Pousada Casa de Gabriella, em Itacaré, investe em sustentabilidade || Fotos Divulgação
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Encravada em meio à uma natureza exuberante, a Pousada Casa de Gabriella é considerada mais do que um local de hospedagem por seu exemplo de sustentabilidade e harmonia com o meio ambiente. Com um sistema totalmente voltado para a preservação dos recursos naturais, a pousada se destaca como um caso de sucesso na promoção do turismo sustentável. Ela oferece conforto e segurança em todo espaço de convivência e nas 14 suítes privativas, incluindo uma suíte totalmente adaptada para receber cadeirantes e área dedicada à acessibilidade na piscina.

Um dos principais pilares da Casa de Gabriela é sua fonte de energia limpa e renovável. Graças à instalação de painéis solares fotovoltaicos, a pousada tem autonomia e gera 100% da energia elétrica que consome, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.

A conscientização sobre o uso responsável da água é uma prioridade na pousada. Com sistema de captação de água da chuva, que alimenta um reservatório com capacidade para armazenar 50 mil litros, a Casa de Gabriella garante o abastecimento durante todo o ano, mesmo em períodos de estiagem. A água é utilizada nos jardins e para manutenção e limpeza de áreas externas. O recurso também é utilizado para a manutenção de piscina ionizada, que dispensa o uso de cloro, evitando assim a contaminação da água e preservando a saúde dos hóspedes e do meio ambiente.

GESTÃO DE RESÍDUOS

Outro aspecto fundamental da sustentabilidade da pousada é a gestão de resíduos. Na Casa de Gabriella, nenhum resíduo é desperdiçado. Todo o lixo orgânico produzido passa por processo de compostagem, que transforma os resíduos em adubo natural para os jardins e hortas da propriedade. Além disso, é feita a separação rigorosa dos materiais recicláveis.

Os materiais recicláveis são encaminhados para o Centro de Triagem e Econegócios, uma das bases do Programa Lixão Nunca Mais, que foi implantado em agosto de 2022 como um dos pilares da política pública de atendimento ao conceito de Destino Turístico Completo no município de Itacaré. A ação do município proporciona o cumprimento de vários dos 17 princípios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), preconizados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Por meio do Programa foram atendidos os eixos básicos (ambiental, social e econômico).

Itacaré passou a ser destino frequente do casal Massimiliano e Gabriela Ziegler desde 2006. A ideia da pousada Casa de Gabriella foi colocada em prática, definitivamente, em 2017, quando a reforma e ampliação da casa originalmente projetada por Massimiliano iniciou. Com a visão e preparação deles, a Pousada ganhou uma valiosa conexão entre os hábitos locais, a cultura nativa e as riquezas de uma região farta de natureza.

Gostar de pessoas, de Itacaré e de compartilhar a vida com todos foram os motivos que levaram o casal de empresários a transformar a casa de veraneio em Itacaré em uma pousada luxuosa e aconchegante. O projeto, que alia luxo e simplicidade com conforto e bem-estar, fez a baiana de Jequié e o italiano de Roma deixarem definitivamente a vida em São Paulo (SP) para morar no paraíso sul-baiano.

“Por oito anos usufruímos do prazer de receber amigos em nossa casa e compartilhar o que há de mais gostoso em Itacaré. Então, por que não proporcionar essa experiência para mais pessoas?”, questionou Gabriella ao marido Massimiliano. “Estamos muito felizes de poder oferecer o aconchego da sua casa, com a máximo de conforto que você merece nas férias, focando sempre no cuidado e na preservação com o meio ambiente”, disse a empresária.

SUSTENTABILIDADE

Outros exemplos de Turismo Sustentável já estão implantados no Destino Itacaré em diversos equipamentos turísticos dos setores de hospedagens e também da alimentação. O Chocolate Hotel possui um gerenciamento de todos os resíduos sólidos gerados, visando evitar descartes inadequados que possam causar poluição ao meio ambiente e acarretar prejuízos à saúde pública.

– Implantamos a captação e armazenamento da água da chuva, coleta de lixo reciclável, esteira estática e compostora estática. A parte interna dos equipamentos já está pronta e agora estamos instalando também as placas solares para ter autonomia em energia fotovoltaica – disse o empresário Giulio Lombardi, do Chocolate Hotel.

Placas de sistema fotovoltaico garantem geração de 100% da energia elétrica consumida pela empreendimento

O Hotel Aldeia do Mar e o Restaurante UÇÁ destinam o resíduo orgânico para ser transformado em adubo na comunidade Santa Maria. Hoje, 100% do óleo residual das preparações é coletado pela Reoba. A Cooperativa Vitória, do Programa Lixão Nunca Mais, faz a coleta semanal de todo resíduo reciclável que é separado em contêineres.

O empresário Ernani Pettinati considera fundamental que todos os empreendimentos sigam os exemplos, pois Itacaré é conhecido, no mundo, pela preservação ambiental e belezas naturais. “Estamos em fase de finalização da implantação de sistema de energia solar (usina fotovoltaica), instalada no estacionamento do hotel, modelo carpot“, disse. A usina atenderá 100% da demanda por energia elétrica e iniciará sua geração a partir do próximo mês, segundo o empresário.

IPTU VERDE

O município de Itacaré avançou com a Lei Municipal 398/2021, que instituiu a Lei do IPTU Verde. Trata-se de programa de incentivo à sustentabilidade urbana e busca fomentar medidas que preservem, protejam e recuperem o meio ambiente. Como contrapartida, o município oferta benefícios aos contribuintes.

Com uma filosofia de turismo sustentável enraizada em suas práticas diárias, a Pousada Casa de Gabriella e todos os outros empreendimentos que estão se qualificando nessa proposta são exemplos de como é possível conciliar conforto e lazer com preservação ambiental. Seja com energia limpa, gestão responsável da água ou manejo adequado dos resíduos, meios de hospedagens e alimentação de Itacaré demonstram que é possível promover o turismo de forma consciente e sustentável, contribuindo para a construção de um futuro mais verde e equilibrado para as gerações futuras.

TURISMO CONSCIENTE E SUSTENTÁVEL

O secretário de Turismo de Itacaré, Marcos Japu, é entusiasta das ações e elogia o trade por buscar, cada vez mais, implementar ações que caminhem com a proposta de consolidar o município sul-baiano como destino completo e sustentável.

