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marco wense1Marco Wense

 

Se os resultados das enquetes espelhassem o comportamento do eleitor nas urnas, muitos “homens públicos” não retornariam ao Parlamento.

 

Os senhores políticos, com as pouquíssimas exceções, olham cada vez mais para o próprio umbigo. A regra é que se dane o eleitor. Farinha pouca meu pirão primeiro.

Essa reforma política, do jeito que vem sendo arquitetada, é a prova inconteste do desprezo, do desdém e da falta de respeito dos “homens públicos” com os representados.

São assim porque têm na falta de memória do cidadão-eleitor-contribuinte a tábua de salvação, a sobrevivência política, sem falar na passividade do povo brasileiro.

É incrível como se comportam publicamente de um jeito e nos bastidores, na calada da noite, agem diferente, como anjos e diabinhos ou lobos em pele de cordeiro.

Falam disso e daquilo, que é preciso mudar, que o sistema eleitoral está podre. Tudo de mentirinha. São como camaleões.

Os “cordeiros”estão preocupados com duas coisas: com os R$ 3,6 bilhões do fundo partidário e o melhor caminho para permanecer no poder.

Aliás, o distritão tem como finalidade manter o foro privilegiado dos atuais parlamentares e evitar o surgimento de novas lideranças, o que faz lembrar o regime militar.

Que me desculpem os caros leitores pela linguagem, o que foge do meu estilo. Mas esse fundo e o tal do distritão são duas inomináveis esculhambações.

Ora, ora, são os próprios políticos os responsáveis por esse lamaçal que toma conta da República. São eles que pariram “mateus”, então cuidem do monstrengo.

Não à toa que recente pesquisa do Instituto Ipsos aponta uma estrondosa rejeição à classe política, com 94% dizendo que os políticos que estão no poder não representam a sociedade.

Se os resultados das enquetes espelhassem o comportamento do eleitor nas urnas, muitos “homens públicos” não retornariam ao Parlamento.

É aí que entra a tábua de salvação dos que querem permanecer na Casa Legislativa, que é a falta de memória do eleitorado. As pesquisas dizem uma coisa, mas termina as urnas dizendo outra.

Votar em quem nunca se candidatou, sem dúvida um tapa bem dado não só na dinheirada do fundo como no famigerado “distritão”.

Marco Wense é editor d´O Busílis.

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