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Comércio espera aumentar vendas para o Dia das Crianças

Um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), indica que 73% dos consumidores devem ir às compras para o Dia das Crianças. A expectativa é de que o comércio varejista movimente em torno de R$ 10,3 bilhões, valor 66% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

O levantamento aponta que a maioria dos entrevistados pretende tomar cuidado com as despesas. Cada consumidor vai desembolsar, em média, R$ 198,79 com presentes — quantia muito próxima ao previsto ano passado, que foi de R$ 186,92. Entre os presentados estão filhos (48%), sobrinhos (38%), afilhados (18%) e netos (15%).

Além disso, um terço dos entrevistados (33%) planeja adquirir dois presentes, enquanto 25% somente um. No geral, os consumidores vão adquirir cerca de dois presentes. Quanto aos produtos mais procurados no Dia das Crianças estão as bonecas e os bonecos (45%), as roupas e os calçados (33%), os jogos de tabuleiro (26%), além dos carrinhos e aviões de brinquedo (18%).

“Os dados de intenção de compra servem de termômetro para o fim de ano, ao trazer as primeiras impressões do que deve acontecer no Natal, principalmente em um momento em que muitos brasileiros estão sentindo os efeitos de um mercado de trabalho retraído e de uma economia que tem demorado a engrenar”, analisa o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

ORÇAMENTO

A principal razão para que haja um freio no consumo daqueles que pretendem gastar menos este ano deve-se ao orçamento apertado (33%), enquanto 28% desejam economizar, 15% têm intenção de pagar dívidas em atraso e 13% se veem impossibilitados de comprar por estarem desempregados.

Considerando as formas de pagamento mais utilizadas,78% pretendem pagar à vista, especialmente em dinheiro (53%), e no cartão de débito (26%). Ao mesmo tempo, 36% devem optar pelo parcelamento, sobretudo no cartão de crédito (32%). Desses, a média estimada ficará entre três e quatro prestações — ou seja, quem preferir dividir as compras acabará pagando pelos presentes, pelo menos, até janeiro de 2020.

O lugar preferido dos consumidores para fazer suas compras são os shopping centers (45%), embora 39% optem pela internet, o que proporciona comodidade em pesquisar e encontrar seus presentes. Já 32% mencionaram que buscarão o tradicional comércio de rua. Mesmo com a inflação em patamares baixos, 52% dos entrevistados avaliam que os preços dos produtos para crianças estão mais caros do que em 2018. Para 40%, os preços estão na mesma faixa e apenam 5% dizem estar mais baratos.

O estudo aponta ainda que quase oito em cada 10 consumidores (77%) pretendem pesquisar preços antes de comprar. Entre esses, a grande maioria (71%) utilizará a internet para obter informações dos produtos, enquanto 49% preferem percorrer as lojas de shopping, 46% as lojas de rua e 19% os supermercados.

Entre os que adotam a prática da comparação pela internet, o meio de pesquisa que mais costumam utilizar são os sites e aplicativos de busca (70%). Também há os que recorrem aos portais e aplicativos de comparação de preços (51%), aos sites de varejistas (48%) e aos sites e apps de ofertas (21%).

AVALIAR ANTES DE IR ÀS COMPRAS

Para a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os consumidores precisam avaliar antes de ir às compras se o orçamento permite fazer novos gastos e qual a melhor forma de pagamento. “Aqueles que estão com as contas em dia, vale tentar um desconto e pagar à vista. Já os que estão com muitas dívidas, o ideal é concentrar esforços para quitá-las e evitar contrair novas dívidas”, recomenda.

Quando indagados se costumam gastar mais do que podem para presentear no Dia das Crianças, a maioria das pessoas (77%) respondeu que não. Por outro lado, um em cada dez (20%) reconhece assumir despesas acima de suas possibilidades financeiras e 10% pretendem deixar de pagar alguma conta.

INADIMPLÊNCIA

A consequência de gastar além do orçamento, muitas vezes, é a inadimplência. Entre os que compraram presentes ano passado, 11% admitem ter ficado negativado com as compras feitas na data, sendo que 5% permanecem nesta situação e 6% afirmam já ter limpado o nome. Além disso, 30% dos que pretendem fazer compras nesta data possuem alguma conta atrasada, dos quais 65% estão com nome sujo.

Divididos entre a vontade de agradar e os limites do próprio orçamento, muitos pais se veem em uma decisão difícil quando precisam dialogar com os filhos. De acordo com pesquisa, metade dos entrevistados (51%) prefere escolher os presentes sozinhos ou com ajuda de outro adulto, enquanto 33% decidem em conjunto com a criança. Já 16% deixam a escolha unicamente para a criança.

Uma estratégia que vem sendo utilizada por uma parcela dos entrevistados é dividir o preço do presente com outras pessoas. Embora 72% planejem bancar os custos sozinhos, 23% querem dividir o valor ou pelo menos parte. Entre esses, 51% esperam dividir o pagamento das compras com o cônjuge e 26% com demais familiares. E a principal razão apontada por quem planeja compartilhar os gastos é reduzir os gastos com presentes (51%).

Para 24%, a intenção de dividir a compra é dar um presente melhor ou mais caro, enquanto 18% justificam estar com o orçamento apertado.

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