que justificam a visão vanguardista de contemporâneos e antepassados, acerca da devastação humana dos bens da natureza, que não deveriam ter sido devastados pela espécie que se diz racional.

Aristóteles, o filósofo dedicado à ética, portanto, às causas sócio- planetárias, criou um triângulo representando o que  é imprescindível à evolução da cidade-estado: de um lado do triângulo, a educação, do outro lado a arte, e na sua base a natureza. Entretanto, ao longo dos séculos, o tripé que facilitaria a relação respeitosa com o planeta, foi olvidado, permanecendo sua beleza, apenas nos registros dos artistas, e no pensamento humanista de muitos que conseguem antever a tragédia planetária patrocinada pelo próprio homem, que não abre mão do conforto que ela proporciona. Contraditoriamente, a crescente demanda para o lazer é sempre por áreas rodeadas pelas belezas naturais.

O ano é 1833 e na íntegra um excerto de escritos de José Bonifácio de Andrada e Silva, aquele mesmo, o Patriarca da Independência dos livros de História: Nossas numerosas minas por falta de trabalhadores ativos e instruídos estão desconhecidas ou mal aproveitadas: nossas preciosas matas vão desaparecendo vítimas do fogo e do machado da ignorância e do egoísmo: nossos montes e encostas vão-se escalvando diariamente, e com o andar dos tempos faltarão as chuvas fecundantes, que favorecem a vegetação e alimentam nossas fontes e rios […]. Virá então esse dia, terrível e fatal, em que a ultrajada natureza se ache vingada de tantos erros e crimes cometidos. Escrito no advento da Revolução industrial, isso tinha que ser renegado ao esquecimento premeditado, em algum porão inacessível.

Com data de 1855, o Cacique Seattle adverte: Tudo o que acontece à Terra, acontece aos filhos da Terra. Se os homens cospem no chão, eles cospem em si mesmos […]. Todas as coisas estão ligadas […]. O homem não teceu a teia da vida – ele é meramente um fio dela. O que quer que ele faça à teia, ele faz a si mesmo.

Um salto no tempo, 1962, Rachel Carson à humanidade, fundamentada em pesquisa: A vegetação da Terra faz parte de uma teia de vida em que existem relações íntimas e essenciais entre as plantas e o solo, entre umas plantas e outras plantas, entre as plantas e os animais. Por vezes não nos é possível escolher; somos obrigados a perturbar tais relações; mas deveríamos fazer isso ponderadamente, com perfeita consciência de que aquilo que fazemos pode ter consequências remotas no tempo e no espaço.

Pode parecer pedagógico, mas esse artigo tem a intenção de divulgar – aos que não sabem o que é sempre omitido. Ele traz mínimo conteúdo de tudo o que não gostamos de saber, para não modificar os hábitos que adquirimos, mesmo sabendo que esse equívoco tem resultados drásticos para todos os terráqueos. Não fale a quem lava o carro com mangueira, que está desperdiçando água, se não quiser levar impropérios.

No dia internacional da Terra, a ONU reúne chefes de estado para assinar intenções debatidas mais uma vez na COP 21, Paris 2015. Isso a mídia não divulga como faz com a violência, comprovando seu equívoco na formação das massas. Retornemos a Victor Hugo, nos idos da História: É triste pensar que a natureza fala e que o género humano não a ouve.

Efigênia Oliveira é professora, mestra em Educação Holística.

Uma resposta

  1. O que deve-se esperar de um animal político? Que a terra dê tudo pra à própria existência da espécie sem nenhuma contrapartida,talvez o irracional tenha eficácia equilíbrio que o animal político cuja eficaz ainda vive distante.

    Eis ai o entendimento da falta de sensibilidade para com a natureza,as matas são destruídas pra atender interesse peculiar,os rios idem,o ser humano se comporta a um ser irracional,o quanto os irracionais poderá ter sensibilidade que ainda não são reconhecida? Ou são e os racionais na sua ignorância não reconhece a própria insignificância diante da natureza?

    A própria resposta do texto e se insere na importância e valor da terra ou dia da natureza,cuja lembrança pífia, o que a valorização,preservação,cuidados e homenagem não é a data da criação da preservação da terra,o que legítima-se é no dia a dia que é vida e a mesma intrínseca perpetuação do ser racional e o irracional. Aristóteles.327 a.C.legado; o homem é um animal político por natureza.

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