Fuxicaria, do zap da Confraria do Alto Beco do Fuxico || Foto Blog Walmir Rosário
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E nesse momento os que têm simpatia ou militam nos partidos de direita, se entreolham assustados, desconversam sobre a preferência dos visitantes e exaltam as qualidades da Stella Artois, cujo paladar apreciam.

 

 

Walmir Rosário

Como prevíamos, a frequência do Beco do Fuxico vem aumentando assustadoramente. A cada sábado, novos frequentadores chegam aos magotes, deixando perplexos os participantes dos grupos assíduos do ABC da Noite e Fuxicaria. Desses, pelos que deixam a transparecer, muitos neófitos e que jamais chegarão a noviços, uns poucos alunos repetentes do Caboclo Alencar em busca de renovar suas matrículas.

Pelas fotos que recebo no grupo de WhatsApp da Confraria do Alto Beco do Fuxico, muitas das caras que me são conhecidas são totalmente alheias às obrigações de sábado num beco que aloja, há dezenas de anos, o que existe na mais fina-flor da boemia itabunense. Deixo aqui o necessário reparo que até protestantes, que detestam as bebidas alcoólicas, aparecem nas fotos, todos eles se comportando como peixe fora d’água.

Nunca conversa rápida com o oftalmologista Wandick Rosa, nossas dúvidas foram decifradas com o olhar atento de médico especializado em enxergar bem. Olho de Lince, diria o saudoso amigo Iram Marques, o famoso Cacifão, este expert nas artes do Beco do Fuxico e da política. Pois, bem, ao revermos os arquivos de fotos, algumas figurinhas carimbadas foram detectadas.

Foi a partir daí que descobrimos as datas das fotos, todas com mais frequência em anos pares e algumas incursões nos meses que finalizam os anos ímpares. Aí ficou fácil, são os políticos – pré-candidatos – e seus cabos eleitorais, atualmente renomeados pomposamente de assessores. Ao chegarem ao Beco do Fuxico a recepção não poderia ser diferente, com os cumprimentos de praxe:

– Mas rapaz, há quanto tempo, por onde tem andado? Seja bem-vindo, não faça cerimônia, pega uma cadeira e se sente –.

Diante de um convite fagueiro como esse muitos não resistem, e sem qualquer cerimônia tomam assento numa mesa, enquanto outros revelam sua condição de abstêmio, explicando que não é nada com a saúde, que se encontra boa, tinindo como disse o médico no último checape. Mas o problema é de ordem religiosa, que abomina o álcool e outros bons prazeres da vida.

Até aí, tudo bem. O problema maior reside nos assessores do pré-candidatos, aqueles que somente aparecem de dois em dois anos, nos meses em que começam as campanhas eleitorais. Os pré-candidatos ditos de esquerda são os mais exaltados e sequer olham para as marcas de cerveja que os anfitriões das mesas estão bebendo e pedem logo a bebida de suas preferências: a Heineken, aquela que ostenta uma estrela vermelha na garrafa.

E nesse momento os que têm simpatia ou militam nos partidos de direita, se entreolham assustados, desconversam sobre a preferência dos visitantes e exaltam as qualidades da Stella Artois, cujo paladar apreciam. E as discordâncias vão pululando entre os participantes daquela mesa e as que os cercam. Um amigo meu que não é afeito às brigas políticas me confidenciou que, por vezes, coloca um rótulo de um refrigerante tapando a estrela vermelha da Heineken, para evitar novos problemas, mas não deu certo.

Meu amigo e colega Pedro Carlos Nunes de Almeida (Pepê), que há décadas possui banca advocatícia no Beco do Fuxico, portanto, conhecedor de cada palmo daquele chão, me revelou apreensivo:

– Rosário, o Beco do Fuxico está se transformando numa bomba atômica prestes a explodir! Imagine na mesma mesa esquerda e direita tentando passar o Brasil a limpo? Não estou vendo com bons olhos essa aproximação, devido ao temperamento explosivo de alguns militantes, ainda mais exaltados pelas deliciosas batidas do Caboclo Alencar e as cervejas do Fuxicaria – explicou sua temeridade o amigo Pepê.

Ainda bem que José d’Almeida Senna – hoje com cadeira cativa nos pubs soteropolitanos da Pituba – raramente frequenta o Beco do Fuxico, pois poderia, a qualquer momento, tocar fogo no estopim e incendiar o Beco e botar alguns esquerdistas para correr, após seu famoso grito de guerra. Bastariam uns três gritos de “vão tomar n… c… car…”, para colocar ordem no lugar, sem maiores delongas.

Mas meu amigo Wandick Rosa, como um homem de ciência, portanto, grande observador, apesar de se mostrar receoso com os diferentes – politicamente falando – juntos, me conta um fato digno de nos manter calmos, longe de ser o Beco do Fuxico uma Faixa de Gaza. Pelo que viu, com seus próprios olhos, lá para as tantas, a direita sorvia grandes goles de Heineken, sem se importar com a estrela vermelha, enquanto a esquerda deixava de lado os defeitos da cerveja Stella Artois, a preferida dos imperialistas.

Mas lá no Beco do Fuxico é assim mesmo, alguns aparecem em dias festivos somente para gozarem dos seus 15 minutos de fama, mesmo que não pertençam à fauna local. Já as batidas elaboradas pelo alquimista Caboclo Alencar não passou por nenhum questionamento quanto à preferência. Seriam as batidas do ABC da Noite, de centro, que todos as querem bem coladinhas neles? E ainda dizem que toda a unanimidade é burra…

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e autor d´Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

As sextas-feiras na sede do Agora eram regadas a informação e bom papo nas recepções de Adervan
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A depender da amplitude do evento, o eficiente fotógrafo Waldyr Gomes se tornava um competente churrasqueiro; o editor que vos fala, um chef a elaborar um pièce de résistance da culinária brasileira; sem falar nos préstimos de José Nazal com sua festejada culinária árabe, diretamente de Ilhéus.

 

Walmir Rosário 

Se Deus não o tivesse requisitado para que ficasse ao seu lado, o jornalista José Adervan de Oliveira completaria – fisicamente – nesta quinta-feira (3 de março de 2022) 80 anos de idade. Sua ausência nos deixa saudades dos encontros, embora continue pra sempre em nossos corações, com sua calma, sempre em busca de um norte para o sul da Bahia, como deixou escrito nos textos da Coluna Livre, no jornal Agora.

Neste seu aniversário estariam presentes amigos tantos, parentes, admiradores de sua perseverança e do seu espírito conciliador. Uma comemoração não seria bastante para receber o abraço de tantos, que seria necessário preestabelecer um roteiro: em casa, na quinta-feira, parentes e amigos mais chegados; na sexta-feira, no jornal Agora, todos, sem distinção, como recomendaria o ritual.

E garanto que os 80 anos seriam comemorados em alto estilo, como todas as festas que promovia. Como esquecer o corre-corre do fechamento das sextas-feiras, jornal mais “gordo” com os cadernos do fim de semana e a atenção que dispensávamos aos convidados? Como um bom grapiúna que teve a felicidade de nascer em Boquim, Sergipe, era um grande anfitrião.

A depender da amplitude do evento, o eficiente fotógrafo Waldyr Gomes se tornava um competente churrasqueiro; o editor que vos fala, um chef a elaborar um pièce de résistance da culinária brasileira; sem falar nos préstimos de José Nazal com sua festejada culinária árabe, diretamente de Ilhéus. Pratos fartamente regados com as melhores cachaças baianas e mineiras, além de uma variedade de whiskys, escoceses, claro.

Aos poucos, chegavam em turmas os convidados. O pessoal chegava, se integrava ao bate-papo, bebia, comia e iam embora, também em turmas. Por fim, o pessoal que o ajudaria a fechar as portas e fazer companhia na passada pelo Alto Beco do Fuxico e Kati-Kero, no Pontalzinho, com Juvenal e Tonet. No período, assistíamos aos telefonemas de ministros, governador, secretários estaduais, prefeitos e amigos ausentes.

E o ritual das sextas-feiras era sagrado, com mudanças apenas de intensidade. Nesse meio tempo, quando aparecia uma figura de destaque na política ou economia, concedia uma entrevista durante o ágape, sem a menor cerimônia. Essas mal traçadas linhas nos dá uma visão da importância do jornal Agora como meio de comunicação regional, linha traçada pelo mestre José Adervan.

Mesmo com as mudanças na economia e na tecnologia de comunicação, o jornal Agora continuou com seu prestígio junto aos leitores, apesar da diminuição no número de cadernos e páginas. Com a morte de José Adervan, em 12 de fevereiro de 2017, o Agora continuou circulando por algum tempo, mas não resistiu e encerrou suas atividades, deixando quase muda Itabuna e região.

O jornal Agora teve sua edição circulando em 28 de julho de 1981, por obra e graças de José Adervan e Ramiro Aquino, jornalistas e bancários (Banco do Brasil). Durante todo esse tempo ofereceu aos leitores não apenas notícias, mas a participação efetiva de um consagrado meio de comunicação nos problemas regionais. Em 1° de janeiro de 2003 o Agora deixa de ter circulação semanal e passa a ser diário, incrementando sua participação no mercado.

