Marco Wense
Mesmo depois de derrotados na disputa presidencial, os tucanos do PSDB (1), da sofisticada Avenida Paulista, continuam a mesma coisa: arrogantes, prepotentes e donos da verdade. Parece até que conquistaram o Palácio do Planalto.
Chateados com o senador eleito Aécio Neves, apontado como o responsável direto pelo fracasso do candidato José Serra no estado de Minas, alguns tucanos, ainda inconformados com a derrota, estão chamando o ex-governador de “Aético”.
Aliás, o PSDB (1), cheio de rancor e ódio, sempre tratou Aécio, neto do saudoso Tancredo Neves, como um adolescente irresponsável, afastando qualquer possibilidade do bom mineiro se candidatar à Presidência da República pela legenda.
O principal culpado pelo desastre eleitoral de José Serra em Minas é o próprio José Serra, que fez de tudo para liquidar qualquer chance de Aécio como pré-candidato, impedindo até que o PSDB (2) consultasse as bases do partido.
Essa atitude arbitrária e antidemocrática do PSDB (1), tendo a frente os três mosqueteiros do tucanato paulista – FHC, Geraldo Alckmin e José Serra –, mexeu com a autoestima dos mineiros.
Aécio Neves, liderança maior do PSDB (2), tem toda razão quando defende uma urgente mudança na legenda: “Estamos no momento de refundar o PSDB para recuperar nossa identidade partidária”.
Se o PSDB (1) continuar se achando o tal, Aécio Neves só tem o caminho de procurar outra agremiação partidária, sob pena de ser novamente “engolido” pela esperteza dos tucanos da Avenida Paulista.
PSDB (1) versus PSDB (2). Dois bicudos não se beijam.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.