Prefeitura anuncia ampliação de reabertura do comércio de Vitória da Conquista
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A Prefeitura de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, anunciou, na manhã deste domingo (28), a reabertura de bares e restaurantes a partir da próxima quinta-feira (2). A decisão foi informada após reunião dos membros do Comitê de Representação Civil e Institucional.

Durante o encontro, os participantes avaliaram dados epidemiológicos de Vitória da Conquista e debateram sobre o Plano de Retomada Gradual das atividades econômicas. Além do Comitê de Gestão de Crise da Prefeitura e entidades da sociedade civil, o encontro por videoconferência, contou com a participação de representantes da Associação de Bares e Restaurantes de Vitória da Conquista (Abracon) e das academias de ginástica.

Durante o encontro foi apresentada a previsão para abertura do segmento de academias para o próximo 13 de julho, após avaliações dos dados epidemiológicas que serão colhidos durante essa terceira fase.

De acordo com o último boletim epidemiológico, Vitória da Conquista tem 638 casos confirmados do novo coronavírus e 14 óbitos. Do total de casos confirmados, 463 estão curados da doença e 161 estão se recuperando. Hoje, existem 4.019 casos suspeitos em investigação.

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Felipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com
 

Imagine um professor na praça explicando algum tema polêmico contemporâneo! Aí, com ideias circulando, com a academia enxergando além de seus muros, quem sabe teríamos uma sociedade ainda melhor. Difícil? Sim, com toda certeza! Mas será que cada um de nós, doutos cidadãos, estamos fazendo todo o possível?

 
Ler o título acima parece estranho, não? Permita-me então contextualizar melhor a questão: dois acontecimentos que presenciei dentro do “mundo acadêmico” nos últimos dias me fizeram pensar um bocadinho sobre exatamente esse tal “mundo acadêmico”.
No primeiro fato, um jovem estudante postou nas redes sociais seu lamento por ter sido abordado por uma senhora cristã que tentava propagar suas ideias e demonstrou incômodo por ele se declarar ateu. Quando apresentado o contraponto de que aquela senhora estava apenas levando adiante aquilo que ela acreditava ser interessante, ele rebateu: “ah, não saio por aí levando a palavra de Nietzsche”. Não leva? Uma questão: por que não?
Outro fato foi a leitura de outra postagem nas redes sociais onde professores e estudantes, em sua maioria, debochavam e se escandalizavam com a cantora Anitta ter sido convidada para palestrar num evento na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Soava absurdo a cantora notabilizada no funk, de origem periférica, falar numa das mais prestigiadas universidades do mundo. Uma questão:por que não?
A academia brasileira, permito-me generalizar com meus pouco mais de oito anos de experiência docente, parece sofrer de um mal que a faz sentir-se como um panteão para poucos. Alguns (poucos) privilegiados devem alcançar esse patamar após demonstrar suas competências em provações diversas. Uma ideia de que aquilo “não é pra qualquer um”. Uma ideia de que aquilo que não está no “mundo acadêmico” não é bom o suficiente.
Vivemos – faço aí um mea culpa pois, além de ocasionalmente escrever textos me valendo da boa audiência do PIMENTA para atingir uma grande fatia da sociedade, também estou entre os que assim agem – num espaço onde apenas os aplausos e os tapinhas nas costas dos iguais parecem ser interessantes. Por qual motivo as vozes periféricas não são plenamente ecoadas nas universidades? Por qual motivo o grafite nas paredes dos corredores acadêmicos é visto com estranheza? Por qual motivo iniciativas como o Pint of Science, que visa explicar pesquisas científicas em bares, são vistas com certo desdém por alguns? A resposta?
Arrisco-me a dizer que muitos acadêmicos – aí incluídos professores e estudantes – acreditam que são especiais demais e acabam por esquecer da sociedade que os abriga e, principalmente, financia.
Se a senhora propagando a fé cristã nas ruas enche sua paciência, será que ao invés de criticá-la não seria possível ver nela uma inspiração? Imagine as praças de Itabuna, de Ilhéus ou de qualquer outra cidade exibindo um filme e um pesquisador conduzindo um debate sobre ele! Imagine um professor na praça explicando algum tema polêmico contemporâneo! Aí, com ideias circulando, com a academia enxergando além de seus muros, quem sabe teríamos uma sociedade ainda melhor. Difícil? Sim, com toda certeza! Mas será que cada um de nós, doutos cidadãos, estamos fazendo todo o possível?
Felipe de Paula é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

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Edelzuita passou mal quando malhava.
Edelzuita passou mal quando malhava.

