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Marco Wense

 

 

No frigir dos ovos, Charliane Souza, Babá Cearense e Jairo Araújo vão perceber que o melhor conselho é o de buscar a recondução ao cargo. O caminho da prefeitura é cheio de obstáculos e, como consequência, pode até provocar um ponto final na carreira política.

 

Eram cinco vereadores-prefeituráveis. Agora só três continuam dizendo que vão disputar a sucessão de Fernando Gomes: Charliane Souza (PTB), Babá Cearense (PSL) e Jairo Araújo (PCdoB). Enderson Guinho (PDT) e Júnior Brandão (PT) desistiram. Foram os primeiros a tomar juízo.

Devo logo esclarecer, para evitar que os maldosos e as mariquinhas de plantão comecem a espalhar mentiras pelos cantos da cidade, que “tomar juízo” não significa desqualificar os vereadores e, muito menos, ir de encontro ao legítimo e democrático direito de postular uma candidatura a prefeito. Diz respeito a trocar um caminho mais fácil (reeleição) para entrar em uma aventura.

Vamos analisar cada um deles, começando pelos que já recuaram da ideia.

Enderson Guinho – Ficou empolgado com a boa votação que obteve para deputado estadual. Assim que saiu o resultado, começou a dizer que era pré-candidato a prefeito, sequer procurou o presidente do PDT, o médico Antônio Mangabeira, para uma conversa. Foi mordido pela mosca azul e possuído por uma inominável vaidade. Na eleição para o Parlamento estadual pediu votos para Joceval Rodrigues, então PPS, hoje Cidadania, em detrimento de Mangabeira, candidato a deputado federal. O edil terminou protagonizando uma escancarada infidelidade partidária. Guinho é daqueles políticos que primeiro ele, depois ele e, por último, ele também.

Júnior Brandão – Foi até manchete como pré-candidato a prefeito. Em 31 de janeiro do corrente ano, obviamente 2019, o conceituado Diário Bahia estampou: “Júnior Brandão planeja trocar cadeira de vereador pela de prefeito”. O sonho do petista, com a vitória de Jackson Moreira no PED do PT de Itabuna, assumindo à presidência da legenda, virou um irreversível pesadelo. Sua recondução ao Legislativo é tida como complicada. Teria uma remotíssima chance se a professora Miralva Moitinho ganha a disputa pelo controle do petismo itabunense. Mas a turma de Miralva, pensando que a eleição estava decidida, começou a gritar o nome do ex-alcaide Capitão Azevedo. A única explicação para o inusitado fato é que tudo não passou de uma pirraça com o também ex-gestor Geraldo Simões.

Charliane Sousa – Informações dão conta de que a vereadora, que faz um bom trabalho na Casa Legislativa, se destacando na oposição ao governo Fernando Gomes, desistiu de ir para o MDB dos irmãos Vieira Lima, Geddel e Lúcio, ambos com sérios problemas na Justiça. A edil vai ter que fazer um esforço para se reaproximar de Ruy Machado, dirigente-mor do diretório municipal do PTB. Ruy e Charliane andaram trocando farpas pelos meios de comunicação.

Babá Cearense – É do PSL do presidente Bolsonaro, que pode deixar o partido a qualquer momento. O comandante da legenda em Itabuna é Binho Shalon, que mantém uma elogiável postura com Babá, sem pestanejar quando questionado sobre a pretensão do edil. Seu segundo mandato, assim como o de Charliane, é considerado, pelos correligionários mais próximos, como favas contadas.

Jairo Araújo – E, por último, o comunista Jairo Araújo, sem dúvida o menos provável como candidato a prefeito. O comando estadual do PCdoB, sob a batuta de Davidson Magalhães, integrante do primeiro escalão do governo Rui Costa (PT), não demonstra qualquer entusiasmo com a postulação do camarada.

Em comum entre os vereadores-prefeituráveis a exigência da parte de cima das suas legendas, que tem como alvo o pragmatismo. Se os edis não mostrarem que têm uma mínima chance, saindo das últimas posições nas pesquisas de intenções de voto, terão suas pretensões abortadas. Quase sempre a cúpula partidária tem como prazo-limite o mês de março.

Se eu fosse apostar, jogaria todas as minhas fichas, que são poucas, na opção de que nenhum deles sairá candidato.

No frigir dos ovos, Charliane Souza, Babá Cearense e Jairo Araújo vão perceber que o melhor conselho é o de buscar a recondução ao cargo. O caminho da prefeitura é cheio de obstáculos e, como consequência, pode até provocar um ponto final na carreira política.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia e dirigente do PDT de Itabuna.

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