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Aloísio: gestão fraudulenta.

O Ministério Público Federal na Bahia denunciou o ex-presidente da Cooperativa de Crédito Rural Ilhéus (Credilhéus), Aloísio Reis Filho, por gestão fraudulenta à frente da instituição financeira. O MPF espera que o ex-dirigente seja condenado a até 12 anos de prisão pelos crimes praticados.

Aloísio Reis concedia créditos em condições vantajosas a si próprio e a suas empresas, a membros do conselho administrativo e a funcionários da Credilhéus, conforme auditorias do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) e do Banco Central. Ele foi presidente e controlador da Credilhéus entre março de 1999 e agosto de 2005.

Pela investigação do Sicoob, Banco Central e do MPF em Ilhéus, o dirigente da cooperativa de crédito concedia empréstimos “sem respeitar a devida prudência e segurança que regem as práticas bancárias, a exemplo de garantias, avalistas ou testemunhas que respaldassem a obrigação assumida”.

O esquema também incluía, apontam as investigações, a liberação de depósitos em cheques como se fossem em dinheiro, classificado como fraude de escrita. Mais: Aloísio aumentou o seu patrimônio e de “amigos” fraudando desde pagamento de cheques a honorários.

ALOÍSIO, O REI

A situação era tão grotesca na Credilhéus que o procurador da República André Batista Neves definiu como “monocrática” a gestão de Aloísio “Rei”, o que levou à “depreciação patrimonial e operacional da instituição financeira, prejudicando a credibilidade do próprio sistema de crédito cooperativo”.

Aloísio era um dos maiores devedores da Credilhéus em 2003, revelaram as auditorias do Sicoob e do Banco Central. A dívida do presidente com a instituição ultrapassava R$ 171 mil, equivalente a 247,03% do patrimônio de referência da instituição financeira. Houve até desconto de juros que chegavam a mais de R$ 800 mil e juros zero para empréstimo de oito anos.