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Projeto ajuda na autoestima de estudantes da zona rural

Duas vezes por semana a sala de aula vira palco e os livros dão lugar às marcações de dança. O som do tambor ecoa pelas paredes simples da Escola Municipal Antônio Ferreira, na zona rural de Ubaitaba. É quando as fortes expressões e os sorrisos tomam conta dos 30 alunos da turma de Artes Visuais da professora Ebilla Carvalho.

Tudo começou há seis meses, quando a professora e coreografa iniciou o projeto de intervenção “As danças de matrizes africanas para crianças da zona rural e seu efeito na construção da identidade”. Ela utiliza Congo, Jongo, Lundu, Maculelê, Capoeira e Samba para contribuir com a construção identitária e resgate na memória afetiva afro-brasileira.

É por meio da dança que a professora tem ajudado a desenvolver reflexões sobre as raízes históricas, a aceitação da cor da pele, o “empoderamento” da cultura negra e o respeito às diferenças.

SIMPÓSIO INTERNACIONAL ARTE NA EDUCAÇÃO

No próximo mês o projeto desenvolvido em Ubaitaba ganha destaque mundial ao ser apresentado no Simpósio Internacional Arte na Educação Básica, que acontece de 4 a 6 de dezembro, na Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Uma exposição fotográfica ao estilo “linha do tempo” será o recorte para a apresentação do projeto e demonstrará todo o processo de ensino-aprendizagem da dança, a dificuldade inicial com os movimentos corporais, as dúvidas sobre ritmo e melodia e as improvisações ao longo dos seis meses.

Danças de matriz africanas são ensinadas em escola de Ubaitaba

O conjunto de imagens exibirá a relação entre o indivíduo e as danças de matrizes africanas, mostrando a curiosidade com o novo, o receio do toque, o respeito à diversidade cultural, étnica e religiosa. Isso porque, segundo a professora Ebilla Carvalho, a maioria dos estudantes não gostava de seus cabelos crespos e dos seus traços.

A professora afirma que, depois das aulas de dança, as estudantes percebem que são lindos com esses mesmos traços. “Elas estão usando tranças, assumindo o cabelo crespo e gostando dele. As meninas hoje sabem a importância da valorização de sua cor, da cor de seus pais e antepassados”, disse.

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