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helenilsonHelenilson Chaves

Sem reagir, sem exigir nossos direitos, omissos diante de tamanho descaso, nos comportamos feito cordeiros rumo ao sacrifício. Ou, numa analogia com a citada JBS, como bois a caminho do matadouro.

O Brasil assiste a um espetáculo vergonhoso, em que um grupo empresarial, movido a favores governamentais, concedidos em troca de propinas negociadas na calada da noite, que circulam em malas e através de outros artifícios, consegue amealhar um patrimônio na casa dos 16 bilhões de reais.

Mais do que isso, obtém o perdão ou a prorrogação, com prazos que atravessam décadas, de dividas com financiamentos públicos que igualmente são contabilizados em bilhões de reais, devidamente referendados pela mais alta corte do Judiciário.

A abertura dos segredos do grupo JBS, através da delação de um de seus donos, expõe a maneira em que nossas principais autoridades, no Executivo e no Legislativo, atuam, privilegiando os interesses pessoais em detrimento dos interesses públicos.

A “generosidade” governamental com a JBS e outros grandes grupos empresariais nos remete à situação, completamente oposta, que aflige a nossa Região Cacaueira.

Há três décadas, o sul da Bahia sofre com uma crise provocada por uma praga que dizimou a lavoura cacaueira, levou os produtores à lona e gerou milhares de desempregados no setor rural, afetando a nossa economia como um todo.

De maiores produtores de cacau do mundo, responsáveis por uma fatia considerável do PIB baiano, passamos a uma região que hoje precisa importar cacau para não perder o parque industrial e perder ainda mais empregos. Vivemos uma espécie de “crise dentro da crise”, com as consequências por demais conhecidas.
Nesses 30 anos, estamos sempre à espera de um apoio governamental que nunca chega.

Acreditamos em promessas que nunca se concretizam. Ou, pior, não nos damos conta da grave situação em que nos encontramos.

Nossa representação política é ineficiente, quando não é nula. A Ceplac, uma instituição que poderia contribuir para a retomada do desenvolvimento regional, definha e não se vê um mísero protesto.

Os bancos públicos apertam os produtores com a cobrança de dívidas impagáveis, assumidas por conta de projetos governamentais malogrados, é ninguém levanta a voz.

Sem reagir, sem exigir nossos direitos, omissos diante de tamanho descaso, nos comportamos feito cordeiros rumo ao sacrifício.

Ou, numa analogia com a citada JBS, como bois a caminho do matadouro.

Helenilson Chaves é presidente do Grupo Chaves.

10 respostas

  1. Helenilson, você é uma personagem importante dentro da região do cacau. Como produtor e principalmente como empresário, comerciante de cacau, produtor de chocolate, para não falar em outras atividades empresariais, que hoje devem ser mais rentáveis que cacau, não pode se omitir diante dessa crise que já dura 27 anos! Precisamos de alguém que possa liderar esse momento difícil e acho que você tem esse perfil! Você teria condições de aglutinar a região para uma reação Conheço você desde 1963, desde os Maristas, lembra? Então não decepcione nossa região, puxe essa reação que sei ser difícil , mas possível! Você estava fazendo falta aos debates. Um grande abraço . Aguardo seu ingresso na luta que é de todos nós!

  2. “Os bancos públicos apertam produtores” para tirar os restos dos ossos,porque o couro e a carne já tirarão,após os ossos serem retirados o “bolsa família” ou seja o bolsa esmola,aliás o PT que acunhou este nome,uma vez que,FHC doava aos mendigos do Brasil que somava 5 milhões,segundo Dilma Rousseff.

    Vale gás,vale luz,vale alimentação,vale botar o filho na escola,o PT acusou que era esmola e compra de votos e se o PT chegasse ao poder iria acabar e cada um iria tirar seu sustento com suor do rosto e resgatar a dignidade e deixar de viver esmolando com dinheiro público.

    A Região Cacaueira há três décadas sofre a crise do cacau e nestes últimos 14 anos de “governo” de PT que a miséria chegou e agravante: em todo Brasil a roubalheira em geral e os honestos não tem valor,é taxado de elite e a serviço
    dos americanos.

    Após o mensalão para não sofrer Impeachment Lula doou o patrimônio público a ser
    saqueado pelos seus comparsas que lhes apoiarem,segundo, Delcídio do Amaral,o resultado a miséria extrema no Brasil,agravante falta de moral,caráter e todos são bandidos,salvo algumas exceções.

    “Hoje no Brasil são 5O milhões que recebem “bolsa família” o que ajuntaram os picuas que FHC doava e o PT disse que era esmola e compra de votos dos nordestinos miseráveis e o mesmo que o PT quer fazer da Região Cacaueira,anto de miserável e esmolando recebendo “bolsa família”.

    PT não é brasileiro é do mundo,usa o povo miseráveis desprovido de tudo enganar,
    tapear essa gente boa e honesta,porém,tola devido falta de estudo o PT deita e rola com conduta inescrupulosa.

    PT perdoou dívidas mais de 2 bilhão dólares de 12 países devedores do Brasil
    sustentou a ditadura de Cuba e da Venezuela e entregou uma refinaria Petrobras na ao maior bandido e produtor, traficante de cocaína do mundo, Evo Morales, presidente da Bolívia,agravante:abriu as fronteiras do Brasil entrada de cocaína para destruir as famílias da Região Cacaueira e do Brasil,ajudar economia deste País, fato público e notório,a ONU e a polícia americana e o general Heleno já denunciaram ao mundo.

    PT não ama o Brasil,PT ama o mundo,quem ama o Brasil são patriotas,preserva suas
    terras, riquezas,valoriza as famílias,não entrega o mundo ao consumo de cocaína
    não entrega seus patrimônios aos outros,enfim,ama seu povo, deva governar com
    transparência,oferecendo trabalho e dignidade,educação,saúde e segurança pública
    pelo menos o básico.

    Nestes 14 anos o Brasil não foi a lona,furou a lona e adentrou no pântano de crise e miséria que ser honesto no Brasil é uma pedra sem nenhum valor,é o mesmo
    que representa hoje a Região Cacaueira do Brasil,poque não o próprio País.

    “Brasil a praga destes 14 anos de PT é igual a praga do Egito,a humanidade nunca
    vai esquecer” Autor desconhecido.

  3. Parabéns Helenilson, são essas as verdadeiras impressões que os homens de bem da nossa região deveriam ter sobre a sofrível situação.
    Estamos maus representados politicamente, são uns sugadores de votos, somente.

  4. Gosto muito do Sr. Helenilson Chaves, sei da sua importância em ações empresariais e sociais em nossa cidade, mas, contudo, não concordo com o seu artigo apelativo que esconde, principalmente, algumas verdades acontecidas pelo menos ao longo de 25 anos passados. E é essa omissão que me entristece.

    Me entristece mais ainda, que pessoas como Sergio Vieira, Aureo Batista Luedy e o Filho de Mutuns, usem deste espaço para engrossar o apelo com citações que, ao meu ver, beira o puxa saquismo barato tentando agradar ao rei.

    Não concordo quando afirma que a lavoura cacaueira foi dizimada, e a razão para essa afirmação é o fato, acredito, do Sr. Helenilson ser, até hoje, um dos maiores produtores de cacau da Região Cacaueira.

    Será que foi só a vassoura de bruxa que levou produtores à lona e gerou milhares de desempregados?

    Por que não cita outros fatores que afetaram a vida dos produtores como, por exemplo, a antecipação de dinheiro por conta de entrega futura de uma safra super dimensionada ainda em gestação; do desvio do dinheiro tomado nos bancos para aplicação na plantação e colheita que não acontecia; dos empréstimos tomados para pagar o empréstimo anterior mal aplicado que viraram bola de neve; dos empréstimos tomados para o cacau que serviram para aquisição de imóveis na Bahia, Rio de Janeiro etc; da aquisição de carros do ano, todo ano; da manutenção dos filhos estudando nas grandes capitais com poucos resultados bem sucedidos?

    Por que não cita que o Sul da Bahia nunca teve agricultores, grandes, médios e pequenos produtores de cacau no sentido literal da palavra, e sim, donos de roças que só apareciam final de semana ou mandavam buscar o cacau para vender ou entregar nos armazéns compradores, na sua grande maioria por conta das antecipações?

    Por que o Sr. não cita que os produtores, pensando na economia de palito ao ver a possibilidade de extinção da taxa de retenção que mantinha a CEPLAC viva e ativa ajudando no desenvolvimento da lavoura e da região cacaueira, caíram no engodo do Sr. Delfim Neto e dos políticos(deputados e governador da época) que, de graça, incorporou a estrutura patrimonial, a renda e o legado científico da mesma para depois deixá-la órfã das ações necessárias?

    Poderia citar mais exemplos, mas, vou me ater apenas a estes relatados.
    Faço aqui os seguintes desafios, dentre outros, ao Sr. Helenilson Chaves para a citar, se assim quiser, respostas em artigo neste Blog:

    1) Qual o perdão que a JBS e outros grupos empresariais tenham recebido do BNDES, principalmente nos governos do PT.