A cabeleireira Edelzuita Bezerra da Costa, de 52 anos, faleceu ontem à noite, quando malhava em uma academia, no Alto Mirante, em Itabuna, e começou a se sentir mal.

Ela pediu socorro a um professor da academia ao dizer que a visão estava escurecendo. Edelzuita desmaiou, sendo amparada por um dos professores da academia. A vítima sofreu um mal súbito.

A cabeleireira foi encaminhada ao Hospital de Base.Médicos ainda tentaram reanimar a paciente, sem sucesso.

Edelzuita tinha hábitos saudáveis e malhava há bastante tempo. A morte abalou familiares e amigos, além de colegas de academia.

O corpo de Edelzuita está no Velório Santo Antônio, na Rua Antônio Muniz, subida para o Hospital Calixto Midlej Filho, centro. O enterro será às 16h30min, no Cemitério Campo Santo. Atualizado às 13h.

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A jornalista Celina Santos, do Diário Bahia, será empossada na próxima sexta-feira, 20, entre os novos membros da Academia de Letras de Itabuna (Alita). E entra bem acompanhada na entidade, juntamente com personalidades como o reitor da Universidade Federal do Sul da Bahia, Naomar Almeida, e a comunicóloga Raquel Rocha.

Sobre Celina, uma colega querida, qualquer elogio será pequeno. É profissional de texto claro e correto, que põe a alma no que faz.

A futura imortal da Alita formou-se na primeira turma de comunicação social (rádio e tv) da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e em jornalismo na Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), em Itabuna. É também pós-graduada em jornalismo e mídia pela Facsul.

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UM GRITO DE DOR NO ENGENHO DE SANTANA

1MejigãOusarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br

Mejigã e o contexto da escravidão (Editus/Uesc, organização de Ruy Póvoas) é um livro magnífico, desses que engrandecem a região, porque projetam e eternizam em letra impressa intelectuais que, em grande parte, estariam no anonimato, não fosse essa iniciativa. Os dez ensaístas reunidos na coletânea esbanjam erudição, sem perder o viés paradidático que nos facilita o entendimento. Mejigã… (nome africano de uma negra escravizada e trazida ao Engenho de Santana) é inquestionável contributo para percebermos o que foi a luta dos negros em Ilhéus e o que eles significam em nossa formação. Talvez fosse injusto fazer destaques, mas é justo salientar pelo menos dois nomes pouco reconhecidos fora dos muros da academia e que ganham visibilidade com o livro:

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Chicotadas como pagamento do trabalho

Marialda Jovita Silveira, que disserta com invulgar segurança sobre a oralidade como mecanismo de preservação dos valores do candomblé (Ritos da palavra, gestos da memória: a tradição oral numa casa ijexá), e Consuelo Oliveira, que explica, didaticamente, como numa sala de aula, as questões de saúde/doença/magia/terapêutica no candomblé, tendo como exemplo o terreiro onde Ruy Póvoas é babalorixá, em Itabuna (Ilê Axé Ijexá: lugar de terapia e resistência). Li Mejigã… como um livro político, uma história da resistência de um povo, seu sofrer e sua revolta – o registro a ferro e sangue de uma Ilhéus receptora de negros escravos, “dos quais ela cerceou a liberdade e cresceu pela força de seu trabalho, a troco de chicotadas”, como diz Ruy Póvoas.

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“Subalternizados, mas não subalternos”

Ou, na voz de Arléo Barbosa, “O Estado brasileiro foi edificado pelo negro, cuja presença é marcante em todos os aspectos da vida econômica, social, política, religiosa e cultural”. Ainda, de acordo com Kátia Vinhático e Flávio Gonçalves: “Eles [os escravizados] não se comportaram, não se sentiram e não se pensaram como subalternos. Subalternizados, inferiorizados, subestimados, sim. Não se pode dizer, no entanto, que foram subalternos, pois para isso seria necessária a aceitação dessa condição por parte deles”. Os demais textos de Mejigã…, todos de alta qualidade (não citados por falta de espaço), são de André Luiz Rosa Ribeiro, Ivaneilde Almeida da Silva, Mary Ann Mahony e Teresinha Marcis.

