A Escola Municipal Pequeno Príncipe, em Ilhéus, foi festivamente inaugurada em junho do ano passado. Mas um ano depois já é alvo de críticas e protestos de alunos, pais de alunos e professores. Não bastasse uma avalanche de problemas estruturais, também é cenário de investigação da Polícia Federal.
Esta semana, agentes da PF estiveram no prédio construído no bairro da Conquista para apurar a maneira como a obra foi conduzida pela gestão anterior. Um dos questionamentos é de que, apesar de receber recursos federais, o governo municipal passado fez constar em placa a informação de que a obra fora executada apenas com recursos próprios.
Além da investigação policial, a escola vive um outro drama. Os defeitos originados da execução da obra já eram apontados antes mesmo da entrega da obra à população. Chove dentro da escola, porque parte da cobertura de policarbonato foi originalmente afixada com parafusos inadequados e sem a faixa de reforço – onde deveriam existir parafusos de alta pressão. Por isso, não suportaram os ventos fortes e antes mesmo do atual governo assumir, muitas já haviam voado e desaparecido.
Os técnicos estão verificando as condições do piso – que deveria ser de alta resistência – e que solta pó diariamente. A poeira que tem provocado problemas respiratórios em alunos e professores. Agora, será avaliado se a aplicação de uma resina apropriada, solucionará o problema.
A escola atende a crianças de três a oito anos de idade, algumas especiais, mas os banheiros foram construídos para servir a adultos. Os corredores não têm acessibilidade, há infiltrações na maioria das salas e auditório. Já na cozinha, um ralo – que em qualquer modelo de engenharia civil estaria instalado no piso – foi colocado na parede, jogando todos os detritos para o lado de fora do prédio, a céu aberto. Nada canalizado.
De acordo técnicos, os problemas não são recentes. Foram detectados desde a entrega da obra, segundo revelam os professores mais antigos. De acordo com a secretária de Educação, Eliane Oliveira, a escola recém-construída foi inaugurada há um ano.
A secretária considera “aviltante” o município “gastar dinheiro público para refazer o que deveria estar funcionando em perfeito estado, e dentro da garantia da obra”. Essas medidas estão previstas no processo licitatório. De acordo com o governo, os encaminhamentos legais estão sendo feitos pela Procuradoria-Geral do Município.
“O processo burocrático precisa ser cumprido mas, ao mesmo tempo, professores, alunos e pais de alunos não suportam mais esperar”, reconhece. A secretária já chegou a propor uma mudança temporária para outro local, mas os pais resistem em deixar o imóvel.
Nesta terça (18) à tarde, um grupo de pais e professores realizou protesto no Centro Administrativo, solicitando providências. O grupo foi recebidos por representantes do governo, entre eles o secretário de Infraestrutura, Hermano Fahning.
O governo afirma que, desde o início do ano, vem exigindo que a construtora responsável realize as correções necessárias, porém não obteve êxito. Esta, segundo o governo, era a medida inicial, antes de realizar intervenções.Leia Mais