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GUSTAVO HAUNGustavo Haun | g_a_haun@hotmail.com

Poesia pura, lirismo consolador, delícia da alma redigida pelo espírito de Antônio de Deus, além de outros por este convidado, através do médium grapiúna Ary Quadros Teixeira.

Muitas coisas já foram ditas sobre poesia. Dos formalistas russos à Escola de Frankfurt, passando pelo estruturalismo e teóricos uspianos, aqueles que não são abençoados com o estro poético tentam, a todo instante, categorizar, armazenar, enquadrar, estereotipar a poiesis em páginas enfadonhas de teoria literária.
Outros, no entanto, privilegiados, têm a oportunidade – ou a bênção – de virem ao mundo com as mentes iluminadas e as mãos criativas, vigorosas. Sem se importarem com a crítica, com os padrões, com os modelos que vigoram no orbe, imaginam, labutam e criam, reluzindo páginas de boa literatura à mancheia.
E o que dizer de um livro que foi escrito de forma mediúnica? É possível? Para aqueles que são leigos, ou que acham que é coisa do Mefistófeles, isso é possível através da mediunidade psicográfica. O maior médium de psicografia planetário foi o brasileiro, eleito o maior de todos os tempos por uma rede de televisão, Francisco Cândido Xavier, o nosso Chico Xavier (1910-2002).
E o mineirinho de Pedro Leopoldo publicou dessa forma 415 livros, de todos os gêneros e gostos. Embora sempre tivesse dito que era como um carteiro, que recebia a mensagem e passava adiante (nunca tendo recebido um real da venda dos mesmos, doando a instituições de caridade os direitos autorais!), notabilizou-se e angariou respeito até mesmo dos adversários da Doutrina Espírita, que ele professava.
Sim, mas por que esse introito todo? Ah, lembrei. Para falar do último lançamento lítero-mediúnico que ocorreu em nossa cidade. Um livro editado pela Editora do Conhecimento, magnífico, escrito única e particularmente com as penas do coração: Amor em Sol Maior! Poesia pura, lirismo consolador, delícia da alma redigida pelo espírito de Antônio de Deus, além de outros por este convidado, através do médium grapiúna Ary Quadros Teixeira.
São trovas belíssimas, livres, sem apegos a formalismos, mas com ritmo e cadência típico dos repentistas nordestinos. O livro nos traz lições como: “É o amor que liberta/Das algemas da dor/E ajuda em festa/A voltar ao Criador”, em Chuva de Luz, página 20. Além disso, mensagens, haikais e poemas em homenagem à Zumbi, à Revolução Francesa e a vários companheiros de jornada embelezam e humanizam ainda mais a obra.Leia Mais