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(…) Vamos amargando a dor de ver o nosso dinheiro construir casas nas praias de Ilhéus e sustentar 298 esposas de líder político metido a garanhão.

Manuela Berbert

Sou do tipo de pessoa que quando lê algo muito bem escrito por aí pensa “poxa, eu devia ter pensado nisso”. No fundo, todo mundo que gosta de escrever pensa assim de vez em quando. A diferença é que algumas pessoas assumem, outras não. E tem uma música em especial que eu morro de inveja, aquela chamada ZÉ DO CAROÇO. Primeiro porque eu acho que Leci Brandão foi super feliz nas suas colocações, ao escrevê-la. Segundo porque eu gostaria de cantarolar em voz alta a frase ‘está nascendo um novo líder’, mas me falta empolgação…

Estamos a menos de dois anos das eleições para prefeito de Itabuna e em minha opinião a população está clamando por um novo líder político. Surgem nomes e isso eu não posso negar, mas falta verdade e, principalmente, idoneidade.

Quisera eu escrever aqui hoje as frases da música que Ana Carolina e Seu Jorge cantam juntos pelo Brasil afora, que dizem mais ou menos assim: ‘e na hora que a televisão brasileira destrói toda a gente com sua novela é que o Zé bota a boca no mundo, ele faz um discurso profundo, ele quer ver o bem da favela…’

Aqui, infelizmente, está é faltando um novo líder. E na falta dele, nos restaria confiar no legislativo, que é eleito para fiscalizar, moralizar e nos representar. Mas o povo brasileiro ainda não aprendeu a votar. Vota mal. Vota em retribuição a um favor, vota por vinte reais, por amizade, por interesse, e depois se arrepende.

Lembro que, na campanha política de 2010, um dos melhores vídeos que circulou por aí foi o do deputado federal José Carlos Aleluia. Nele, o “ômi” bradava no Congresso Nacional que os seus colegas estavam votando contra o povo brasileiro. Essa é a sensação que eu tenho: a de que os nossos vereadores e deputados, após serem eleitos, ficam contra a gente, aprovando o que não devem e esquecendo das suas verdadeiras obrigações…

Enquanto isso vamos amargando a dor de ver o dinheiro público circular nas malas particulares e nas meias e cuecas dos nossos supostos representantes. Ou, nas mais próximas e ridículas hipóteses, vamos amargando a dor de ver o nosso dinheiro construir casas nas praias de Ilhéus e sustentar 298 esposas de líder político metido a garanhão. Tem que rever isso aí, hein, Itabuna?!?

Manuela Berbert é jornalista, estudante de Direito e colunista da Revista Contudo.