Tempo de leitura: 2 minutos

Totem sinaliza o início da Estrada do Chocolate

Ao longo de dez edições, poucas vezes o Festival Internacional do Chocolate e Cacau ocorreu em um ambiente tão favorável para a lavoura cacaueira baiana. O evento começa, oficialmente, às 19h desta quarta-feira, no Centro de Convenções de Ilhéus, na Avenida Soares Lopes, centro.
Poucas vezes, porque, embora o Estado tenha perdido a posição na produção de cacau para o Pará neste ano, a perspectiva é de retomada da liderança na próxima safra, já com as condições climáticas diferentes daquelas de quase terra arrasada provocadas pela seca mais dura das últimas décadas, ocorrida entre 2015 e 2016.
Neste ano, o cacau do sul da Bahia obteve o selo de Indicação Geográfica, algo que valora ainda mais o produto das terras de Jorge, o Amado. Cada vez mais, produtores estão abrindo os olhos para as vantagens de se produzir chocolate premium e oferecer um cacau de melhor qualidade, com ganhos até 70% maiores que o tradicional.
Na última semana, o cacau venceu resistências e foi finalmente incluído, pelo Ministério do Meio Ambiente, entre os produtos que podem ser adquiridos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), algo que pode render milhões às lavouras tanto daqui como do Pará.
A lavoura espera a oficialização de algo que noticiamos aqui, com exclusividade, ontem (17): a transformação institucional da Ceplac e a sua retomada de status de órgão federal com autonomia, algo roubado de nós há mais de dois anos. E, graças – em parte – ao Festival, a mentalidade do produtor fez com que ele enxergasse que só plantar e colher cacau não seria suficiente. Maior é, nos dias de hoje, o número de empreendedores da cadeia cacau. Vai além do fruto. Agora, produz chocolate reconhecido pelo mercado nacional e internacional, com altos índices do melhor cacau.
Para fechar, as iniciativas institucionais podem dar ainda mais relevância à maior região produtora de cacau, com a Rota do Chocolate, integrada pelas rodovias que levam a fazendas nos trechos entre Ilhéus e Uruçuca (BA-262) e Ilhéus e Itabuna (Rodovia Jorge Amado, a BR-415).
Somente na BR-415, existem empreendedores que mostram ao mundo a capacidade de empreender com sucesso. Veja o exemplo de Gerson Marques e sua Fazenda Yrerê. A propriedade recebe mais de 2,5 mil turistas por ano. Lá, os turistas que chegam a Ilhéus têm a oportunidade de conhecer os processos de produção do fruto do cacau ao chocolate. E passeiam pela fazenda podendo presenciar desde a colheita e quebra do cacau à produção do chocolate — além de degustá-lo. A Rota do Cacau e Chocolate poderá ampliar ainda mais estes números — e ganhos, também.
Quem conseguiu enxergar longe há anos, mostra como se pode evoluir. Exemplifica como agir em vez de choramingar pelas perdas ocorridas no passado. É tempo de produzir cacau. E chocolate. É tempo de faturar, de mudar de mentalidade, de aproveitar os ventos favoráveis.

0 resposta

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *