Tempo de leitura: 2 minutos

claudio_rodriguesClaudio Rodrigues | aclaudiors@gmail.com

Elegemos, no último pleito, um prefeito de fato, mas não de direito. O prefeito Claudevane Leite, recebeu os votos, assumiu a prefeitura, mas quem manda é o Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Na década de 80 a Rede Globo de televisão exibiu um dos maiores sucesso da teledramaturgia brasileira, se não o maior, a novela Roque Santeiro, escrita por Dias Gomes e Aguinaldo Silva. A história se passa na cidade fictícia de Asa Branca, em algum lugar que reúne características e personagens de diversas regiões do Brasil.
O coroinha Luiz Roque Duarte, conhecido como Roque Santeiro por sua habilidade em modelar santos, morreu ao defrontar os homens do bandido Navalhada, logo após seu misterioso casamento com a desconhecida Porcina. Santificado pelo povo, que lhe atribui milagres, tornou-se um mito e fez prosperar a cidade ao redor da sua história de heroísmo.
Só que Roque não está morto, e volta à cidade, ameaçando pôr fim ao mito. Sua presença leva ao desespero o padre Hipólito, o prefeito Florindo Abelha e o comerciante Zé das Medalhas, principal explorador do santo. Mas o maior prejudicado é Sinhozinho Malta, o todo-poderoso fazendeiro do lugar, que vê ameaçado o seu romance com a “viúva” Porcina, que nunca foi casada com Roque e sempre viveu à sombra de uma mentira articulada por Malta. Mentira institucionalizada para fortalecer o mito e tirar vantagens pessoais.
Florindo Abelha era um grande “pau mandado”, prefeito de fato, mas não de direito, quem ditava as ordens na prefeitura de Asa Branca era o coronel Sinhozinho Malta. Abelha só dizia amem para as decisões do coronel. Faço essa viagem no túnel do tempo, para chegar ao atual momento por que passa Itabuna. Elegemos, no último pleito, um prefeito de fato, mas não de direito. O prefeito Claudevane Leite, recebeu os votos, assumiu a prefeitura, mas quem manda é o Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
A demissão do médico sanitarista Humberto Barreto, da diretoria de Planejamento da Secretária de Saúde, atendendo às ordens do PCdoB, mostra que temos um prefeito sem pulso, que não têm as rédeas da administração e, a exemplo do prefeito da ficção Florindo Abelha, segue piamente as ordens dos Comunas.
O prefeito abriu mão de um homem de caráter e índole ilibados, profissional altamente competente e com serviços prestados a Itabuna, por que o partido de “sua base” resolveu colocar interesses partidários acima dos interesses da coletividade, na busca do poder pelo poder, por defender que os fins justificam os meios.
Se o prefeito Claudevane Leite fizesse valer o poder que os eleitores lhe conferiu através do voto, e mantivesse o diretor de planejamento da Saúde, o vice-prefeito Wenceslau Júnior e os demais cururus, sob o comando de Davidson Magalhães, teriam mesmo coragem de romper com o prefeito e deixar os cargos que detêm no município e que tanto adoram?
Prefeito, o poder é para ser exercido. Quem não sabe fazer uso dele, corre o risco de se transformar num Florindo Abelha. E fazer de Itabuna uma Asa Branca.
Cláudio Rodrigues.