O Agora era a cara de Adervan. Democrático, informativo, opinativo e com fôlego suficiente para fomentar e participar de todas as campanhas institucionais da região cacaueira. Nesses cinco anos de ausência de Adervan, está mais que provado que a região cacaueira – não só os leitores – perdeu um bastião, reconhecido ponta de lança em todas as lutas regionais.

Esta quinta-feira (3 de março) é dia de lembrança, de comemoração pelo legado deixado por José Adervan, como bancário, jornalista, empresário, economista, professor universitário, visionário. Os tempos mudam, as pessoas passam, a obra fica e passarão por análises permanentes, com destaque para as boas e recomendações de esquecimento para as sem relevância.

Como diz a canção: Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Foi como agiu Adervan.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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Uma só dúvida entre os amigos e confrades: quem será o consagrado herdeiro que passará a operar o honorável sistema VTNCC (não tem no dicionário), que se tornou uma tradição nos momentos de descarrego emocional do fidalgo Senna, e que não será dito na capital.

 

Walmir Rosário || wallaw2008@outlook.com

Durante anos me planejei para ter uma vida sossegada assim que iniciasse a desfrutar da tão sonhada aposentadoria. Não deu certo e não me perguntem o porquê, pois também não tenho a mínima ideia, embora acredite que tenha feito tudo da maneira mais acertada, sem pular uma só etapa do que recomendam os especialistas nesse tipo de transformação de um trabalhador em vagabundo – no bom sentido, é claro.

Foi uma transição pacífica, equilibrada, segura, sem qualquer tipo de arroubo para cair na gandaia pelos bares da vida ou vestir o tal do pijama listrado, sentar numa espreguiçadeira e contar estórias como fazia Pantaleão, personagem de Chico Anísio. Continuei a trabalhar nos mesmos moldes e intensidade de antes, arrefecendo aos poucos para não sentir nenhum impacto e desparafusar a cabeça.

Nos primeiros seis anos tudo saiu como planejado e, aos poucos, fui me desligando das amarras até ficar completamente livre, leve e solto. Para os entendidos, aviso que não caí de cabeça na gandaia, embora assumisse, cada vez mais, compromissos em agremiações etílicas como confrarias (do Alto Beco do Fuxico, em Itabuna; d’O Berimbau e o Clube do Rolas Cansadas, em Canavieiras.

Além dos compromissos juramentados, um convite para uma segunda-feira desregrada, uma terça-feira de sustança e uma sexta-feira para abrir o fim de semana foram se juntando às atividades sociais sem que me dessem conta da responsabilidade. Seguindo o conselho do jornalista aposentado, hoje vagabundo mor Tyrone Perrucho, o único dia consagrado ao descanso é o domingo, desde que não tenha um corte de cana em vista.

Longe de mim reclamar do acúmulo de atividades sociais – também conhecidas como etílicas –, desde que, comprovadamente, seja acompanhada de boa e farta gastronomia de sustança. Confesso que já não tenho o mesmo entusiasmo cotidiano de participar de inaugurações de freezers e geladeiras, aniversários de bares, da aposentadoria de Tyrone e até do ingresso de um confrade no grupo de Whatsapp.

São tantas as emoções – como diria o rei Roberto Carlos – que cansa nossa beleza. Em determinados dias os compromissos se encavalam, sobrepondo-se de tal maneira que não tem como participar de todos, o que pode parecer uma descortesia da minha parte. Este sábado é um exemplo da intensidade de convite que não conseguirei dar conta de atendê-los como merecem.

Eis que me chega a convocação do Alto Beco do Fuxico, em Itabuna, para participar do bota-fora do fidalgo itabunense José d’Almeida Senna, que após tantos anos de labor passa a gozar da prometida aposentadoria. Viajou o Brasil inteiro para comemorar a libertação trabalhista e se encantou com a capital soteropolitana, onde cuidará de filhos e netos, deixando órfãos confrades.

E vai na contramão da ciência, pois abandona o refúgio da mais fina-flor da boemia itabunense, o bar Confraria do Alto Beco do Fuxico, onde faria a transição trabalho aposentadoria, preparando-se para o pijama. Garanto que em Salvador, além de cuidar dos netos, poderá frequentar um boteco, quem sabe o grupo dos Rolas Murchas que se reúne às tardes no Shopping Barra.

Queria ter um tete a tete com Senna e explica-lhe que a vida na capital foi muito boa no passado, quando frequentava o agito dos anos 60 e 70 no Rio de Janeiro, na flor da mocidade em plena Copacabana. Em Salvador não fará como no Cervantes, onde à noite sentava-se na calçada para ouvir os mais recentes bochichos e sucessos nacionais.