Para o prefeito Antônio de Anízio (PT), idealizador do Programa Lixão Nunca Mais, esses casos de sucesso devem ser replicados por todos, não só pelos equipamentos turísticos. “São exemplos a serem seguidos pelo comércio e empresas, de forma geral, fortalecendo o destino Itacaré como referência em turismo consciente e sustentável”, completou Tonho de Anízio.

Augusto durante ato de posse coletiva dos nomeados no concurso municipal || Foto Divulgação
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Chega a 138 o número de servidores do concurso público de 2023, de Itabuna, que já tomaram posse. Na última segunda-feira (7), o município fez ato coletivo, comandado pelo prefeito Augusto Castro (PSD), para dar posse a cerca de 20% dos aprovados no certame. O total de nomeados chega a 700, de acordo com a Secretaria de Gestão e Inovação.

– O servidor público oxigena a máquina pública e dá segurança e qualidade ao atendimento das demandas da população. Por isso, a posse significa a conclusão de um compromisso que assumi na campanha eleitoral de profissionalizar a Administração, onde valorizamos e reconhecemos a importância dos servidores – disse Augusto.

Executado pela Objetiva Concursos, o certame itabunense teve a participação de 45 mil candidatos, com todas as etapas sendo acompanhadas pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), conforme assinala o procurador-geral do Município, Álvaro Ferreira.

A Prefeitura de Itabuna divulgou a relação dos aprovados e de nomeados em março passado, no Diário Oficial do Município (relembre aqui). A posse dos concursados será de forma gradual, informa o governo local.

Obra de Glicéria Tupinambá é destaque na Bienal de Veneza || Foto Rafa Jacinto, da Fundação Bienal de São Paulo
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Um projeto que reúne obras de artistas indígenas do sul da Bahia é um dos destaques na Bienal de Veneza, na Itália.  A 60ª Exposição Internacional de Arte fica em cartaz até 24 de novembro. É a Foreigners Everywhere, a Estrangeiros em Todos os Lugares numa tradução livre. O evento conta com obras de 332 artistas de vários países.

Composto por obras como Okará Assojaba e Dobra do tempo infinito, de Glicéria Tupinambá, também conhecida como Célia Tupinambá; e Equilíbrio, de Olinda Tupinambá, o projeto baiano é destaque no Pavilhão Hãhãwpuá, destinado aos artistas brasileiros. O Pavilhão tem a curadoria de Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana.

Os indígenas do sul da Bahia estão na Bienal de Veneza com o Projeto Ka’a Pûera, que significa “Nós Somos Pássaros Que Andam”.  Ka’a Pûera também que dizer: um lugar, uma floresta desmatada, mas que se regenera depois de um tempo, segundo afirmam indígenas.

Com as obras Okará Assojaba e Dobra do tempo infinito, Glicéria Tupinambá compartilha suas visões sobre a relação entre humanidade, natureza e memória. A Dobra do tempo infinito é uma videoinstalação onde são transmitidos saberes por meio de processo de produção de redes de arrasto e outras atividades cotidianas indígenas. “A obra inclui a produção de seis vídeos, um trabalho desenvolvido pelos próprios indígenas”, conta o itabunense Augusto Santos, que se denomina artista de Imagem Digital.

A outra obra  é composta por um manto tupinambá e redes de arrasto. O manto (foto abaixo) é considerado símbolo sagrado. Ele é utilizado em rituais por pajés, majés e caciques. A vestimenta disponibilizada na exposição na Itália é a terceira confeccionada por Glicéria.  A primeira foi produzida em 2006 e doada para o Museu Nacional. A segunda foi confeccionada em 2021 para Funarte, em São Paulo.

 

Glicéria Tupinambá tem obra exposta na Bienal de Veneza || Foto Fundação Bienal de São Paulo

Augusto Santos participou do processo de uma das obras exibidas da Bienal de Veneza, promovendo oficinas para que os indígenas fizessem as filmagens das atividades de transmissão de saberes e das entrevistas com personagens da comunidade. O itabunense relata ainda que fez a produção e edição dos vídeos que estão sendo exibidos na amostra.

Outra obra indígena que está impactando quem visita o Pavilhão Hãhãwpuá, na Itália, é a Kaapora- o chamado das matas, entidade que também é mobilizada na videoinstalação “Equilíbrio”. De autoria de Olinda Tupinambá, a obra apresenta um retrato da condição humana na terra e uma discussão crítica da relação destrutiva da civilização com o planeta do qual depende.

Olinda Tupinambá ajuda a contar a história do povo indígena brasileiro || Foto Maurício Requião

Entre os visitantes da amostra está o ex-vice-prefeito de Itabuna e Superintendente de Economia Solidária da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia, Wenceslau Junior, que está de férias com a família na Itália.  “Estamos aqui nesta sexta-feira, 3 maio, na Bienal de Veneza, eu e Márcia (Márcia Rosely Oliveira, esposa), visitando o Pavilhão do Brasil. É muito importante esse resgate da história tupinambá, do povo da Serra do Padeiro e de Olivença. Parabenizar Célia Tupinambá por resgatar essa cultura ancestral. Essa arte de construir esse manto sagrado”.

De acordo com Wenceslau Junior,  é muito importante resgatar a dívida histórica que o Brasil tem com o povo indígena tupinambá. “Sobretudo no que diz respeito a demarcação imediata das terras das comunidades de Olivença e Serra do Padeiro.  A luta continua. Demarcação já”,  defende em vídeo enviado ao PIMENTA. Ele também destacou o trabalho feito por Augusto Santos, que promoveu as oficinas e editou os vídeos.

 

Casal Wencelau Júnior e MárciaRoseli visita exposição com obras de indígenas na Itália || Foto Divulgação

QUEM SÃO AS ARTISTAS

Glicéria Tupinambá nasceu em 1982, na Serra do Padeiro. Ela está fazendo mestrado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O projeto Nós Somos Pássaros Que Andam, que está na Bienal de Veneza, garantiu à artista a 10ª edição da Bolsa de Fotografia ZUM/IMS. Ela também foi vencedora do Prêmio Pipa 2023.

