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Setor industrial de cosméticos cresce 70% em dez anos (Foto Elói Corrêa).
Setor industrial de cosméticos cresce 70% em dez anos (Foto Elói Corrêa).

Tradicionalmente um segmento competitivo, dinâmico e com pouca depreciação, o mercado da beleza segue como um dos principais pilares da economia baiana. A indústria de cosméticos na Bahia registrou um crescimento expressivo de 70% nos últimos dez anos. Segundo a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), a expectativa é de que até o final de 2017 o setor cresça mais 4%, apesar do momento de instabilidade econômica do país.

No Nordeste, a Bahia ocupa a primeira posição no setor de cosméticos, onde concentra 43,7% dos estabelecimentos e 47,6% dos empregos da região, segundo dados do Relatório Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho (Rais). Ainda conforme o Rais, 83 estabelecimentos fabricantes de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos funcionam em solo baiano e geram 1.435 empregos espalhados em 19 municípios. O emprego formal no setor teve crescimento médio de 10,5% ao ano na Bahia, no período 2007-2015, enquanto que o Brasil cresceu 1,95% e o Nordeste 4,77%.

“A expectativa para o setor é de crescimento de 3 a 4% em 2017. Mas é um setor que já cresceu muito no estado. O percentual de crescimento ainda é modesto, mas o potencial ainda é muito grande. A Bahia no segmento de perfumaria é a número um do Nordeste. A região Nordeste é um mercado muito amplo e pode ser ainda mais explorado com o equilíbrio da economia”, afirma o analista da SEI e mestre em economia, Luiz Mário Vieira.

BOTICÁRIO NA BAHIA

Os bons números do setor no estado estão associados ao crescimento constante de empresas, como acontece com o Grupo Boticário. Com fábrica instalada no Complexo Industrial de Camaçari, a empresa foi atraída por um conjunto de benefícios oferecidos pelo Governo do Estado.

“Desde que nós decidimos pela construção de uma nova fábrica, iniciamos uma conversa com o Governo da Bahia. O governo garantiu a facilitação para a compra dos terrenos, o contato com empresas locais e fornecedores, além de garantir incentivos fiscais. A localização também foi um fator decisivo para colocarmos uma fábrica em Camaçari e um Centro de Distribuição em São Gonçalo dos Campos. A localização da Bahia é super relevante, O CD, por exemplo, está no entroncamento da BR 101 com a BR 116, facilitando a logística”, explica Leandro Balena, gerente industrial da Boticário Camaçari.

De acordo com o superintendente de Promoção de Investimentos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, Paulo Guimarães, a Bahia está preparada para garantir as melhores condições de instalação para empresas do setor. “O governo oferece apoio consistente para as empresas, desde a venda de terrenos com melhores condições de pagamento, desconto em impostos como o ICMS, além de contribuir na tentativa de montar uma cadeia produtiva trabalhando na busca pela interação das empresas de cada setor”, destacou.

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Barros quer menos pedidos de exames pelo SUS (Wilson Dias/Agência Brasil)
Barros quer menos pedidos de exames pelo SUS (Wilson Dias/Agência Brasil)
Da BBC Brasil

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que “80% dos exames de imagem no SUS (Sistema Único de Saúde) têm resultado normal” e que isso representa “desperdícios que precisam ser controlados”.

Barros participou na manhã deste sábado, em Cambridge (EUA), da Brazil Conference, evento sobre o Brasil organizado pela Universidade Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT). Em apresentação e posteriormente em entrevista à BBC Brasil, defendeu a necessidade de controlar a prescrição de exames.

“Temos que ter controle da demanda que os médicos fazem destes exames e passar a avaliar como utilizam sua capacidade de demandar do SUS. Se o médico solicita muitos exames que dão resultado normal, ele não está agindo de forma correta com o sistema”, afirmou Barros à BBC.

Segundo o ministro, exames de imagem (como tomografias e ultrassonografias) que não identificam problemas ou doenças sugerem que os médicos não estariam fazendo diagnósticos clínicos de forma correta.

Questionado se os exames precisam revelar problemas para serem considerados necessários, Barros disse que não quer interferir na capacidade de tomada de decisões dos médicos.

“Mas os médicos não podem pedir exame como forma de transferir sua responsabilidade de emitir diagnósticos”, afirmou.

“Os exames só devem ser usados quando há necessidade, não como rotina para diminuir a responsabilidade que o médico tem de fazer um diagnóstico a partir dos elementos clínicos.”