Antes, tinha dado uma passadinha no Modern Sound, do amigo Pedro Passos, ali pertinho na Barata Ribeiro. De repente, volta a Itabuna e demonstra seus dotes de promoteur no PUB, no Grapiúna Tênis Clube e outras tantas casas badaladas até chegar à Confraria do Alto Beco do Fuxico. Fez amigos e história. Sem mais nem menos, deixa o empreendimento aos cuidados do assessor Mirinho e arriba pra Salvador.

Como não poderia deixar de ser, promove um bota-fora de responsa, com música ao vivo, comidas e bebida, com o beco interditado para os festejos e mimos prestados ao viajante. Uma só dúvida entre os amigos e confrades: quem será o consagrado herdeiro que passará a operar o honorável sistema VTNCC (não tem no dicionário), que se tornou uma tradição nos momentos de descarrego emocional do fidalgo Senna, e que não será dito na capital.

Com outros compromissos assumidos anteriormente, não me farei presente fisicamente e sim de espírito no bota-fora de Senna, mas estarei presente à apresentação do Secretário Plenipotenciário da Confraria d’O Berimbau, Gilberto Mineiro, que retorna a Canavieiras para uma inspeção. É que ele passa uns dias em Santa Cruz de Cabrália e aparece ao aconchego dos confrades.

Não sei quem é o autor da frase “tudo que abunda não vicia”, mas gostaria de conhecê-lo para debater a respeito.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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walmirWalmir Rosário | wallaw1111@gmail.com

Como representante da alegria, sem vínculos e compromissos com situação política dominante, quem, se não os foliões do Casados I…Responsáveis para mostrar a Itabuna que a alegria não acabou, que a vida continua  e que deve ser vivida com intensidade?

A notícia de que o bloco Casados I…Responsáveis não participará da tradicional Lavagem do Beco do Fuxico, por certo não agradaria ao folião e um dos fundadores do irreverente bloco, Eduardo Anunciação. Que homenagem mais relevante poderia ser prestada a Gaguinho do que levar a alegria ao povo, justamente numa das festas que sabidamente ele mais gostava?
Acredito que, lá do andar de cima, Eduardo está reprovando a infeliz ideia de calar os foliões “do Casados”, ainda mais quando Itabuna é privada do Carnaval (aqui não cabe a avaliação dos motivos, que devem ser justos). E esse fato, por si só, seria uma garantia da presença do bloco num evento que representa a alegria dos frequentadores do Beco do Fuxico.
Último reduto da boemia encastelada na travessa mais conhecida de Itabuna, o Beco do Fuxico é visto e descrito como o local mais democrático, os apreciadores das iguarias etílicas disputam o mesmo ambiente, sem distinção de cor, raça, credo ou preferência várias, inclusive as sexuais. No Beco, desde cedo a cidadania é ensinada no ABC da Noite, com as aulas ministradas pelo Caboclo Alencar.
A importância do Beco do Fuxico ultrapassa gerações, que convivem pacificamente à beira de um copo, de uma garrafa, embaladas pela simplicidade de “jogar conversa fora”. Para quem não sabe, é lá no Beco do Fuxico o local por demais apropriado para se discutir ciência, debatendo-se desde parto de pulga à mecânica de avião, a jato, para ficar mais esclarecido e que não paire dúvidas sobre o conhecimento.
Prova inequívoca de que o Casados I…Responsáveis agradaria mais ao velho Gaguinho desfilando na Lavagem do Beco do Fuxico foi sua aparição no “recinto” um pouco antes de se despedir das coisas terrenas. Como não poderia deixar de ser, Gaguinho não se fez de rogado e foi prestar suas homenagens ao aniversariante Caboclo Alencar, ao completar seus 82 aninhos.
Como representante da alegria, sem vínculos e compromissos com situação política dominante, quem, se não os foliões do Casados I…Responsáveis para mostrar a Itabuna que a alegria não acabou, que a vida continua  e que deve ser vivida com intensidade? Só o bloco mais irreverente que nunca se conformou com a decretação do fim da folia, desfilando com irreverência pelas ruas da cidade, sozinhos e sem mendigar os recursos públicos, levando a alegria como forma de combate à tristeza: o Casados I…Responsáveis.
A forma mais eficaz de acabar com a tristeza é a alegria. Disso ainda não conheço, mas respaldado pelas leituras da cultura de alguns povos que habitam em planeta terra, aos que se foram são prestadas as homenagens em forma de alegria. E aqui não deverá ser diferente, até mesmo sob o pretexto de prestar uma sincera e por demais merecida homenagem a um dos seus membros, que soube viver sua vida com intensidade: Eduardo Anunciação.
Os boêmios (como Gaguinho) do Baixo ao Alto Beco agradecem. Ou não se fazem mais foliões como antigamente!
Walmir Rosário é jornalista, advogado, boêmio e editor do Cia da Notícia (www.ciadanoticia.com.br).