    2) O Sr. nega que nos últimos anos houve um esforço do Governo Federal, que com a atuação de Deputados Federais da Bahia e Governador do Estado, para que os produtores pagassem seus débitos, como já disse, com apenas 10% do valor total com juros subsidiados, carência e excelente prazo, dando aos mesmos a oportunidade acesso ao crédito para novos investimentos? Quais outros segmentos empresariais teve essa oportunidade?

    3) O Sr. nega que nos últimos anos houve um esforço muito grande do Governo Estadual e dos Deputados Federais para que o Governo Federal incluisse o Cacau na política do preço mínimo dos produtos agrícolas como sempre foi o do café, da soja e outros?

    4) O Sr. nega que a classe de produtores rurais do Sul da Bahia é desunida e continua amadora, dependente do clima e de terceiros(governos e políticos) quando a iniciativa de uma reação deveria partir deles?

    5) Diante do exposto, o Sr. não acha que foi duro de mais quando afirma que: “estamos sempre à espera de um apoio governamental que nunca chega”; “nossa representação política é ineficiente, quando não é nula” ; “os bancos públicos apertam os produtores com a cobrança de dívidas impagáveis”; “sem reagir, sem exigir nossos diretos, omissos diante de tamanho descaso, nos comportamos feito cordeiros rumo ao sacrifício”.
    Sinto ter perdido uma hora da minha vida para redigir este texto, e de não ter independência financeira o suficiente para pagar um artigo nos veículos de comunicação da cidade.

    Sendo assim, faço nos comentários deste artigo, pedindo, antecipadamente, desculpas por algum erro ou injustiça cometida, afinal, sou um simples filho e morador destas terras, acostumado a sofrer com as ações dos protagonistas da nossa história.

  5. Pessoas outras que conhecem e vivenciam a tragédia no Universo do Cacau, deveriam sair da sua comodidade e fazer como procede o Helenilson que não se omite diante da situação da nossa região e dos seus produtores e tem a coragem e visao para entender que a crise permanente do cacau atinge indiscriminadamente a todos. Parabéns Helenilson!

  6. Muitos e muitos na nossa espoliada região têm se omitido convenientemente com a crise fabricada que destruiu uma outrora pujante economia do cacau. Helenilson Chaves não tem se omitido e é bom vê-lo com a credibilidade que tem assumindo essa posição corajosa e lúcida”

  7. Parabéns Sr. Caio pelas citações que é a realidade nossa

    Por que não cita outros fatores que afetaram a vida dos produtores como, por exemplo, a antecipação de dinheiro por conta de entrega futura de uma safra super dimensionada ainda em gestação; do desvio do dinheiro tomado nos bancos para aplicação na plantação e colheita que não acontecia; dos empréstimos tomados para pagar o empréstimo anterior mal aplicado que viraram bola de neve; dos empréstimos tomados para o cacau que serviram para aquisição de imóveis na Bahia, Rio de Janeiro etc; da aquisição de carros do ano, todo ano; da manutenção dos filhos estudando nas grandes capitais com poucos resultados bem sucedidos?

    Por que não cita que o Sul da Bahia nunca teve agricultores, grandes, médios e pequenos produtores de cacau no sentido literal da palavra, e sim, donos de roças que só apareciam final de semana ou mandavam buscar o cacau para vender ou entregar nos armazéns compradores, na sua grande maioria por conta das antecipações?

  8. Uma contestação bem elaborada o que me faz pensar que,o autor da contestação não foi o Sr.Caio Cesar,penso que foi uma outra pessoa e o Sr.Caio Cesar só fez assinar. Se este comentarista enganou-se,perdoem-me,por subestimá-lo seu intelecto.

  9. Sr. Filho de Mutuns,

    Muito obrigado pelo elogio e compreensão. O senhor tem razão e eu fui bastante claro no final do meu comentário, quando disse que se tivesse independência financeira pagaria para publicar este comentário como um artigo nos órgãos de imprensa da cidade, e, com certeza assinaria com nome completo e CPF.

    Lamentavelmente, estamos vivendo sob uma ditadura branda, sem revoltas e armas, onde a força repetitiva das mentiras estão a contaminar a mente da maioria dos brasileiros telespectadores, leitores e ouvintes da mídia brasileira.

    Os grandes veículos publicam as mentiras e os médios e pequenos no Brasil inteiro reproduzem como se verdades fossem.

    Ainda bem que temos a internet para encontrarmos veículos e profissionais que mostram a verdade dos fatos para contrapor a oligarquia da imprensa brasileira.

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