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Ramayana, de gravata, ao lado de acadêmicos como Antonio Lopes e presidente André Rosa.

O professor e jornalista Ramayana Vargens agora é membro da Academia de Letras de Ilhéus (ALI), ocupa a cadeira nº 11, na posição 3. A solenidade de posse aconteceu no dia 18 de abril, às 19h30min, na sede da entidade, localizada na Rua Antonio Lavigne de Lemos, no centro histórico da cidade. O presidente da Academia, André Rosa Ribeiro, destacou que antes ocuparam a cadeira o jurista Carlos Ribeiro, patrono, e o filósofo, advogado e professor Dorival de Freitas, que antes de falecer havia indicado Vargens para compor a entidade.
Fundada em 1959, a Academia de Letras de Ilhéus foi saudada pelo novo membro imortal. Ele disse: “É um privilégio ser parte de uma Casa devotada às Letras, especialmente numa terra de longevos escritos dos tempos dos primeiros desbravadores portugueses. Nas páginas dos cronistas do descobrimento, aparecem as primeiras palavras sobre Ilhéus. As cartas dos jesuítas, que aqui fundaram um colégio, mostram que Ilhéus, desde os primeiros anos de sua
existência, é um polo pioneiro de educação.”
Ramayana Vargens também evocou a poesia de padre José de Anchieta, “Sobre os feitos de Mem de Sá” (que narra a Batalha dos Nadadores, no Cururupe), de Bento Ribeiro, nas referências a Ilhéus, terra que adotou para morar, há 30 anos. “Com quase 500 anos de vida, Ilhéus ainda mantém uma exótica aura atraente. Fascínio enriquecido com a literatura reveladora dos sensuais segredos da civilização do cacau, que tinha Ilhéus como capital”, enfatizou.
O professor ainda ressaltou: “Como nos romances de Jorge Amado, Ilhéus consegue avançar, progredir e acompanhar os tempos de transformação sem perder a baianice brejeira e a convivência familiar de sossegada província. A Ilhéus de ontem permanece na Ilhéus de hoje, mesmo que estejamos na inevitável rota do amanhã. Nesse vértice do tempo, que aproveita o passado, desfruta o presente e projeta os sonhos do futuro, é que situo a Academia de Letras de Ilhéus”, acrescentou Vargens.
A cerimônia contou com a presença de membros da ALI, dos secretários municipais de Relações Institucionais, Sérgio Souza – que representou o prefeito Mário Alexandre, e de Cultura, Pawlo Cidade, do professor emérito e ex-reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Joaquim Bastos, a também ex-reitora Renée Albagli, a presidente do Conselho Municipal de Cultura, Janete Lainha, a viúva do acadêmico Dorival, Marita de Freitas, a diretora do Instituto Piedade, Irmã Georgina Carvalho, entre outras personalidades.
SAUDAÇÃO
A solenidade teve início com a entrada dos membros da Academia presentes, chamados pelo mestre de cerimônias Yolando de Souza. Em seguida, o presidente André Rosa solicitou às acadêmicas Anarleide Menezes, Jane Hilda Badaró e Maria Luiza Nora que conduzissem Vargens ao recinto. A acadêmica Maria Schaun colocou-lhe a pelerine e Arléo Barbosa o distintivo.
Coube à Maria Luiza Nora fazer a saudação ao novo acadêmico. Ela descreveu um pequeno histórico de Ramayana Vargens como ator, diretor e produtor de teatro, jornalista, militante cultural e professor de literatura e língua portuguesa. Nora usou a prosa para destacar a inquietante trajetória de Ramayana até chegar a Ilhéus. Lembrou a
infância em Canavieiras e em Camacan.
Em Ilhéus, desde 1990, Ramayana lecionou literatura e língua portuguesa no Instituto Nossa Senhora da Piedade (INSP), dirigiu o Núcleo de Artes da Universidade Estadual de Santa Cruz, o NAU, por meio do qual assinou a remontagem do Auto do Descobrimento, peça de Jorge de Souza Araújo, nas comemorações oficiais dos 500
anos do descobrimento do Brasil. Atualmente, coordena um grupo de voluntários na elaboração da Agenda 34, que propõe a reflexão, discussão e elaboração de questões essenciais à realidade e necessidades do município, ao seu povo e à sua cultura, numa referência a 2034, ano em que Ilhéus chegará à marca 500 anos.

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