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bob vieira da costaBob Vieira da Costa

 

Já passou o tempo em que a internet era terra de ninguém. Não faltam canais para denúncias. O acesso a um meio amplo de comunicação, aliado a uma ideia distorcida de liberdade, fez com que os intolerantes encontrassem eco.

 

A internet vem ajudando a derrubar o mito de que nós brasileiros somos tolerantes às diferenças. Histórias que desnudam a intolerância entre nós surgem a cada dia. Para cada caso com pessoas conhecidas noticiado na mídia, há outros milhares nas redes sociais.

Cabelo ruim, gordo, vagabundo, retardado mental, boiola, malcomida, golpista, velho, nega. Expressões como essas predominam nas nuvens de palavras encontradas em posts que revelam todo tipo de intransigência ao outro, em vários aspectos: aparência, classe social, deficiência, homofobia, misoginia, política, idade, raça, religião e xenofobia.

Segundo dados da ONG Safernet, denúncias contra páginas que divulgaram conteúdos do tipo cresceram mais de 200% no país. Num primeiro momento, parece que a internet criou uma onda de intolerância.

O fato, porém, é que as redes sociais apenas amplificaram discursos existentes no nosso dia a dia. No fundo, as pessoas são as mesmas, nas ruas e nas redes.

Vejamos: o Brasil lidera as estatísticas de mortes na comunidade LGBT (dado da Associação Internacional de Gays e Lésbicas); mata muito mais negros do que brancos (Mapa da Violência); aparece em quinto lugar em homicídios de mulheres (Mapa da Violência); registrou aumento de 633% nos casos de xenofobia (Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos); e 6,2% dos seus empregadores confessam não contratar pessoas obesas (site de recrutamento).

A intolerância nas redes é resultado direto de desigualdades e preconceitos sociais em geral, não é uma invenção da internet. O ambiente em rede facilita que cada um solte seus demônios, ao dar a sensação de um pretenso anonimato. O mundo virtual é, portanto, mais uma forma de os intolerantes se manifestarem e ampliarem seu alcance.

Para se ter ideia, nossa agência, por meio da iniciativa Comunica que Muda, resolveu medir a intolerância na internet durante três meses, utilizando a plataforma Torabit.

De abril a junho, foram analisadas nada menos que 393.284 menções aos tipos de intolerância citados no início do texto. O percentual de abordagens negativas dos temas ficou acima de 84%. No caso do racismo, chegou a 97,6%.

O maior número de menções (220 mil) foi para a política, seguido da misoginia (50 mil), mas há que se ressaltar que o tema reflete a crise atual. Entre os Estados, o Rio de Janeiro registrou o maior número de citações (58.284), apesar de, proporcionalmente à população, o Distrito Federal ser o mais intolerante.

Bem melhor seria se, na verdade, passássemos a adotar a aceitação como o contrário de intolerância. Porque a própria palavra tolerância lembra indulgência e condescendência, e não é isso que se quer.

Suportar o outro é só o começo de uma evolução. Tolerar é manter uma relação positiva com pessoas completamente diferentes. É um processo de mão dupla, aceitar para ser aceito.

Não é um caminho fácil. O primeiro passo, sem dúvida, é tornar o debate de interesse público, fazer explícitas as ofensas cotidianas.

Já passou o tempo em que a internet era terra de ninguém. Não faltam canais para denúncias. O acesso a um meio amplo de comunicação, aliado a uma ideia distorcida de liberdade, fez com que os intolerantes encontrassem eco.

No entanto, como bem resume a frase, “liberdade de expressão não é licença para ser estúpido”.

Bob Vieira da Costa é sócio-fundador da agência de propaganda Nova/SB, foi coordenador de comunicação do Ministério da Saúde e ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Governo FHC). Artigo originalmente publicado na Folha.

Uma resposta

  1. Usando a educação
    EDUCAÇÃO pode ser usada para o bem ou para fazer o mal para uma grande população que está sofrida e humilhada, por muitas administrações, que não condiz com a verdade.
    EDUCAÇÃO é o processo de desenvolvimento da capacidade intelectual moral e cívica do ser humano.
    EDUCAÇÃO é a transformação de um efeito conhecedor de um Mundo maravilhoso.
    EDUCAÇÃO hoje é vista como grande peso na economia de fracos políticos que assumem dizendo que é, mais não é, que faz, mais não faz, e querem melhorar a economia aumentando a carga horaria dos professores de oitocentas horas para mil e quatrocentas horas, e assim diminuir o quadro de professores que está onerando a fraca economia, e aumentar o número de alunos de cinquenta para cem em sala de aula.
    O homem que falou que ia ter bolsa atleta e pódio, quer acabar com a educação física e artística ou arte, para o bem da boa administração deste que começa.
    O MEC tem um respeito profundo a que se diz respeito aos professores deste País, aquilo que já era pouco o MEC tirou autorizando pessoas com um pouquinho de conhecimento a dá aulas nas escolas Brasileiras.
    O MEC não tem um projeto de ponta para educação deste País, quando eles querem ver algo recorrente, encontra no contra o V dos tccs, MEC ditou a língua inglesa, por que gostou do som, e as outras línguas, serão excluídas?
    EM 2014 JOÃO DE DEUS FERREIRA-EDUCAÇÃO, este foi um comentário eu JOÃO DE DEUS FERREIRA postei, e falei em um feixe de ideias de cada rincão de cada Município de cada Estado e as melhores ideias serão as premiadas, o que mim surpreendeu, é que o meu comentário é uma sósia das ideias do MEC, por que não um plagio uma copa malfeita?
    EDUCAÇÃO em certas ocasiões não é tudo, até por que ela não resiste a fome e a miséria produzida por esse tipo que se diz diplomados, diretores do mal.
    RESTA a vocês guerreiros professores, produzir esses feixes de ideias por redes sociais e mostrar para o MEC, como se produz um projeto democrático de direito a Educação. QUEM manda nesse País são vocês.
    AS MATÉRIAS: São português, matemática, e geometria, e intercalar as outras matérias, bem como educação-física, artes, musica, e as demais matérias; e diminuir o número de alunos nas classes.
    O MEC é um pequeno grupo de teleguiados sem conteúdo mostrando serviço para o seu poderoso chefão.
    EDUCAÇÃO terá que ser compartilhada com todos os professores, se você não sabe o que é educação saia fora.
    PRESIDENTE DO STF MINISTRA CÁRMEN LÚCIA, fala do machismo
    Machismo é um sentimento complicado.
    De um ser apaixonado.
    Que não manda flores.
    Mais quer ser bajulado.
    Ou está sofrendo de um conjunto de manifestação somáticas, psíquicas, que sobrevive ao homem após os cinquenta anos.
    Principalmente com a diminuição das atividades sexuais.
    Eu fiquei cem por cento capaz, com uma lecitina e duas enzimas, fabricada por JD, proteína solúvel que desempenha o papel catalisador nos organismos vivos.
    Eu mim sinto com dezoito anos.
    CNVIDO a todos os professores que faça um comentário em favor do rio São Francisco ao Meio Ambiente.

    JOÃO DE DEUS FERREIRA-O HOMEM

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