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Marco Wense

 

 

Para Mourão, a liberdade provisória de Lula para seu último adeus ao ente querido é uma “questão humanitária”.

 

Mais uma vez Hamilton Mourão pensa diferente do presidente Jair Bolsonaro, o que demonstra sua firmeza de personalidade, que não é vice decorativo e nem adorno palaciano.

O caso agora diz respeito ao velório de Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do ex-presidente Lula, falecido na terça, 29.

O general Mourão, que vem surpreendendo positivamente o bolsonarismo, com suas posições firmes e sensatas diante dos problemas inerentes a qualquer início de governo, defende a presença do petista-mor no ato fúnebre.

“Perder um irmão é sempre uma coisa triste. Eu já perdi o meu e sei como é”, diz o vice. Para Mourão, a liberdade provisória de Lula para seu último adeus ao ente querido é uma “questão humanitária”.

A Justiça já decidiu que o ex-mandatário não irá ao velório do irmão e nem no enterro. Alegou que não há como evitar um possível tumulto popular, uma manifestação incontrolável.

A juíza da Vara de Execuções Penais de Curitiba, Carolina Lebbos, rejeitou o pedido dos advogados de Lula, acolhendo os argumentos do Ministério Público Federal e ofício da Polícia Federal.

Ao negar o habeas corpus impetrado pela defesa de Lula, Leandro Paulsen, desembargador de plantão do Tribunal Regional Federal (TRF-4), lembrou da prisão do ex-presidente em São Bernardo do Campo, quando os petistas adiaram a entrega de Lula à polícia.

“Por iniciativa do próprio preso e dos seus apoiadores, esses atos acabaram por oferecer risco à segurança pública e ao regular andamento das atividades da Justiça, sendo absolutamente preocupantes e dispendiosos”, finalizou Paulsen.

O exagero ficou por conta de que poderia haver uma fuga do ex-presidente, em uma cena cinematográfica, digna de um bom filme de ação, suspense e aventura.

A reação da cúpula do Partido dos Trabalhadores foi tímida. A presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, que costuma bradar forte, com exagerados e teatrais esperneios, não fez nenhum pronunciamento ao “modo Hoffmann”.

Espera-se a presença de Gleisi no velório e no enterro de Vavá, representando o PT, já que algum filho de Lula deve assumir o lugar do pai nesse ato de despedida.

Marco Wense é articulista e colunista do Diário Bahia.

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