Olinda Tupinambá é artista, jornalista, documentarista, cineasta e ativista ambiental. Ela é da terra indígena Tupinambá de Olivença, em Ilhéus, mas atua na comunidade Pataxó Hã-hã-hãe, na aldeia Caramuru-Paraguaçu, em Pau Brasil, onde mora. Em 2020, Olinda participou, na Pinacoteca de São Paulo, da exposição Véxoa: nós sabemos.

EMPREGOS - Vista aérea do Shopping Jequitibá, onde funciona a unidade do SineBahia em Itabuna
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Encarregado, analista financeiro, motorista, auxiliar de expedição, trabalhador rural, gerente, pedreiro e cobrador são algumas das profissões com vagas de emprego abertas, nesta terça-feira (7), nos dois principais municípios do sul da Bahia.

De acordo com o SineBahia, há 36 oportunidades em Itabuna e 22 em Ilhéus hoje. O cadastramento para disputa de vaga deve ser feito no órgão estadual.

O atendimento é assegurado a quem chega a uma das unidades nestes municípios até as 15h30min. Para o cadastramento, o candidato deve apresentar carteiras de Identidade e de Trabalho, CPF e comprovantes de residência e de escolaridade.

ONDE IR

O SineBahia em Itabuna atende no segundo piso do Shopping Jequitibá, ao lado da Riachuelo, na entrada pelo estacionamento superior, na Avenida Aziz Maron (Beira-Rio), no Góes Calmon. Em Ilhéus, a unidade do órgão estadual atende na Rua Eustáquio Bastos, ao lado do Mercado no Centro. Clique em Leia Mais e confira todas as vagas anunciadas.

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Shopping Jequitibá completa 24 anos neste domingo || Foto A Região
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Um domingo de celebração no Shopping Jequitibá. O primeiro e único shopping center do sul da Bahia completa 24 anos neste domingo (5) com programação que inclui música, pintura, feira de adoção pet e teatro.

A programação começa às 12h30min com apresentação do instrumentista Carlos Penza, na praça de Alimentação. Às 14h, haverá distribuição de mimos e apresentação do DJ Taylor.

A celebração dos 24 anos terá mais música, desta vez na Praça de Alimentação, às 15h, com Anselmo, e pintura infantil na Kumon, na Alameda da Moda, seguido de apresentação da Turma Teatro e Fantasia e Feira de Adoção Pet, às 17h, no piso superior.

A programação será encerrada com uma das duplas musicais mais requisitadas do sul da Bahia, Lilian e Alex, na Praça de Alimentação, no primeiro piso, às 18h.

HISTÓRIA

Shopping dominante do sul da Bahia, o Jequitibá foi inaugurado em 5 de maio de 2000 pelo empresário Helenilson Chaves. Logo, o centro de compras, lazer, serviços e entretenimento se consolidou, atraindo clientes de aproximadamente 70 municípios do sul e baixo-sul da Bahia.

De acordo com a direção do Shopping, hoje há cerca de 140 lojas com mix que inclui quiosques, supermercado, farmácia, lotérica, laboratório e restaurantes, que geram centenas de empregos e proporcionam ambiente seguro e agradável.

Walmir Rosário transforma entrevista em aula de jornalismo
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Walmir Rosário é um contador de histórias, no melhor sentido da expressão. Radialista, jornalista, escritor e advogado, faz da palavra instrumento de trabalho. Com cinco décadas na estrada, sua trajetória se confunde com a história recente do jornalismo no sul da Bahia. Tudo começou no rádio. “Por acaso”, recorda Walmir ao PIMENTA. Estreou com participações em programas religiosos da Rádio Sociedade de Feira de Santana, dos Capuchinhos.

Nascido em Ibirataia, em 1950, viveu em Itabuna desde os dois anos. Deixou o município cedo para estudar nos seminários dos Capuchinhos, em Vitória da Conquista e Feira de Santana. Quando a ordem de inspiração franciscana assumiu a Rádio Clube de Itabuna, sob o comando de Frei Hermenegildo, Walmir voltou para a cidade, manteve as participações em programas religiosos e foi contratado pela emissora.

Nos tempos áureos do cacau, integrou a equipe de comunicação da Ceplac. Também apresentou o programa De Fazenda em Fazenda, na Rádio Difusora de Itabuna. Na imprensa escrita, foi editor dos jornais A Região e Agora e repórter do Correio da Bahia – hoje Correio 24h. Prestou serviços, como freelancer, a jornais de Salvador e das regiões Sudeste e Sul do Brasil.

Ainda na comunicação, atuou em campanhas eleitorais e foi assessor e secretário das prefeituras de Itabuna, Ilhéus, Itajuípe, Floresta Azul e Canavieiras. Com a persona de advogado, militou em Itabuna (inclusive, como procurador do município), Ilhéus e Canavieiras, onde mora atualmente.

Já publicou livros como Josias Miguel – 70 anos de história; Crônicas de Boteco, um guia sem ordem; Como sobreviver à pandemia; Os Grandes craques que eu vi jogar – nos estádios de Itabuna e Canavieiras; O Berimbau, valhacouto de boêmios. Tem mais quatro obras no prelo e escreve crônicas semanais no blog que leva seu nome. e que também é reproduzido por este site.

Nesta entrevista ao PIMENTA, Walmir Rosário recupera os grandes nomes das redações grapiúnas e conta momentos pitorescos e tensos que viveu na cobertura da política. Também analisa o exercício da profissão no sul da Bahia e compara a dinâmica entre a sociedade civil organizada e a imprensa nas cidades de Ilhéus e Itabuna. Leia.

PIMENTA – Quais são as características elementares de uma boa história?

WALMIR ROSÁRIO – Todas as histórias são boas, dependendo de como são contadas. Basta ter começo, meio e fim bem definidos que agradará. Claro que um personagem forte, por si só, se garantirá. É preciso que o comunicador compreenda a mensagem que o personagem carrega e a transmita para o texto. O personagem pode ser político, empresário, médico, engenheiro, policial, infrator, cumprindo pena ou não, padre, pastor, ou o chamado “alguém do povo”. Basta que tenha uma história verdadeira para contar. E todas as histórias são boas, volto a dizer, a depender do ponto de vista, pois pouco se conhece da vida de uma pessoa, desde a mais simples até as que ocupam os altos cargos, os poderosos. Cada um tem o que dizer.

E as de um bom narrador?

Saber ouvir, apurar, ter paciência e senso de desconfiança quando não conhece o personagem. Não pode deixar o personagem correr solto, falar à vontade. É bom interromper a entrevista quando acredita que a fala não tem sentido. Se for verdadeira, ele retomará sem problemas. Um bom narrador tem que ter um bom ouvido, anotar tudo que considere importante e, se possível, gravar. Na gravação dá para sentir a emoção do entrevistado, se fala a verdade ou não, a depender da segurança – não confundir com nervosismo. O comunicador tem que ser um profissional especialista em conhecimentos gerais, saber concatenar a história, ligar um fato a outro, conhecer lógica, mesmo de forma rudimentar, e ter raciocínio rápido. É esse feeling que vai tornar a narrativa agradável, texto simples e de fácil leitura, e, sobretudo, verdadeira. E isso é tudo que agradará a um leitor, não importando o seu nível de escolaridade. Escrever para todos é o ideal e mais inteligente.

É possível comparar a qualidade do jornalismo de 40 anos atrás com a do atual? Evoluiu?

Apesar de saudosista, as comparações nem sempre são verdadeiras, pois é preciso situar o tempo, o espaço, os costumes. No século passado, até o início da década de 1950, boa parte dos jornais eram veículos de propaganda de partidos e governo. Em Itabuna este fato está bem documentado por Ramiro Aquino no seu livro De Taboca a Itabuna, 100 anos de jornalismo. A partir de 1960, houve uma mudança na forma da apresentação dos textos e diagramação. Dessa época pra cá muito se falou em jornalismo com isenção, e até que chegou a ser praticado pela direção dos principais veículos, embora muitos pequenos também tenham feito o dever de casa. Do ano 2000 para cá, a militância política voltou em cheio aos meios de comunicação, só que agora com o engajamento da direção.

Falta isenção?

Briguei muito nos veículos de comunicação para manter a democracia, dividindo os espaços com a sociedade. Muitas vezes, fui incompreendido. Cada um tem sua ideologia, mas não pode ser vendida se sobrepondo aos fatos. Se o jornalista quer expressar opinião, que assine seu pensamento. Não pode é influenciar numa matéria substantiva, adjetivando-a, distorcendo os fatos. Há algum tempo os comunicadores se revestem de policiais, representantes do ministério público, juízes, sem os poderes conferidos. Muitas vezes, causam prejuízos irreparáveis e o mea-culpa não é feito com o destaque do dano. Sempre dei espaço a todos os segmentos. Vez ou outra, no mesmo número do jornal, assinava um artigo contrário àquela posição. Então, posso afirmar, houve uma perda de qualidade, embora tenhamos bons veículos e excelentes profissionais.

Poderia citar profissionais em quem se inspirou no jornalismo?

Minha infância e adolescência foi bastante rica na comunicação, pois ouvíamos e líamos grandes profissionais. Em Itabuna, em frente ao Colégio Estadual, ficava a sede do Intransigente, para onde eu ia ver formatar o texto do jornal em tipos frios, conversar com os redatores. No Diário de Itabuna, ainda na Paulino Vieira, ficava horas conversando com Milton Rosário, o editor da época. Na publicidade, me encantava com as sacadas rápidas de Cristóvão Colombo Crispim de Carvalho (CCCC); o mesmo com Nelito Carvalho, os editoriais do poeta santamarense Plínio de Almeida no rádio e nos jornais; o poder da lábia de Titio Brandão, Germano da Silva, Pedro Lemos, Gonzales Pereira, Orlando Cardoso, Geraldo Santos (Borges), Edson Almeida, Iedo Nogueira. E, nos jornais do sul, Carlos Castelo Branco, Nélson Rodrigues, Waldir Amaral, Rui Porto e tantos outros.

O jornalismo do sul da Bahia conseguiu estabelecer identidade e marcas próprias? Ele tem (teve) expoentes no patamar da nossa literatura, por exemplo?

O poeta e escritor Plínio de Almeida é um deles. Alguns jornais, muitos deles de vida efêmera, trouxeram grandes nomes. Um desses veículos foi o SB – Informações e Negócios, uma maternidade do jornalismo e literatura de Itabuna, capitaneado por Nelito Carvalho. Época de Jorge Araújo, Manoel Lins, Hélio e Célio Nunes, Firmino Rocha, Antônio Lopes, Kleber Torres. Quase esqueci de dois monstros sagrados, Telmo Padilha e Hélio Pólvora.

Qual foi o episódio mais pitoresco que viveu na comunicação política?

Walmir relembra episódio pitoresco ao lado de José Adervan

No jornal Agora, fazíamos constantes matérias sobre os serviços públicos nos bairros. Numa delas, recebemos reclamações da Prefeitura de Itabuna, de que não seriam verdadeiras. Como confiava na repórter, resolvi convidar o diretor José Advervan para ir constatar a veracidade. Quando chegamos lá, a situação era pior do que a narrada. Quando voltávamos, Adervan recebeu uma ligação do prefeito para dizer que era tudo mentira, no que o diretor revela que ele estava justamente vindo de lá e que teria comprovado as denúncias já publicadas e outras várias. E tudo acabou em risadas.

Tem mais?

Eu era editor do jornal A Região e repórter do Correio da Bahia. A Região não era bem-vista pelo governo municipal e eu fui atender a um convite da assessoria para elaborar um caderno especial de 32 páginas para a Prefeitura de Ilhéus. Época de festas juninas, inauguração de obras, apresentação de um novo futuro com a vinda de empreendimentos. Cheguei, fui anunciado e me pediram para aguardar numa antessala, até que fosse encerrada uma reunião com os profissionais. De onde eu estava, ouvia tudo que falavam. De repente, o assunto da reunião deles foi a elaboração de um caderno vibrante sobre Ilhéus, que eles comparavam com uma edição de A Região. Isto até que fui visto, quando passaram a esculhambar o jornal A Região. Tranquilo, continuei sentado, aguardando ser chamado para a pauta do especial do Correio da Bahia.

E o momento mais tenso que já enfrentou?

O jornalismo é sempre tenso, desde a entrevista, a apuração, a redação e o fechamento do jornal – escrito, falado e televisado. Imagine quando alguém se sente contrariado em seus interesses. Já recebi a visita de pessoas que já chegam prometendo bater, matar. Como editor, sempre tinha que comprar a briga, por telefone ou pessoalmente. Nunca me intimidei e, de início, busquei uma conversa franca e educada, o que quase sempre conseguíamos.

Já teve ameaça?

Várias. A primeira no caso da venda da Sulba, em que fiz uma série de reportagens para o Agora; de outra feita prometeram me matar quando estivesse em um bar; que poderia ser preso em flagrante por posse de drogas em meu carro. Nesse caso sugeri que melhor seria colocar litros de whisky ou cachaça, do contrário ninguém acreditaria. Mas continuo vivo.

Os movimentos sociais, as entidades de classe e a imprensa de Itabuna têm mais influência nas disputas eleitorais do que em Ilhéus?

Infelizmente, os jornais perderam espaço em Itabuna e Ilhéus. Os que continuam sobrevivem como podem e bem-feitos. Há uma grande diferença na comunicação entre Itabuna e Ilhéus, e uma distinção é a sede dos canais de TV. De certa forma, em Itabuna, a comunicação sempre foi mais incisiva, e as entidades de classe sempre souberam utilizar os veículos de comunicação em causa própria. Esse poder ficou maior com as mídias sociais, de maior agilidade e sem filtros. Os políticos que sabem interagir com a dita imprensa e as redes sociais levam grande vantagem. Mas, nos últimos anos, Ilhéus avançou no poder da mídia tradicional e da rede social, não só com as notícias corriqueiras, como também das analíticas, influenciando mais eleitores. Desde os anos 1980 que o sociólogo Agenor Gasparetto costuma dizer que a eleição em Ilhéus é decidida um ano antes. Como exemplo mais antigo, a eleição de Valderico Reis, em 2004. Duas cidades, pesos diferentes, mas que passam a ficar com a mesma cara, pelo trabalho de alguns dos comunicadores ilheenses.

EMPREGOS - Vista aérea do Shopping Jequitibá, onde funciona a unidade do SineBahia em Itabuna
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Abril chega ao final oferecendo mais de 70 vagas de emprego em dois dos mais populosos municípios das regiões sul e sudoeste do Estado, segundo anúncio do SineBahia. Itabuna tem 43 oportunidades e Jequié outras 33 nesta terça-feira (30), segundo o órgão estadual de qualificação e intermediação de vagas para o mercado de trabalho.

São oportunidades em setores como indústria, construção civil, comércio e serviços hoje. Os interessados devem se dirigir ao SineBahia nestas localidades. Para o cadastramento, é necessário apresentar carteiras de Trabalho e de Identidade, CPF e comprovantes de residência e de escolaridade.

Para quem reside em Itabuna ou mora nas proximidades, o cadastramento é feito no segundo piso do Shopping Jequitibá, na Avenida Aziz Maron (Beira-Rio), no Góes Calmon. O SineBahia em Jequié funciona na Avenida Octávio Mangabeira, no Mandacaru. Clique em Leia Mais e confira todas as oportunidades.

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Alunos de Itajuípe caminham 5km para ter acesso ao transporte escolar
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As más condições da estrada que liga a região de Duas Pontes, na zona rural de Itajuípe, à BR-101 tem obrigado estudantes do município a caminhar cinco quilômetros para chegar à escola. Eles moram nas fazendas que margeiam a estrada vicinal. Desde que uma cratera se abriu no caminho, para ter acesso ao transporte escolar, são obrigados a continuar o percurso até a rodovia a pé.

A rotina tem deixado os estudantes cansados antes das aulas, segundo relato feito ao PIMENTA. “Olha a situação do buraco e olha a situação dos alunos, indo para a escola a pé. Vê se tem cabimento isso”, diz a autora de um vídeo que mostra a estrada (assista ao final do texto).

Cratera se abriu no meio de estrada vicinal em Itajuípe

O problema também prejudica o escoamento de produtos da agricultura familiar. Para contornar o obstáculo, agricultores da região têm recorrido a estradas vicinais de Ilhéus, o que aumenta o percurso até os pontos de comercialização.

O QUE DIZ A PREFEITURA 

Ao PIMENTA, a Prefeitura de Itajuípe afirmou que, desde janeiro passado, intensificou o trabalho de manutenção e recuperação de todas as estradas rurais. Segundo a gestão, as chuvas que atingiram o sul da Bahia nos últimos oito dias exigiram a paralisação temporária dos serviços.

Equipe iniciou reparo da estrada, informa Prefeitura || Foto PMI

Sobre o acesso da região de Duas Pontes, a Prefeitura informou que homens a serviço do município já trabalham no reparo da via, inclusive da área onde a cratera se abriu. O prazo de conclusão do trabalho é até sábado (27), mas ele pode ser terminado ainda amanhã (26).

Assista ao vídeo citado.

ALTO PADRÃO | Sofisticação e conforto à beira-mar em Ilhéus
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Se você está em busca de uma residência sofisticada e pronta para morar,  uma excelente oportunidade para você!

Esta Casa de Alto Padrão está localizada no Condomínio Moradas da Praia, em Olivença na Zona Sul de Ilhéus-Bahia.

Aqui estão os destaques desta incrível propriedade:

1. Localização Privilegiada: O condomínio Moradas da Praia oferece tranquilidade, segurança e fácil acesso às praias e demais comodidades e atrativos da região.

2. Totalmente Mobiliada: Esta casa vem com todos os móveis e decoração. Pronta para você se mudar imediatamente. Imagine-se relaxando na sala de estar elegantemente decorada ou cozinhando em uma cozinha moderna e funcional.

3. Espaços Amplos e Bem Distribuídos: Com 4 suítes espaçosas, esta casa oferece espaço de sobra para acomodar sua família com conforto. O design inteligente garante uma sensação de amplitude e fluidez.

4. Área de Lazer Privativa: Desfrute de momentos de lazer e descontração na sua própria residência. A área externa conta com um belo jardim, espaço gourmet que convida a momentos deliciosos com amigos e familiares, enquanto a piscina reluzente é um convite para relaxar e desfrutar do clima tropical, garagem espaçosa e muito mais, tornando a casa num refúgio perfeito para quem busca luxo e comodidade à beira-mar.