 

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VANDALISMO: “A DESTRUIÇÃO DO NOTÁVEL”

Com os protestos de rua em moda no Brasil democrático, abusa-se do termo “vândalo”, para caracterizar o bandido travestido de manifestante. O termo remonta a um povo do século V, que tomou e saqueou Roma, destruindo muitas obras de arte. Isto ocorreu no mês de junho, à semelhança das nossas manifestações. Por certo, a palavra “vandalismo” viria daí (“Destruição ou mutilação do que é notável pelo seu valor artístico ou tradicional”, segundo o Priberam). Nada errado em chamar esses marginais de “vândalos”, salvo a repetição exaustiva do termo, o que atesta a já sabida indigência vocabular da mídia, particularmente da tevê.
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5MonalisaNapoleão e os especialistas em saque

Os dicionários apontam alternativas para vândalo: bárbaro, selvagem, destruidor, grosseiro, violento, bruto, truculento, iconoclasta e outros. Para manter a linguagem jornalística distante das escolhas sofisticadas (comme il fault), eu empregaria para o indivíduo desse comportamento a boa e sonora palavra “bandido”. É tempo de lembrar outra curiosidade: Roma teve, em 1798, novo saque de obras de arte, desta vez por Napoleão, cujo exército tinha um grupo “especialista” em… roubar. Só os nazistas pilharam mais do que o velho Bonaparte. Mas não foi ele quem levou a Monalisa pro Museu do Louvre, como dizem as más línguas.

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DE ERROS “HISTÓRICOS” E “OCASIONAIS”

3AracyPra não dizer que só falo de espinhos
Com (talvez) irritante frequência tem esta coluna se referido a erros perpetrados contra a canção brasileira. Parece que não há exceção: de Nelson Gonçalves a Maria Betânia, de Alcione a Ângela Maria, novos e velhos vocalistas decidem alterar as letras e o fazem impunemente, como se tivessem tal direito. Há erros “históricos”, como o de Aracy de Almeida em Último desejo e Gastão Formenti em De papo pro ar (dois deslizes que foram repetidos tempos afora por outros cantores), e há os equívocos ocasionais, aqueles “próprios” de um vocalista, mas que outros não copiam. É o caso de Marisa Monte.
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7GibãoA garota não quer mais vestir “gibão”

Há dias, postamos aqui um vídeo em que ela canta O xote das meninas (Luiz Gonzaga – Zé Dantas), com uma derrapada das mais escabrosas da MPB. “Meia comprida, não quer mais sapato baixo, vestido bem cintado, não quer mais vestir timão”, diz a letra, mostrando o estado de espírito da menininha que vira moça e quer namorar. Pois a bela Marisa, sabe-se lá o motivo, canta “… não quer mais vestir gibão” – e não houve no estúdio um filho de Deus que atentasse para esta barbaridade. Timão é uma espécie de camisola; gibão até seria defensável em outro lugar, não no Nordeste): além de ser vestimenta de vaqueiro, não está no texto original. Menina vestindo gibão só mesmo na cabeça dessa gente tonta.

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QUE A SIGLA SEJA MENOR DO QUE A OBRA

Todos metem sua colher, também vou meter a minha… Calma. Invoco essa paródia de Casemiro de Abreu, que ninguém mais lê, apenas para introduzir minha escolha sobre a sigla da Universidade Federal do Sul da Bahia. É que o tema, bem ao nosso estilo de trocar o atacado pelo varejo, caminha para se tornar mais substantivo do que a própria escola. Dito o que, informo aos que desta coluna tomarem conhecimento que minha preferência não é Ufesba, Ufsulba, UFSB ou UFSBA, mas um acrônimo ainda não sugerido: UFESB. Mas, quero deixar claro, pouco importa por qual sopa de letrinhas será identificada a Escola – ela é que nos importa – mesmo chamada por qualquer nome exótico. Para ficar coerente, vamos de Alobêned, que esta coluna disse (e repete!) ser “um furacão negro, uma monarca africana”.

 (O.C.)