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Aumenta o número de brasileiros inadimplentes

O Brasil encerrou o ano de 2018 com um avanço de 4,41% no número de consumidores com contas em atraso, na comparação com 2017, aponta o Indicador de Inadimplência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Trata-se do ano em que a inadimplência apresentou crescimento mais elevado desde 2012, quando o aumento foi de 6,8%.

A estimativa é que o país tenha fechado o mês passado com cerca de 62,6 milhões de brasileiros com alguma conta em atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou fazer compras parceladas. O número representa 41% da população adulta que reside no Brasil

De acordo com os dados, nos demais anos a inadimplência do consumidor encerrou com altas de 1,3% em 2017; 1,4% em 2016; 4,2% em 2015; 3,4% em 2014 e 3,7% em 2013.  Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, mesmo com a lenta recuperação econômica em curso, as famílias ainda enfrentam dificuldades para honrar seus compromissos em dia.

O presidente da CNDL analisa que “a reversão desse quadro passa pela continuidade da melhora econômica em curso e, em especial, daquilo que toca diretamente o consumidor, que é emprego e renda. Além disso, exige um esforço contínuo de educação sobre o consumo, pois o brasileiro, mesmo diante da crise recente, ainda não aprendeu a gerenciar melhor as finanças”.

BRASIL TEM QUASE 18 MILHÕES DE INADIMPLENTES NA FAIXA DOS 30 A 39 ANOS

A estimativa por faixa etária revela que é entre os 30 e 39 anos que se observa a maior frequência de negativados. Em dezembro, mais da metade da população nesta faixa etária (52%) tinha o nome inscrito em alguma lista de devedores, somando um total de 17,8 milhões.

Foi apurado ainda que porcentagem significativa da população brasileira com idade entre 40 e 49 anos (50%) estar negativada, da mesma forma que acontece com os consumidores com idade entre 25 a 29 (44%). Entre os mais jovens, com idade de 18 a 24 anos, a proporção cai para 17% – em número absoluto, 4,1 milhões. Na população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, a proporção é de 32%.

SUDESTE É A REGIÃO COM MAIOR CRESCIMENTO DE INADIMPLENTES

De modo geral, das cinco regiões brasileiras, quatro apresentaram alta da inadimplência no encerramento de 2018: Sudeste (8,44%), Sul (1,80%), Nordeste (1,62%) e Norte (0,85%). A exceção foi o Centro-Oeste, onde se observou queda de -1,79%.

Em termos absolutos, é na região Sudeste em que se concentra a maior quantidade de consumidores com contas em atraso: 26,65 milhões – número que responde por 40% do total de consumidores que residem nesses Estados. A segunda região com maior número absoluto de devedores é o Nordeste, que conta com 17,01 milhões de negativados, ou 42% da população. Em seguida, aparece o Sul, com 8,3 milhões de inadimplentes (36% da população adulta).

Já em termos proporcionais, destaca-se o Norte, que, com 5,64 milhões de devedores, possui 46% de sua população adulta incluída nas listas de negativados, o maior percentual entre as regiões pesquisadas.O Centro-Oeste, por sua vez, aparece com um total de 5,01 milhões de inadimplentes, ou 42% da população.

ATRASOS COM CONTAS DE ÁGUA E LUZ

Outro número calculado pelo SPC Brasil e pela CNDL foi o volume de dívidas em nome de pessoas físicas. Neste caso, houve um crescimento de 2,75% no volume de dívidas não quitadas no prazo no fechamento do ano de 2018. O dado representa uma aceleração, uma vez que em 2017, houve queda de -2,70% no indicador. Em média, cada inadimplência possui duas pendências financeiras.

Os dados abertos por setor credor revelam que, em 2018, as contas básicas com serviços essenciais para o funcionamento da residência, como água e luz, foram as que mais cresceram no período, um avanço de 14,88%. Já as dívidas bancárias, que englobam cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos, ficaram em segundo lugar no ranking, com crescimento de 6,81% na comparação anual.

As dívidas contraídas no comércio e com boletos de telefonia, TV por assinatura e internet caíram -5,09% e -0,37%, respectivamente.

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