5. Acabamentos de Qualidade: Os materiais utilizados na construção deste imóvel são de alto padrão, garantindo durabilidade e elegância.

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Cacau, da delícia do chocolate à riqueza do agronegócio || Foto Águido Ferreira/Ceplac
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Não é por acaso que o agro brasileiro nada de braçadas e consegue se manter na dianteira da produção brasileira vendida para o nosso consumo e o mundial, alimentando pessoas com produtos de qualidade.

 

Walmir Rosário

Muito cuspe e giz já foi gasto para explicar as nuances do cultivo do cacau e a cultura dos cacauicultores do Sul da Bahia. O cacauicultor era odiado e amado em livros, reportagens de jornais, rádios, televisões, passando pelos workshops e congressos, com os prós e contras explícitos em acalorados e exaustivos debates. Ora os produtores eram elogiados pela proteção da Mata Atlântica, outras vezes execrados pela monocultura e destruição.

Em cada um desses debates era comum alguém citar trechos de livros do itabunense Jorge Amado, mostrando o cacauicultor como um criminoso contumaz na eliminação da floresta, acredito que por desconhecer o tema. Agora se descobre ser a cacauicultura a avalista na manutenção da nossa rica Mata Atlântica. Que ninguém leve isso a sério, pois os pioneiros não sabiam que os pés de cacau também produziam a pleno sol.

Hoje, passado muito tempo dedicado à pesquisa, o cacau brasileiro pode ser plantado de norte a sul, leste a oeste, independente de clima e altitude, com comprovações científicas e a recomendações técnicas pertinentes. Há alguns anos, era considerado impossível, e seria considerado louco quem tentasse plantar cacau já nas chamadas áreas de transição. Muitos se aventuraram e colheram bons resultados. Os 100 milímetros de chuvas mensais foram solucionados com a irrigação e fertirrigação.

Em meados da década de 1960, com a erradicação do café na região de Ubaíra, Santa Inês, Mutuípe e boa parte do Recôncavo, a Ceplac, de forma corajosa, substituiu muitas dessas áreas com o plantio de cacau. Renovou as esperanças dos produtores rurais em fazendas de apenas terras nuas. Era a ciência rural chegando na hora certa para iniciar, na Bahia, o Brasil do agro vencedor de hoje.

Em tempos atuais, lemos, ouvimos e vemos reportagens sobre a cacauicultura pedindo espaço e ultrapassando novas fronteiras nunca antes imagináveis para receber os pés de cacau. E não são mais aqueles plantados em sementes, na ponta do facão, como faziam os pioneiros das “terras do sem fim”. Nem pensar! Eles utilizam o que de mais modernos saem dos laboratórios: clones altamente produtivos, tolerantes às doenças, com alto teor de gordura conforme manda a engenharia genética.

Na conjuntura atual do cacau não mais nos desesperamos com o preço de manutenção do estoque regulador e os acordos da Organização Internacional do Cacau. A demanda está aquecida e a oferta em déficit, o que faz aumentar o preço. E o cacauicultor brasileiro aproveita para vender o produto a preço mais que justo e investir na lavoura utilizando as mais modernas técnicas do mundo. Ele tem meios de influir na política econômica, exportando e produzindo chocolate para o mercado interno.

Agora, grande parte da produção brasileira tradicional está sob os cuidados de agricultores, filhos e netos dos pioneiros, que deixaram as grandes cidades e capitais para enfrentar o dia a dia na fazenda, na busca de erradicar ou minorar os efeitos devastadores da vassoura de bruxa no capital familiar. Repovoaram a lavoura com material genético adequado e produzem chocolate de qualidade, ao contrário de antes, quando o cacau era uma simples commoditie.

Pesava contra a cacauicultura o espírito empreendedor do cacauicultor sem disposição de ganhar novos mercados com produtos de alta qualidade, embora tivesse coragem de implantar a cacauicultura em todo o Sul da Bahia, numa área compreendendo mais de 100 municípios. E não apenas plantou cacau, implantou uma cultura, a cacaueira, por meio do “visgo do cacau”, e que resistiu a todo o tipo de intempérie, inclusive a vassoura de bruxa.

Infelizmente, o cacauicultor de antes não teve o devido preparo, e dependia da ajuda de mecanismos governamentais para convencer os empresários chocolateiros dos países europeus, extremamente colonialistas, a comparem o cacau brasileiro, de melhor qualidade, do que o africano e asiático. Se os pais não tiveram essa ousadia comercial, seus filhos e netos fazem isso sem qualquer cerimônia, conquistando novos mercados.

Lembro-me de uma reportagem que fiz com um dos grandes produtores e sindicalista da cacauicultura, Weldon Setenta, que ganhou o Brasil e o mundo. Quando perguntei se não teria sido mais viável ao produtor diversificar a produção, ele me deu a seguinte resposta:

– Como produtor rural não posso descuidar ou diminuir os investimentos na produção de cacau em que o mercado me paga US$ 5 mil a tonelada, para produzir outros, vendidos a preços bem menores. O que falta é uma política de governo para a agricultura – revelou.

Essa entrevista foi feita há muitas décadas e agora o preço do cacau em amêndoas dobrou, chegando a US$ 10 mil. Podemos afirmar que o cacau continua sendo uma excelente commoditie, desde que produzido com qualidade, sem falarmos na verticalização da produção, incluindo desde o cacau fino ao produto final, do simples chocolate caseiro aos chocolates especiais que ganham prêmios em todo o mundo.

Se antes dizíamos que os cacauicultores tinham problemas insolúveis, tanto da porteira pra dentro como da porteira pra fora, acredito que esses percalços foram reduzidos e as novas oportunidades aproveitadas. Não é por acaso que o agro brasileiro nada de braçadas e consegue se manter na dianteira da produção brasileira vendida para o nosso consumo e o mundial, alimentando pessoas com produtos de qualidade.

Só posso desejar sucesso aos novos cacauicultores do cerrado aos dos estados nordestinos, inclusive beirando à caatinga pelo espírito inovador; aos da Amazônia, que conseguiram vencer o estigma de cacau de baixa qualidade e hoje são premiados; e aos paulistas da região de Registro, que viram no cacau uma excelente oportunidade em dar ênfase ao cultivo do cacau. Já os do Sul da Bahia nos dão demonstração de que acreditar na ciência é uma atitude inteligente, mesmo que demorem gerações.

