Tempo de leitura: 2 minutos

Rosivaldo PinheiroRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

O entendimento hoje é de que manicômios não ressocializam; eles alienam e excluem, por isso precisam ser substituídos pelos CAPS.

 

Nossa vida é cheia de surpresas, e nossa mente aprende obrigatoriamente a se adaptar à adversidade, mas nem sempre conseguimos manter intacta nossa estrutura psicológica e nem todos reagem bem a um mesmo estímulo estressante. Em um debate com amigos no Dia do Assistente Social e da Família, lembramos como é fundamental ao ser humano o auxílio profissional adequado e o apoio familiar para superar os males da mente.

Olhamos a vida passar e as pessoas que passam por nós ou convivem conosco podem estar com sérios problemas psicológicos. Advogados, médicos, operários, comerciantes… Ninguém está imune às fragilidades presentes na estrutura mental humana. Quando pensamos que a reação desproporcional de uma pessoa é um capricho, pecamos, estamos sendo rasos e nosso olhar não atende à profundidade necessária da questão.

Quando o problema vai além e se torna um caso psiquiátrico, o primeiro olhar e sentimento nos levam na direção do pré-julgamento; passando a entender melhor o assunto, percebemos a necessidade da mudança no paradigma de enfrentamento e tratamento dos males da psique. Os seres humanos, com toda sua força e capacidade racional, são frágeis; nosso calcanhar de aquiles é a mente.

A sociedade, principalmente o poder público, precisa compreender a necessidade do tratamento adequado aos indivíduos que sofrem com esse problema de saúde. Hoje, em Itabuna, o Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães mantém o serviço de atendimento para os casos mais graves (crises), e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), com enfermeiro, médico, psicólogo, nutricionista, assistente social, educador físico e terapeuta ocupacional, atendem à rotina diária dos que precisam dessa atenção. Está em fase de construção no município mais uma unidade de suporte, o CAPS AD III, próximo ao Batalhão da Polícia Militar.

O entendimento hoje é de que manicômios não ressocializam; eles alienam e excluem, por isso precisam ser substituídos pelos CAPS. Também é defendida a política de permissão de tratamento e convivência familiar. Crucial para a recuperação do indivíduo, nem todas as famílias têm tempo ou dedicação para dar o apoio necessário; sem pré-julgamentos! Mas é um ponto crítico no tratamento, pois o Estado não poderá ser o tutor do paciente, sob pena de essas pessoas ficarem subjugadas às masmorras do isolamento.

Entender as necessidades de apoio e acolhimento psicossociais a esse público se faz necessário, face aos constantes problemas observados em consequência das dificuldades impostas pelas complicações na luta cotidiana das famílias. A preocupação deve ser estendida aos que perambulam nas vias públicas, sem acolhimento, sem família.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em planejamento e gestão de cidades.

4 respostas

  1. Quem é Rosivaldo Pinheiro? Parabéns! Uma boa matéria, mas faltou referenciar a autoridade em falar sobre o assunto do autor.

  2. Minha honestas congratulações pela sensibilidade.De fato os manicômios há muito não atendem mais o que enxergamos como saudável para os pacientes.A ausência familiar é muito grande nesses casos mais graves e, isso desequilibra o tratamento,as vezes a familia é a própria causadora de muitos distúrbios.Espero que a politica seja mais sensivel um dia ao olhar para esses seres humanos.

  3. POUCOS QUEREM FALAR SOBRE ESSE ASSUNTO.. SÓ QM TEM FAMILIAR NESSA SITUAÇÃO PRA SABER O Q REALMENTE PASSA.. OS PRE CONCEITOS.. OS SURTOS.. MAS O CAPS AJUDA MUITO.. PARABENS

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *