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Marco Wense

O resultado da eleição, seja com a vitória de Miralva Moitinho ou Jackson Moreira, que é o candidato da inusitada aliança, não vai mudar o relacionamento entre Geraldo e Josias. Pode até piorar.

A eleição para o comando do Partido dos Trabalhadores de Itabuna vai ficar marcada por uma união tida como improvável: Geraldo Simões e Josias Gomes de mãos dadas.

Geraldo foi prefeito de Itabuna por duas vezes. Josias é deputado federal licenciado e secretário de Desenvolvimento Rural do governo Rui Costa, cotado para ser o presidenciável do PT na sucessão de Jair Messias Bolsonaro.

O enlace político envolvendo Geraldo e Josias, com o aval de Everaldo Anunciação, presidente estadual da legenda, tem como escopo derrotar a “companheira” Miralva Moutinho, que tem o apoio discreto do senador Jaques Wagner e aberto do deputado Rosemberg Pinto, engajado cada vez mais na política itabunense, chegando ao ponto de setores do petismo tê-lo como opção para a disputa do centro administrativo Firmino Alves na eleição de 2020.

Vale lembrar que o ex-ceplaqueano Everaldo Anunciação andou ensaiando o nome do prefeito de Itajuípe, Marcone Amaral (PSD), como alternativa do PT na sucessão de Fernando Gomes, mesmo sabendo da legítima pretensão de Simões, causando assim uma revolta no geraldismo, cuja sobrevivência depende do resultado da eleição do PT. A derrota de Jackson significa o enterro político de GS. A dúvida fica por conta da presença ou não de Josias na missa de sétimo dia.

A aliança entre o ex-alcaide e o parlamentar licenciado surpreendeu a todos. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem o quanto Geraldo sofreu com a perseguição de Josias. O ex-prefeito era uma espécie de “patinho feio” do petismo de Itabuna.

O resultado da eleição, seja com a vitória de Miralva Moitinho ou Jackson Moreira, que é o candidato da inusitada aliança, não vai mudar o relacionamento entre Geraldo e Josias. Pode até piorar.
Se Jackson ganhar, os josianistas, obviamente os maldosos, vão dizer que a vitória só foi possível devido ao apoio do líder. Se perder, a culpa será toda de Geraldo, que volta a ser o “patinho feio”.

Para quem não sabe, o primeiro emprego de Josias na Bahia foi no governo de Geraldo Simões. Não lembro o cargo. Com certeza, no primeiro escalão. Josias é agrônomo, nasceu em Amaraji, município de Pernambuco.

Entre muitos pontos que separam Geraldo e Josias, dois se destacam. O mais próximo diz respeito a sucessão de Fernando Gomes, hoje neoaliado do governador Rui Costa. Geraldo é radicalmente contra o apoio do chefe do Palácio de Ondina a tentativa de FG de buscar o sexto mandato. Josias, por sua vez, vai dançar a música do governador. Se é para apoiar Fernando, tudo bem. Pode contar comigo, caro companheiro.

Aliás, sobre essa aproximação de Rui com Fernando, Geraldo a batizou de “casamento de cobra com jacaré”, deixando no ar que a aliança duraria pouco tempo. Pois é. Ledo engano. Rui e Fernando continuam como se fossem velhos companheiros.

O segundo ponto é a sucessão estadual. Geraldo quer candidatura própria. A opinião de Josias ainda é desconhecida. A discussão, que tende a aflorar com a proximidade do pleito, e que já provoca fissuras nas hostes petistas, envolve os senadores Jaques Wagner e Otto Alencar, presidente estadual do PSD.

Portanto, depois da eleição para compor o novo diretório do PT, tudo volta ao que era antes, com Geraldo de um lado e Josias do outro. Posso até estar enganado. Mas minha intuição política aponta nessa direção.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

2 respostas

  1. ESSE WENSE PRECISA ACORDAR PARA A VIDA.

    É MUITO NORMAL DOIS FUNDADORES DO PT APOIAREM A MESMA CHAPA.
    ESTRANHO É ELE QUE SE DIZ BRIZOLISTA CORTEJAR ACM NETO, DEPOIS DE TER APOIADO O GOLPE CONTRA A PRESIDENTE DILMA.

    PRONTO. FALEI.

  2. Prezado, o senhor esqueceu de mencionar a candidatura do advogado e professor da UESC Valdir Mesquita, cuja pretensão é justamente alterar essa conjuntura mencionada na matéria.

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    @novonucleo13

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