O cacau foi, é, e sempre será, o manjar dos deuses!

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e além de autor de livros como Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

Itacaré foi único município da Costa do Cacau no WTM Latin America, em SP
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O trade turístico de Itacaré pôde gerar novas oportunidades de negócios em sua participação na WTM Latin America 2024. O município sul-baiano foi o único da Costa do Cacau com representante do poder público no evento que reúne empresas e agentes de turismo de 40 países dos vários continentes, a exemplo de Estados Unidos, Itália, Espanha, Alemanha, Chile, Holanda, México e Uruguai.

Secretário de Turismo de Itacaré, Marcos Japu diz que a edição de 2024 foi ainda mais intensa, com movimentação 23% superior à registrada em 2023, o que permitiu resultados tanto para o poder público como para a iniciativa privada. “Fizemos atendimentos e reuniões com operadoras, jornalistas e agências de turismo”, disse Japu.

Segundo ele, uma das tratativas foi com Pedro Gramacho, diretor nacional e internacional de Promoção do Turismo, e José Wilson, da ABIH-BA, quando foi sinalizada agenda em Itacaré, em maio, voltada para o trade da Costa do Cacau. A ideia é construir evento com todos os municípios da região baiana em ação futura em São Paulo (SP).

O secretário também compartilhou experiências e conheceu dinâmicas de destinos nacionais e de grande relevância, a exemplo de Porto Seguro e Mata de São João. “Porto e Mata de São João são exemplos de sucesso no Brasil e no mundo. Foi um enorme prazer rever os secretários Guto Jones (Porto Seguro) e Alexandre Rossi (Mata de São João), um aprendizado constante com esses excelentes gestores”, disse o secretário de Turismo de Itacaré, que convidou ambos a visitar o destino sul-baiano.

Feira internacional teve três dias de evento com estandes lotados

OPORTUNIDADES PARA O SETOR PRIVADO

Os participantes do WTM Latin America destacaram as experiências no evento internacional. “Fico feliz em compartilhar o sucesso da nossa participação na WTM. A missão Sebrae viabilizou a presença de empresários da Costa do Cacau e foi incrível ver os empreendimentos de Itacaré e Ilhéus brilhando no evento, mostrando todo o potencial turístico da nossa região. Já planejamos ações futuras empolgantes, junto com a Secretaria de Turismo de Itacaré. Firmamos boas parcerias em prol do desenvolvimento do setor, que certamente levarão nosso turismo a novos patamares. Mal posso esperar para ver os frutos desses esforços”, pontua Evelin Gomes, gestora de Turismo do Sebrae.

Dentre os empreendimentos da Costa do Cacau que estavam na WTM, o consultor de negócios Samuel Reis citou a participação da UP Hotéis como oportunidade estratégica para consolidar parcerias com as principais operadoras do setor hoteleiro. “Durante o evento, a equipe da UP Hotéis dedicou-se a fortalecer os laços com esses parceiros, além de aproveitar para conhecer novos executivos de cada operadora”, afirmou Samuel.

Iniciativa privada e poder público se unem para divulgar destino na WTM

DIVULGAÇÃO DO DESTINO

Ainda dentre os negócios e oportunidades gerados pelo trade sul-baiano no evento, discutiu-se uma press trip com jornalistas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul em Itacaré. A Secretaria de Turismo e a Ertour Receptivo se reuniram com a QG Comunica para viabilizar a ação que abre espaço para o destino em alguns dos principais veículos de comunicação do Sul do país.

Dos resultados obtidos, o Grupo Aguiar Lima, representado pela executiva Daniela Quadros, informa ter prospectado negócios para o longo do ano de 2024. “Estamos muito felizes e continuaremos fortalecendo e ampliando nosso networking e conhecimento. Provoco todos os empreendimentos para que participem mais dessas agendas. O fortalecimento do setor turístico depende de ações envolvendo o poder público e a iniciativa privada. Parabenizo a gestão de Itacaré por investir nessas ações”, frisou Daniela.

Destaque em ranking da Abras, Itão possui lojas em Ilhéus e em Itabuna || Imagem ZéDrone
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O Itão Supermercados ocupa o 3º lugar em faturamento no ranking das empresas de varejo alimentar genuinamente baianas, aponta estudo que monitora desempenho e principais movimentações das empresas supermercadistas no país. O ranking anual do varejo alimentar é elaborado pela  Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O grupo sul-baiano registrou faturamento de R$ 241,356 milhões em 2023.

O ranking da Abras, divulgado na última semana, é um amplo levantamento do varejo alimentar, considerado pela associação um dos setores mais fortes, dinâmicos e representativos da economia nacional. O estudo retrata as movimentações deste segmento do varejo em 2023.

Para o superintendente da Associação Baiana de Supermercados – ABASE, Mauro Rocha a colocação de empresas baianas no raking é indiscutivelmente uma conquista significativa que aponta o crescimento do setor supermercadista na Bahia. “Através de parcerias estratégicas, programas de capacitação e iniciativas inovadoras, continuaremos a fortalecer a posição do Itão Supermercados e de outras empresas locais no mercado nacional de supermercados”, afirmou.

GERAÇÃO DE EMPREGO E FORNECEDORES REGIONAIS

O faturamento superior a R$ 241,3 milhões revela sucesso financeiro do grupo e o seu peso na economia regional.
contribuindo para a geração de empregos, aumento do poder de compra dos consumidores locais e desenvolvimento de fornecedores regionais.

Ainda conforme o grupo baiano, o Itão é, hoje, a empresa mais antiga da Bahia em atividade, utilizando o mesmo CNPJ há 64 anos, desde sua fundação. Estes dados demonstram a tradição e a solidez da empresa no mercado regional.

Mulheres produzem vassouras ecológicas no CTE Itacaré || Fotos Divulgação
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Implantado pela Prefeitura de Itacaré, o Centro de Triagem e Econegócios (CTE) se tornou referência em reciclagem que oferece condições dignas de trabalho, gera emprego e renda e contribui para a conservação ambiental. A Associação Vitória de Catadores de Materiais Recicláveis, responsável pela gestão do CTE, é composta por 25 famílias.

Nos 18 meses em operação, segundo a Prefeitura de Itacaré, já comercializou cerca de 550 toneladas de produtos com empresas que seguem a legislação ambiental, gerando uma renda média de um salário mínimo por família.

Entre os produtos coletados pelos catadores para a reciclagem estão papel, papelão, metal, vidros, eletroeletrônicos e óleo residual. O material é coletado em dez ecopontos espalhados pela cidade e em hotéis, pousadas e supermercados.

– Aqui a gente trabalha com toda segurança e garante uma renda que permite o sustento das nossas famílias. Estou muito feliz com essa oportunidade que o prefeito Antônio de Anízio nos proporcionou – disse catadora Maria de Fátima Nunes Pimentel.

Catadores em atividade no CTE de Itacaré: trabalho e renda

Wanderson Andrade Carvalho, Dedé, também é catador de material reciclável. Ele fala da mudança com a entrada em cena do CTE. “Nossa vida melhorou muito, porque, além de ter uma renda mensal e um espaço para reciclagem, nós deixamos o lixão para sermos reconhecidos como agentes ambientais”.

“O nosso trabalho passou a ser valorizado, hoje me sinto uma cidadã de verdade, que além de atuar num local decente, tenho uma moradia onde posso viver com dignidade”, relata Simone Nunes Pimentel.

PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

Dentro do processo de valorização dos catadores, foram construídas 25 moradias com infraestrutura de saneamento básico ao lado do Centro de Econegócios. Além do processamento de material para reciclagem, o Centro de Triagem e Econegócios produz vassouras ecológicas com garrafas pet que são utilizadas pelo setor de limpeza pública, ecobolsas com sacolas plásticas e artesanato em papel, comercializados na sede da cooperativa.

Associados criam peças e geram renda no município sul-baiano

A comunidade é envolvida no processo por meio de ações de educação ambiental, ecogincanas para estudantes e o incentivo para que o trade turístico valorize o material que pode ser reciclado.

Christian Sirqueira, coordenador do Centro de Econegócios, ressalta que os catadores trabalhavam num ambiente subumano, em meio à lama e aos animais. “Hoje atuam num local que oferece toda a estrutura para um trabalho digno, com fornecimento de alimentação regular e espaço higienizado”.

“A participação da comunidade é fundamental tanto na separação de itens recicláveis como na utilização dos ecopontos, num processo que também envolvemos as escolas, para que os jovens despertem para a importância da coleta seletiva e o trade turístico, em ações permanentes de educação ambiental”, diz Christian.

RECONHECIMENTO NACIONAL

A iniciativa de combate ao lixão no município sul-baiano rendeu ao prefeito Antônio de Anízio (PT) o Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor Edição Bahia 2021/2022, uma iniciativa criada para reconhecer prefeitos e administradores regionais que implantaram projetos com resultados comprovados de estímulo ao surgimento e ao desenvolvimento dos pequenos negócios.

Itacaré foi premiada na categoria Inovação e Sustentabilidade, com o Projeto Lixão Nunca Mais, desenvolvido pela Prefeitura, em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Regional, que contempla uma série de ações ambientais.

O projeto Lixão Nunca Mais foi impulsionado com o fim do descarte de lixo numa área de Mata Atlântica, a construção de uma Estação de Transbordo e o envio de resíduos para o aterro da CVR Costa do Cacau, parceira do projeto, no aterro sanitário na Rodovia Jorge Amado (Ilhéus-Itabuna). O aterro funciona dentro das diretrizes do Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

“Ao encerrar as atividades do lixão que era uma chaga aberta na mata, promover a destinação correta dos resíduos e implantar a Central de Agronegócios, valorizamos o ser humano e o meio ambiente, fazendo de Itacaré um modelo de sustentabilidade e valorizando o turismo, um setor essencial na geração de empregos no município”, afirma o prefeito Antônio de Anízio.

Foto Ilustrativa Sema/RS
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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta vermelho para risco alto de chuvas intensas para o período que vai, pelo menos, até as 9h desta terça-feira (9) nas regiões Metropolitana de Salvador (RMS), sul e centro-sul da Bahia. O alerta foi reforçado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Desde o domingo (7), a capital Salvador enfrenta forte temporal, assim como outras cidades da RMS.

Durante o período iminente do alerta, pode ocorrer chuva superior a 60mm/h ou acima de 100mm/dia, “com grandes chances de enxurradas, alagamentos, transbordamentos de rios, quedas de árvores e deslizamentos de encostas, em cidades com tais áreas de risco”. Cada milímetro de chuva corresponde a um litro d´água por metro quadrado.

Hoje, a Defesa Civil da Bahia orientou, para onde forem registrados temporais, desligar aparelhos elétricos e quadro geral de energia. Há, ainda, orientação para que seja observada alteração nas encostas e a ida para locais seguros. Nas situações de emergência, acionar Corpo de Bombeiros e Defesa Civil.

Setor terciário responde por quatro de cada cinco vagas em Itabuna || Foto José Nazal
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Itabuna tem 39.289 trabalhadores com carteira assinada. Desse total, 31.743 (80,79%) estão em empresas de comércio e serviços, enquanto a indústria mantém 5.039 vagas (12,83%) e a construção civil, 1.986 (5,05%). A agropecuária emprega 521 (1,33%) pessoas no município.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e se referem a fevereiro deste ano, último mês com balanço já divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

ILHÉUS

Comércio e serviços gera três de cada quatro postos de trabalho em Ilhéus || Foto José Nazal

Comércio e serviços são responsáveis por 22.277 (75,06%) do total de 29.679 empregos formais de Ilhéus. A indústria responde por 4.194 vagas (14,13%) e a construção civil, por 1.903 (6,41%). A menor contribuição vem da agropecuária, com 1305 (4,40%) postos de trabalho.

ITACARÉ

Em Itacaré, agro supera construção e indústria em número de empregos || Foto iLoveTrip

O setor terciário (comércio e serviços) gera 3.080 (83,47%) das 3.690 vagas de Itacaré, um dos principais destinos turísticos da Bahia. O segundo maior mercado de trabalho do município é o da agropecuária, com 470 postos (12,74%). Já a construção civil tem 99 trabalhadores (2,68%) e a indústria, 41 (1,11%).