Tempo de leitura: 2 minutos

Cláudio Rodrigues

 

 

 

Será que o “deus” dele e de seus colegas é o mesmo Deus misericordioso que foi capaz de dar seu filho para a remissão dos nossos pecados?

 

 

Ao tomar conhecimento da morte do pequeno Arthur, neto do ex-presidente Lula, fui ao encontro do meu sogro e dei a notícia. Ele é um octagenário com uma dúzia de neto, e muito apegado ao caçula da turma, que tem seis anos.

Ao receber a notícia, ele parou por alguns segundo e me disse: “me vi no lugar do Lula. Um homem não foi feito para enterrar um filho, muito menos um neto”. Hoje, ao ler mais uma matéria da série Vaza Jato, do The Intercept Brasil em parceria com o UOL, sobre a forma debochada e repugnante com que os procuradores da Força Tarefa da Lava Jato trataram as mortes dos familiares do ex-presidente, me veio um misto de vergonha e nojo.

Vergonha por pertencer a mesma raça que eles, e nojo por saber que existem pessoas com os sentimentos mais primitivos que se possa ter na face da terra. Que tipo de sentimento têm esses sujeitos capazes de ironizar as mortes de uma esposa, de um irmão e até de um neto de sete anos de idade?

Imaginar que alguns dos membros do Ministério Público Federal fazem da religião uma de suas bandeiras, a exemplo do procurador-chefe da força-tarefa, Deltan Dellagnol. Será que o “deus” dele e de seus colegas é o mesmo Deus misericordioso que foi capaz de dar seu filho para a remissão dos nossos pecados?

Não quero entrar no mérito se o ex-presidente Lula é culpado ou vítima de uma perseguição política patrocinada pelo Poder Judiciário. O que veio à luz dos atos com as divulgações dos diálogos dos procuradores e do ex-juiz Sérgio Moro é que servidores públicos do alto escalão do judiciário usaram e usam seus poderes para tripudiar de um réu e fazer da dor da morte uma ferramenta para expressar o ódio que sentem pelo ex-presidente Lula.

Os procuradores do MPF e o hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro, envolvidos na operação Lava Jato, passaram para a opinião pública que eram os “heróis” do Brasil. Exemplos de moralidade e ética com a coisa pública. Mas tudo que já foi divulgado na Vaza Jato nos mostra que eles manipularam, alguns fizeram bons negócios, protegeram políticos, empresários e banqueiros amigos e foram responsáveis pelo exército de desempregados que assola o país ao levar à quase falência uma gama de construtoras.

Dentre do que já foi levado a público pelo The Intercept Brasil e seus parceiros, as mensagens de hoje deixam claro que o preconceito e o ódio estão enraizados nesses senhores e senhoras. Ao desdenhar das mortes de familiares do ex-presidente Lula, esses procuradores mostram que são capazes de praticar os atos mais repugnantes em busca de seus objetivos. Não sei o que a história reserva ao ex-presidente Lula, mas de uma coisa tenho certeza. Nem o lixo da história vai aceitar esses seres nefastos.

Cláudio Rodrigues é consultor.

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *